terça-feira, 30 de outubro de 2012

O homem de hoje, sem a fé, tornou-se mendigo - Papa Bento XVI


"Mendigos do sentido da existência", Bento XVI definiu nessa maneira surpreendente comparando ao cego do evangelho, o mendigo Bartimeu, os homens de hoje, que "perderam uma grande riqueza" da fé e que "«decaíram» de uma outra dignidade - não aquela econômica ou de poder terreno, mas aquela cristã", afirmou o Papa na homilia de conclusão do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização.

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O Santo Padre em sua conclusão afirmou as três linhas pastorais necessárias como pontos de partida na nova evangelização: os sacramentos da iniciação cristã; a missão ad gentes e o acompanhamento das pessoas batizadas que "não vivem as exigências do Batismo".

Para explicar a situação das pessoas de hoje o Papa usou a imagem do cego mendigo do Evangelho de hoje. "Representa o homem que tem necessidade da luz de Deus - a luz da fé - para conhecer verdadeiramente a realidade e caminhar pela estrada da vida. Condição essencial é reconhecer-se cego, necessitado desta luz; caso contrário, permanece-se cego para sempre (cf. Jo 9, 39-41)".

"No encontro com Cristo, - continuou o Santo Padre - vivido com fé, Bartimeu readquire a luz que havia perdido e, com ela, a plenitude da sua própria dignidade: põe-se de pé e retoma o caminho, que desde então tem um guia, Jesus, e uma estrada, a mesma que Jesus percorre. O evangelista não nos diz mais nada de Bartimeu, mas nele mostra-nos quem é o discípulo: aquele que, com a luz da fé, segue Jesus «pelo caminho» (v. 52)".

Sua condição foi descrita por Santo Agostinho como alguém que decaiu de uma condição de "grande prosperidade". Sobre esta breve observação o Papa comentou que a figura de Bartimeu "nos convida a refletir sobre o fato de que há riquezas preciosas na nossa vida que podemos perder e que não são materiais".

Depois de três semanas de trabalhos chegou ao fim a XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos. Os 262 Padres sinodais, representando a Igreja do mundo todo discutiu a situação da fé de hoje e como responder aos novos desafios. A Missa de conclusão foi concelebrada por todos os Padres sinodais na Basílica vaticana.

Fonte: www.gaudiumpress.org

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Dom Beni comenta frutos deixados pelo Sínodo




'Eu creio que agora nós vamos ter uma Igreja mais discípula de Jesus, uma Igreja mais missionária', declarou Dom Beni
O Sínodo dos Bispos terminou neste domingo, 28, em Roma, mas as discussões feitas ao longo de quase um mês de reunião continuam. Isso porque o Sínodo, que trouxe como tema central a nova evangelização para a transmissão da fé cristã, deixou frutos valiosos para toda a Igreja.

Em entrevista à TV Canção Nova, o bispo de Lorena, Dom Benedito Beni dos Santos, que foi um dos padres sinodais, comentou que o legado deixado pelo Sínodo é grande, mas ele destacou três aspectos em especial.

“Em primeiro lugar, este Sínodo fez com que todos compreendêssemos o sentido da nova evangelização: a transmissão da fé.  Reavivar a fé em toda a Igreja, principalmente naqueles lugares onde o povo está envolvido pela mentalidade da secularização, está-se esquecendo de Deus, de Cristo, da fé”.

Dom Beni citou como outro fruto do Sínodo a comunhão eclesial. Ele disse que todos os bispos, representando os seus países, puderam perceber a situação da Igreja em todo o mundo e os desafios que ela enfrenta.

“Nós enfrentamos o desafio da secularização, mas em outros lugares a Igreja enfrenta o desafio da falta de liberdade religiosa da perseguição religiosa. Então isso faz com que muitos católicos, cristãos deixem seus países para irem para outros países e assim a Igreja vai diminuindo e diminuindo também a presença da Igreja em um determinado povo, em uma determinada sociedade”.

E ainda nesse sentido de comunhão eclesial, o bispo de Lorena destacou a união entre os bispos, que são os sucessores dos apóstolos, com o Papa, que é o sucessor de Pedro. Segundo Dom Beni, esta é uma união marcada pela fraternidade, amizade e amor. “Foi uma demonstração muito bonita de colegialidade de todos os bispos com o Papa”, disse.

Dom Beni finalizou dizendo que ele acredita que, com este Sínodo, a Igreja em todo o mundo coloca-se em pé para anunciar Cristo e seu Evangelho. “Sem Cristo, como afirmou o Papa em sua homilia, a pessoa é semelhante ao cego, de Bartimeu, não vê. É Cristo que dá a fé e a fé ilumina toda a nossa vida, ilumina, inclusive, o sofrimento, a morte. (...) Eu creio que agora nós vamos ter uma Igreja mais discípula de Jesus, uma Igreja mais missionária”. 

