terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Papa Francisco: “Quando falta a profecia na Igreja, toma lugar o clericalismo”


“Quando falta a profecia na Igreja, toma lugar o clericalismo”, disse o Papa Francisco na missa celebrada esta manhã na Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano.
Comentando as leituras do dia, o Santo Padre frisou que “o profeta é aquele que escuta as palavras de Deus, sabe ver o momento e projetar o futuro. Ele tem dentro de si estes três momentos: passado, presente e futuro”.
“O passado: o profeta é consciente da promessa e tem em seu coração a promessa de Deus. Ele vive, recorda e repete essa promessa. Depois olha o presente, olha o seu povo e sente a força do Espírito para dizer uma palavra que ajude o povo a se levantar, a continuar o caminho em direção ao futuro. O profeta é um homem de três tempos: promessa do passado, contemplação do presente e coragem para indicar o caminho rumo ao futuro. O Senhor sempre protegeu o seu povo, com os profetas, nos momentos difíceis, nos momentos em que o povo estava desencorajado ou destruído, quando não havia o Templo, quando Jerusalém estava sob o poder dos inimigos, quando o povo se perguntava: O Senhor nos prometeu isso! O que acontece agora”?
“Foi o que aconteceu no coração de Maria quando estava aos pés da Cruz”, prosseguiu Francisco. Nestes momentos, “é necessária a intervenção do profeta e nem sempre o profeta é recebido, muitas vezes é rejeitado. Jesus disse aos fariseus que seus pais tinham matado os profetas, porque eles diziam coisas que não eram agradáveis: diziam a verdade, recordavam a promessa! Quando no povo de Deus falta profecia, está faltando alguma coisa: falta a vida do Senhor. Quando não há profecia a força recai sobre a legalidade, toma lugar o legalismo”, frisou o pontífice.
“No Evangelho, os sacerdotes foram a até Jesus para pedir o passe da legalidade: Com que autoridade você faz estas coisas? Nós somos os donos do Templo. Não entendiam as profecias. Tinham se esquecido da promessa! Não sabiam ler os sinais dos tempos, eles não tinham olhos penetrantes, nem ouvidos da Palavra de Deus. Tinham somente a autoridade”, disse o Papa que acrescentou:
“Quando no Povo de Deus não há profecia o vazio causado é ocupado pelo clericalismo. É este clericalismo que pergunta a Jesus: Com que autoridade você faz estas coisas? Com que legitimidade? E assim, a memória da promessa e a esperança de ir em frente são reduzidas apenas ao presente: nem passado e nem futuro esperançoso. O presente é legítimo e se é legítimo vai em frente.”
Quando reina o legalismo, a Palavra de Deus não encontra espaço e o Povo de Deus que crê, chora no seu coração, porque não encontra o Senhor. Falta-lhe a profecia. Chora “como chorava Ana, mãe de Samuel, pedindo a fecundidade do povo, a fecundidade que vem da força de Deus, quando Ele nos desperta a memória de sua promessa e nos impulsiona para o futuro com esperança. Este é o profeta! Este é o homem dos olhos penetrantes e que ouve as palavras de Deus”:
“A nossa oração nesses dias em que nos preparamos para o Natal do Senhor deve ser: Senhor, que não faltem os profetas em seu povo! Todos nós batizados somos profetas. Senhor, que não nos esqueçamos de sua promessa! Que não nos cansemos de ir adiante! Que não nos fechemos nas legalidades que cerram as portas. Senhor, liberta o teu povo do espírito do clericalismo e ajude o teu povo com o espírito da profecia.” 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O fundamento da alegria cristã é a fidelidade de Deus, diz Papa

No “Domingo da Alegria”, Francisco destacou que a alegria do cristão é Jesus Cristo, seu amor fiel e inesgotável
papa Francisco alegria
A alegria cristã foi o foco da reflexão do Papa Francisco no Angelus deste domingo, 15, terceiro do Advento e também chamado de “Domingo da Alegria”. Ele recordou que a mensagem cristã se chama “evangelho”, o que significa uma “boa notícia”, um anúncio de alegria para todo o povo.