Fonte: Canção Nova

Homilia do Papa na missa de conclusão do Sínodo dos Bispos


"O fogo de Deus, à semelhança dum fogo em brasas, pede para ser reavivado"
Publicamos a seguir a homilia do Papa Bento XVI na Missa celebrada na basílica vaticana por ocasião da conclusão da XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos com o tema "A nova evangelização para a transmissão da fé cristã".


Venerados Irmãos,
Ilustres Senhores e Senhoras,
Amados irmãos e irmãs!

O milagre da cura do cego Bartimeu ocupa uma posição significativa na estrutura do Evangelho de Marcos. De fato, está colocado no fim da seção designada «viagem para Jerusalém», isto é, a última peregrinação de Jesus para a Cidade Santa, para a Páscoa em que, como Ele sabe, O aguardam a paixão, a morte e a ressurreição. Para subir a Jerusalém a partir do vale do Jordão, Jesus passa por Jericó, e o encontro com Bartimeu tem lugar à saída da cidade, «quando – observa o evangelista – [Jesus] ia a sair de Jericó com os seus discípulos e uma grande multidão» (10, 46), a mesma multidão que, dali a pouco, aclamará Jesus como Messias na sua entrada em Jerusalém. Precisamente na estrada estava sentado a mendigar Bartimeu, cujo nome significa «filho de Timeu», como diz o próprio evangelista. Todo o Evangelho de Marcos é um itinerário de fé, que se desenvolve gradualmente na escola de Jesus. Os discípulos são os primeiros atores deste percurso de descoberta, mas há ainda outros personagens que desempenham papel importante, e Bartimeu é um deles.

A sua cura prodigiosa é a última que Jesus realiza antes da sua paixão, e não é por acaso que se trata da cura dum cego, isto é, duma pessoa cujos olhos perderam a luz. A partir de outros textos, sabemos também que a condição de cegueira tem um significado denso nos Evangelhos.

Representa o homem que tem necessidade da luz de Deus – a luz da fé – para conhecer verdadeiramente a realidade e caminhar pela estrada da vida. Condição essencial é reconhecer-se cego, necessitado desta luz; caso contrário, permanece-se cego para sempre (cf. Jo 9, 39-41).


Situado naquele ponto estratégico da narração de Marcos, Bartimeu é apresentado como modelo. Ele não é cego de nascença, mas perdeu a vista: é o homem que perdeu a luz e está ciente disso, mas não perdeu a esperança, sabe agarrar a possibilidade deste encontro com Jesus e confia-se a Ele para ser curado. Na realidade, ouvindo dizer que o Mestre passa pela sua estrada, grita: «Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim!» (Mc 10, 47), e repete-o vigorosamente (v. 48) E quando Jesus o chama e lhe pergunta que quer d’Ele, responde: «Mestre, que eu veja!» (v. 51).

Bartimeu representa o homem que reconhece o seu mal, e grita ao Senhor com a confiança de ser curado. A sua imploração, simples e sincera, é exemplar, tendo entrado na tradição da oração cristã da mesma forma que a súplica do publicano no templo: «Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador» (Lc 18, 13). No encontro com Cristo, vivido com fé, Bartimeu readquire a luz que havia perdido e, com ela, a plenitude da sua própria dignidade: põe-se de pé e retoma o caminho, que desde então tem um guia, Jesus, e uma estrada, a mesma que Jesus percorre. O evangelista não nos diz mais nada de Bartimeu, mas nele mostra-nos quem é o discípulo: aquele que, com a luz da fé, segue Jesus «pelo caminho» (v. 52).

Num dos seus escritos, Santo Agostinho observa um particular acerca da figura de Bartimeu, que pode ser interessante e significativo também hoje para nós. O santo Bispo de Hipona reflete sobre o fato de Marcos referir, neste caso, não só o nome da pessoa que é curada, mas também de seu pai, e chega à conclusão de que «Bartimeu, filho de Timeu, era um personagem decaído duma situação de grande prosperidade, e a sua condição de miséria devia ser universalmente conhecida e de domínio público, enquanto não era apenas cego, mas um mendigo que estava sentado na berma da estrada. Por esta razão, Marcos não o quis recordar só a ele, porque o fato de ter recuperado a vista conferiu ao milagre tão grande ressonância como grande era a fama da desventura que atingira o cego» (O consenso dos evangelistas, 2, 65, 125: PL 34, 1138) . Assim escreve Santo Agostinho!