Essa alegria do Evangelho, segundo disse o Papa, não é uma alegria qualquer, mas encontra a sua razão no saber-se acolhido e amado por Deus. E mesmo com as limitações e desânimos, o homem não pode ser fraco, pelo contrário,  é convidado a ter coragem e não temer, porque Deus sempre mostra a grandeza da sua misericórdia.
“A alegria cristã, como a esperança, tem o seu fundamento na fidelidade de Deus, na certeza de que Ele mantém sempre as suas promessas (…) Quantos encontraram Jesus ao longo do caminho experimentam no coração uma serenidade e uma alegria da qual nada e ninguém poderá privá-los. A nossa alegria é Cristo, o seu amor fiel e inesgotável!”, disse.
Dessa forma, Francisco explicou que quando um cristão se torna triste, isso quer dizer que ele se afastou de Jesus. Nessas situações, é preciso rezar por essa pessoa e fazê-la sentir o calor da comunidade.
O Santo Padre concluiu suas reflexões pedindo a ajuda de Maria para que todos possam apressar os passos para encontrar o Menino que nasceu para a salvação e a alegria de todos os homens. “Ela nos ajude a viver a alegria do Evangelho na família, no trabalho, na paróquia e em todo lugar. Uma alegria íntima, feita de admiração e ternura”.
Após o Angelus, Francisco dirigiu-se às crianças presentes na Praça São Pedro para a tradicional benção dos Meninos Jesus do presépio. “Queridas crianças, quando vocês rezarem diante do vosso presépio, lembrem-se também de mim, como eu me lembro de vocês. Agradeço a vocês e bom Natal!”.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Violência no futebol brasileiro

Os homens que buscam por violência nos estádios são parte de um enorme grupo que busca violência em todas as cidades brasileiras

Ao ver as imagens da violência em Joinville no último domingo, pergunto-me por que um ser humano seria capaz de correr atrás de uma briga com um desconhecido e continuar chutando e pisando em outro ser humano que já estava desacordado. Para mim, esta é a questão mais importante, mas não parece ser a questão mais importante para a imprensa nem muito menos para as autoridades. As pessoas questionam a polícia, o ministério público, as torcidas organizadas, os dirigentes dos times e cobram de todos a responsabilidade sobre aqueles homens que estavam ali coordenando o espetáculo da violência. Alguns com posturas claras de lutadores e outros que pareciam não ver outro sentido senão o de se entregar para a batalha.
desumanização é um termo utilizado para explicar atitudes humanas que carecem de sentido e de racionalidade, é desumano portanto agir como animal, desconsiderar a importância da própria vida e a importância da vida das pessoas ao redor. O ser humano tem a tendência de agir em busca de aceitação, pois sentir-se parte de um grupo social é importante para a auto-estima. Neste sentido, é importante perguntar-se quais grupos sociais estão aplaudindo estes homens que correm atrás dos outros para entregar-se à violência, certamente há uma parte da sociedade que concorda com a brutalidade humana, com a desumanização!
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Se por um lado as confederações de futebol incentivam o esporte e a preservação da saúde, do sentimento de pertença social e o trabalho em equipe, também por outro lado preocupa-se demasiadamente pelo lucro a qualquer custo, o dinheiro se vê acima do interesse humano. Foi por dinheiro que o Ministério Público, por exemplo, decidiu que o policiamento militar não atuasse dentro do campo em Joinville.

governo brasileiro supervalorizou os possíveis benefícios que teria com a realização da Copa do Mundo, por exemplo, supervalorização que ficou comprovada com recentes estudos de economistas da UFMG. O governo também preocupou-se em demasia com as manifestações do povo que saiu às ruas durante a Copa das Confederações, mas não por buscar atender suas reinvindicações, mas por não querer que o mundo todo visse os problemas do Brasil, pois afinal, interessa ao governo o dinheiro que pode ser arrecadado com o turismo. Interesses genuínos, não fosse o fato de que estão em uma escala de valores profundamente deturpada.
O acontecido em Joinville não é um caso isolado. A falta de policiamento não causou a violência, apenas a facilitou. Os homens que buscam por violência nos estádios são parte de um enorme grupo que busca violência em todas as cidades brasileiras, vítimas da falta de educação, do tráfico de drogas, dos vícios financiados pela própria mídia que não se cansa em ganhar dinheiro com as propagandas de bebidas alcoólicas. Ir aos estádios nos finais de semana tornou-se o sentido da vida de muitos homens que não encontraram o caminho da espiritualidade, da educação e da responsabilidade por construírem um mundo novo a cada dia.
Se em um país a distração do futebol torna-se o principal investimento do governo, não há de se esperar reações diferentes. Ao contrário, o futebol e outros esportes devem ser incentivados como práticas saudáveis que devem ser reproduzidas e não como eventos que tiram do povo a atenção para suas responsabilidades como cidadãos e pais de família.
Brasil é ainda conhecido como o país do futebol, mas também é conhecido internacionalmente como o país da corrupção, da desonestidade e da falta de responsabilidade. Não adiante ter um artista Neymar dentro de campo e uma multidão de criminosos fora dele! Educação significa atitude, significa investimento nas escolas e nos professores, que em muitos lugares vivem sob ameaça de seus alunos. Educação significa que as leis não podem ser manipuladas nem pelos políticos nem pelo cidadão mais simples, significa que as autoridades não devam aceitar propina e que um crime deve ser devidamente punido sem que se recorram ao internacionalmente conhecido “jeitinho brasileiro”.
“Sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor!”. Será difícil cantar esta música nos estádios com uma realidade tão difícil de se assistir.
Fonte: Aleteia