Esta interpretação de Bartimeu como pessoa decaída duma condição de «grande prosperidade» é sugestiva, convidando-nos a refletir sobre o fato que há riquezas preciosas na nossa vida que podemos perder e que não são materiais. Nesta perspectiva, Bartimeu poderia representar aqueles que vivem em regiões de antiga evangelização, onde a luz da fé se debilitou, e se afastaram de Deus, deixando de O considerarem relevante na própria vida: são pessoas que deste modo perderam uma grande riqueza, «decaíram» duma alta dignidade – não econômica ou de poder terreno, mas a dignidade cristã –, perderam a orientação segura e firme da vida e tornaram-se, muitas vezes inconscientemente, mendigos do sentido da existência. São as inúmeras pessoas que precisam de uma nova evangelização, isto é, de um novo encontro com Jesus, o Cristo, o Filho de Deus (cf. Mc 1, 1), que pode voltar a abrir os seus olhos e ensinar-lhes a estrada. É significativo que, no momento em que concluímos a Assembleia sinodal sobre a Nova Evangelização, a Liturgia nos proponha o Evangelho de Bartimeu. Esta Palavra de Deus tem algo a dizer de modo particular a nós que nestes dias nos debruçamos sobre a urgência de anunciar novamente Cristo onde a luz da fé se debilitou, onde o fogo de Deus, à semelhança dum fogo em brasas, pede para ser reavivado a fim de se tornar chama viva que dá luz e calor a toda a casa.

A nova evangelização diz respeito a toda a vida da Igreja. Refere-se, em primeiro lugar, à pastoral ordinária que deve ser mais animada pelo fogo do Espírito a fim de incendiar os corações dos fiéis que frequentam regularmente a comunidade reunindo-se no dia do Senhor para se alimentarem da sua Palavra e do Pão de vida eterna. Aqui gostaria de sublinhar três linhas pastorais que emergiram do Sínodo. A primeira diz respeito aos Sacramentos da iniciação cristã. Foi reafirmada a necessidade de acompanhar, com uma catequese adequada, a preparação para o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia; e reiterou-se também a importância da Penitência, sacramento da misericórdia de Deus.

É através deste itinerário sacramental que passa o chamamento do Senhor à santidade, que é dirigido a todos os cristãos. Na realidade, várias vezes se repetiu que os verdadeiros protagonistas da nova evangelização são os santos: eles falam, com o exemplo da vida e as obras da caridade, uma linguagem compreensível a todos.

Em segundo lugar, a nova evangelização está essencialmente ligada à missão ad gentes. A Igreja tem o dever de evangelizar, de anunciar a mensagem da salvação aos homens que ainda não conhecem Jesus Cristo. No decurso das próprias reflexões sinodais, foi sublinhado que há muitos ambientes em África, na Ásia e na Oceânia, onde os habitantes aguardam com viva expectativa – às vezes sem estar plenamente conscientes disso – o primeiro anúncio do Evangelho. Por isso, é preciso pedir ao Espírito Santo que suscite na Igreja um renovado dinamismo missionário, cujos protagonistas sejam, de modo especial, os agentes pastorais e os fiéis leigos. A globalização provocou um notável deslocamento de populações, pelo que se impõe a necessidade do primeiro anúncio também nos países de antiga evangelização. Todos os homens têm o direito de conhecer Jesus Cristo e o seu Evangelho; e a isso corresponde o dever dos cristãos – de todos os cristãos: sacerdotes, religiosos e leigos – de anunciarem a Boa Nova.

Um terceiro aspecto diz respeito às pessoas batizadas que, porém, não vivem as exigências do Batismo. Durante os trabalhos sinodais, foi posto em evidência que estas pessoas se encontram em todos os continentes, especialmente nos países mais secularizados. A Igreja dedica-lhes uma atenção especial, para que encontrem de novo Jesus Cristo, redescubram a alegria da fé e voltem à prática religiosa na comunidade dos fiéis. Para além dos métodos tradicionais de pastoral, sempre válidos, a Igreja procura lançar mão de novos métodos, valendo-se também de novas linguagens, apropriadas às diversas culturas do mundo, para implementar um diálogo de simpatia e amizade que se fundamenta em Deus que é Amor. Em várias partes do mundo, a Igreja já encetou este caminho de criatividade pastoral para se aproximar das pessoas afastadas ou à procura do sentido da vida, da felicidade e, em última instância, de Deus.

Recordamos algumas missões urbanas importantes, o «Átrio dos Gentios», a missão continental, etc.. Não há dúvida que o Senhor, Bom Pastor, abençoará abundantemente estes esforços que nascem do zelo pela sua Pessoa e pelo seu Evangelho.