Papa Francisco: "O Juízo Final já começou. A salvação é abrir-se a Jesus"


A Praça S. Pedro ficou lotada esta manhã para a Audiência Geral com o Papa Francisco.

Apesar do frio de cinco graus na capital italiana, a grande quantidade de fiéis impede que a Audiência se realize na Sala Paulo VI, como é costume nesta época do ano. Antes de dirigir suas palavras à multidão, o Pontífice percorreu toda a Praça a bordo do seu papamóvel para receber e retribuir o carinho dos peregrinos.

Nesta quarta-feira, o Papa iniciou a última série de catequeses sobre a nossa profissão de fé, analisando a afirmação “Creio na vida eterna”. De modo especial, Francisco se concentrou no Juízo Final, quando o regresso de Cristo evidenciará o bem que cada um realizou ou omitiu durante a sua vida terrena. Este momento provoca em nós medo e até mesmo inquietação.

Porém, disse o Santo Padre, se refletirmos bem, o Juízo Final pode constituir um grande motivo de consolação e de confiança, como acontecia nas primeiras comunidades cristãs. Elas terminavam suas orações com a súplica «Maranathà – Vinde, Senhor!». No final do livro do Apocalipse, essa palavra aparece nos lábios da Igreja-esposa, que não vê a hora de abraçar o seu esposo, Cristo, plenitude de vida e de amor. Se pensarmos no Juízo nesta perspectiva, todo medo e titubeio desaparece e deixa espaço para a espera e para uma profunda alegria, pois será justamente o momento em que seremos julgados finalmente prontos para sermos revestidos da glória de Cristo.

Um segundo motivo de confiança nos é oferecido pela constatação de que, no momento do Juízo, não seremos abandonados. O Apóstolo Paulo afirma que os santos julgarão o mundo.

“Que belo saber que naquele momento, além de Cristo, poderemos contar com a intercessão e com a benevolência de muitos nossos irmãos e irmãs maiores que nos precederam no caminho da fé, que ofereceram sua vida por nós e que continuam a nos amar de modo indizível! Quanta consolação suscita no nosso coração esta certeza! A Igreja é realmente uma mãe e, como tal, quer o bem dos seus filhos, sobretudo dos mais distantes e aflitos, até encontrar a sua plenitude no corpo glorioso de Cristo com todos os seus membros.”

Por fim, o Pontífice citou o Evangelho de João, quando diz que “quem crê em Jesus não é condenado, mas quem não crê já está condenado por não crer no Filho Unigênito de Deus”.

“Isso significa que o Juízo não se decide no último dia, mas já está em ato, no decorrer da nossa existência”, explicou Francisco. Ele é pronunciado a cada instante da vida, como reflexo da fé ou da nossa incredulidade, que nos leva ao fechamento em nós mesmos. “Mas se nós nos fechamos ao amor de Jesus, somos nós mesmos que nos condenamos! Somos condenados por nós mesmos! A salvação é abrir-se a Jesus e Ele nos salva.”

Aqui entra em jogo a nossa responsabilidade, concluiu Francisco. “Somos nós, portanto, que podemos nos tornar juízes de nós mesmos, nos autocondenando à exclusão da comunhão com Deus e com os irmãos. Jamais nos cansemos, portanto, de vigiar sobre os nossos pensamentos e nossas atitudes, para saborear desde já o calor e o esplendor da face de Deus, que na vida eterna contemplaremos em toda a sua plenitude.”

Fonte: Rádio Vaticano

Nota pastoral de Dom Antonio Carlos Rossi Keller sobre o Plano Nacional de Educação

NOTA PASTORAL
A respeito do PLC 103/2012
"Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus os criou, homem e mulher os criou" (Genesis 1,27)
Irmãos e irmãs da Diocese de Frederico Westphalen, e homens e mulheres de boa vontade.
A todos envio minha saudação no Senhor a quem ansiosamente esperamos, celebrando o Advento.
No próximo dia 11 de dezembro, quarta-feira, o Senado Federal votará o PL 103/2012, o Plano Nacional de Educação, que será o parâmetro educacional para todas as escolas em nosso país.
Mediante um esforço conjunto entre membros da Igreja Católica e das Comunidades de confissão Evangélica, o Sen. Álvaro Dias (PSDB – PR) apresentou um relatório que conseguiu excluir o termo "ideologia de gênero" que constava no projeto original proposto pelo MEC.
No entanto, o Sen. Vital do Rëgo (PMDB – PA), da base governista, reintroduziu o mesmo conceito no projeto substitutivo, como se lê em seu próprio texto:
Art. 2o – São diretrizes do Plano Nacional de Educação:
"III – A superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual".
Segundo os teóricos da "ideologia de gênero", os indivíduos não se devem submeter àquilo que chamam de "ditadura do próprio corpo", ou seja, à sua própria identidade biofísico-sexual (que eles denominam de sexismo), mas precisam se libertar, inventando seu próprio GÊNERO, o próprio papel social que se queira assumir (masculino, feminino, andrógino, transgênero ou algum outro que se possa conceber). Analisando a trajetória de países como a Suécia, este pode ser o primeiro passo da construção de todo um sistema dissolvente da identidade sexual das próximas gerações.
As consequências desta teoria são funestas para uma autêntica visão antropológica do ser humano. Além disso, tal teoria, que então seria a base do ensino em nossas escolas sobre a identidade sexual, propõe um novo modelo de família, não mais fundada na união entre homem e mulher, mas legitima outras formas de famílias, consequentemente reconhecendo o chamado "casamento homossexual". Na vigência deste princípio, a sociedade não mais se organiza a partir das diferenças patentes existentes entre homem e mulher, mas sim nas diversas possibilidades de sexualidade…
Ora, tal visão é incompatível com a fé cristã, porque "subestima a realidade biológica do ser humano. Reducionista, supervaloriza a construção sociocultural da identidade sexual, opondo-a à natureza". (Keys to bioethics, da Fundação Jerôme Lejeune, pg. 68).
Tratando-se de um Projeto de Lei, todas as escolas (mesmo as confessionais) precisariam se adequar, caso fosse sancionado, sob pena de serem acusadas de promoverem a desigualdade e a discriminação. Por isso, precisamos reagir como cidadãos que vivem a fé cristã, e solicitar de nossos representantes que atendam ao pedido do povo brasileiro, profundamente avesso a estas práticas, não aprovando este Projeto de lei da forma como está sendo apresentado.
Seria importante que cada diocesano e cada pessoa de boa vontade, cidadão com direito de se manifestar, entrasse em contato com os senadores de nosso estado, e o fizesse imediatamente. Resta-nos pouco tempo. As famílias brasileiras contam com a nossa prontidão.
Abaixo, coloco os nomes, telefones e endereços eletrônicos dos senadores gaúchos em exercício, para que aqueles que puderem, possam manifestar sua opinião contrária à aprovação deste Projeto de Lei Complementar.
Ana Amélia de Lemos
telefone: (61) 3303 6083 
FAX: (61) 3303.6091 
correio eletrônico: ana.amelia@senadora.leg.br

Paulo Renato Paim
telefone: (61) 3303-5227/5232 
FAX: (61) 3303-5235 
correio eletrônico: paulopaim@senador.leg.br

Pedro Jorge Simon
telefone: (61) 3303-3232 
FAX: (61) 3303-1304 
correio eletrônico: simon@senador.leg.br

Desejando a todos, já antecipadamente, um Feliz e Santo Natal do Senhor, abençoo-os,
+ Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo de Frederico Westphalen

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

“O Senhor consola-nos com ternura”, Papa Francisco na missa desta terça-feira

Na missa desta terça-feira na Capela da Casa de Santa Marta o Papa Francisco, partindo da leitura do Livro do Profeta Isaías, afirmou que o Senhor aproxima-se do seu povo para o consolar, para lhe dar paz. O Senhor consola-nos e tudo recria para não nos deixar perder a esperança:
“Quando um cristão esquece a esperança, ou pior perde a esperança, a sua vida não tem sentido. E como se a vida fosse perante um muro: nada. Mas o Senhor consola-nos e refaz-nos, com a esperança, e andamos para frente. E fá-lo com uma proximidade especial a cada um, porque o Senhor consola o seu povo e consola cada um de nós. Bela a maneira como a leitura de hoje termina: ‘Como um pastor ele faz pastar o seu rebanho, e com o seu braço o agrupa, leva os cordeirinhos ao colo e conduz docemente as ovelhas-mãe’: esta é a ternura. O Senhor consola-nos com ternura.”
Deus não tem medo da ternura – continuou o Santo Padre – “Ele faz-se ternura, faz-se menino, faz-se pequeno”. Aproxima-se para dar esperança. Aproxima-se para dar ternura:
“Aproximar-se e dar esperança, aproximar-se com ternura. Pensemos na ternura que teve com os Apóstolos, com a Madalena, com aqueles de Emaús. Aproxima-se com ternura: ‘Dá-me de comer’. Com Tomé: ‘Mete aqui o teu dedo’. É sempre assim o Senhor. Assim, é a consolação do Senhor. Que o Senhor dê a todos nós a graça de não ter medo da consolação do Senhor, de sermos abertos: pedi-la, procurá-la, porque é uma consolação que nos dará esperança e nos fará sentir a ternura de Deus Pai.”

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Como Deus pousou seu olhar sobre Maria, também sobre nós pousa seu olhar de amor e salvação


angelus
Neste II Domingo do Advento, que coincide com a festa da Imaculada Conceição de Maria, ao meio-dia, como habitualmente aos domingos, o Papa rezou com os fiéis presentes na Praça de São Pedro e todos os que o seguiam, de longe, através dos meios de comunicação.

O Papa comentou o Evangelho da anunciação, em que a Igreja contempla Maria como “a cheia de graça”, tal como Deus a encarou desde o primeiro instante no seu desígnio de amor.
“Maria apoia-nos no nosso caminho em direção ao Natal, porque ela nos ensina como viver este tempo de Advento em atitude de espera do Senhor”.
O Papa fez notar que Maria, à qual o anjo Gabriel saúda da parte de Deus, era uma jovenzinha de Nazaré, pequena localidade da Galileia, na periferia do império romano e também na periferia de Israel. E contudo, foi precisamente sobre ela que se pousou o olhar do Senhor, que a tinha escolhida para ser a Mãe do seu Filho.
Foi em vista desta maternidade (prosseguiu o Papa) que Maria foi preservada do pecado original, “aquela fratura na comunhão com Deus, com os outros e com a criação, que fere em profundidade cada um dos seres humanos”. Uma fratura sanada antecipadamente no Mãe d’Aquele que veio a libertar-nos da escravidão do pecado”.
“A Imaculada está inscrita no projeto de Deus: é fruto do amor de Deus que salva o mundo”.
Aliás, sublinhou com especial insistência o Papa Francisco, “não nos é alheio o mistério desta menina de Nazaré, que está no coração de Deus”.
“Na verdade, Deus pousa o seu olhar sobre cada homem e cada mulher!”
“Contemplando a nossa Mãe Imaculada, reconheçamos também o nosso destino mais autêntico, a nossa vocação mais profunda: sermos amados, sermos transformados pelo amor”.
Depois da reza das Ave Marias, o Papa pediu a todos que se unissem espiritualmente à Igreja que vive na América do Norte, que hoje recorda a fundação da sua primeira paróquia, há 350 anos: Notre-Dame de Québec…
O Santo Padre recordou também que, esta tarde, seguindo uma antiga tradição, se deslocará à Praça de Espanha para rezar aos pés do monumento à Imaculada.
“Peço-vos que vos unais espiritualmente a mim nesta peregrinação, que é um acto de devoção filial a Maria, para lhe confiar a cidade de Roma, a Igreja e toda a humanidade”.
Da Praça de Espanha o Santo Padre deslocar-se-á também à basílica de Santa Maria Maior, para venerar, privadamente, o ícone de Nossa Senhora, “Salus popoli romani”.