Queridos irmãos e irmãs, Bartimeu, uma vez obtida novamente a vista graças a Jesus, juntou-se à multidão dos discípulos, entre os quais havia seguramente outros que, como ele, foram curados pelo Mestre. Assim são os novos evangelizadores: pessoas que fizeram a experiência de ser curadas por Deus, através de Jesus Cristo. Eles têm como característica a alegria do coração, que diz com o Salmista: «O Senhor fez por nós grandes coisas; por isso, exultamos de alegria» (Sal 126/125, 3). Com jubilosa gratidão, hoje também nós nos dirigimos ao Senhor Jesus, Redemptor hominis e Lumen gentium, fazendo nossa uma oração de São Clemente de Alexandria: «Até agora errei na esperança de encontrar Deus, mas porque Vós me iluminais, ó Senhor, encontro Deus por meio de Vós, e de Vós recebo o Pai, torno-me herdeiro convosco, porque não Vos envergonhastes de me ter por irmão. Cancelemos, portanto, cancelemos o esquecimento da verdade, a ignorância; e, removendo as trevas que nos impedem de ver como a névoa nos olhos, contemplemos o verdadeiro Deus...; já que, sobre nós sepultados nas trevas e prisioneiros da sombra da morte, brilhou uma luz do céu [luz] mais pura que o sol, mais doce que a vida nesta terra » (Protrettico, 113, 2–114, 1). Amen.

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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Mensagem do Sínodo: converter-se para evangelizar


Momentos finais do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização, que se encerra no sábado, 27, no Vaticano.

Este penúltimo dia é de intenso trabalho para os padres sinodais, na presença do Santo Padre. Pela manhã, os participantes aprovaram a Mensagem do Sínodo dos Bispos para o Povo de Deus, na conclusão da 13ª Assembleia Geral. O texto foi apresentado ao público na Sala de Imprensa da Santa Sé, em coletiva de imprensa.

Participam da coletiva o Presidente da Comissão para a Mensagem, Card. Giuseppe Betori, o Secretário Especial, Dom Pierre Marie Carré, o Diretor da Sala de Imprensa, Pe. Federico Lombardi, e mais dois membros da Comissão.

No texto, divido em 14 pontos, os padres sinodais afirmam que conduzir os homens e as mulheres do nosso tempo a Jesus é uma urgência que diz respeito a todas as regiões do mundo, de antiga e recente evangelização. Não se trata de recomeçar do zero, mas de inserir-se num longo caminho de proclamação do Evangelho que, desde os primeiros séculos da era cristã até hoje, percorreu a História e edificou comunidades de fiéis em todas as partes do mundo, fruto da dedicação de missionários e de mártires. 

Caminho que começa com o encontro pessoal com Jesus Cristo e com a escuta das Escrituras. “Para evangelizar o mundo, a Igreja deve, antes de tudo, colocar-se à escuta da Palavra”, escrevem os Padres sinodais, ou seja, o convite a evangelizar se traduz num apelo à conversão, a começar por nós mesmos.

Os Bispos apontam como lugar natural da primeira evangelização a família, que desempenha um papel fundamental para a transmissão da fé. Diante das crises pelas quais passa essa célula fundamental da sociedade, com inúmeros laços matrimoniais que se desfazem, os Padres Sinodais se dirigem diretamente às famílias de todo o mundo, para dizer que o amor do Senhor não abandona ninguém, que também a Igreja as ama e é casa acolhedora para todos. 

Os jovens também são destinatários da Mensagem do Sínodo, definidos “presente e futuro da humanidade e da Igreja”. A nova evangelização encontra nos jovens um campo difícil, mas promissor, como demonstram as Jornadas Mundiais da Juventude.

Os horizontes da nova evangelização são vastos tanto quanto o mundo, afirma o Sínodo, portanto é fundamental o diálogo em vários setores: com a cultura, a educação, as comunicações sociais, a ciência e a economia. Fundamental é o diálogo inter-religioso que contribua para a paz, rejeita o fundamentalismo e denuncia a violência contra os fiéis, grave violação dos Direitos Humanos. 

Na última parte, a Mensagem se dirige à Igreja em cada região do mundo: às Igrejas no Oriente, faz votos de que possa praticar a fé em condições de paz e de liberdade religiosa; à Igreja na África pede que desenvolva a evangelização no encontro com as antigas e novas culturas, pedindo aos governos que acabem com conflitos e violências. 

Os cristãos na América do Norte, que vivem numa cultura com muitas expressões distantes do Evangelho, devem priorizar a conversão e estarem abertos ao acolhimento de imigrantes e refugiados. 

Os Padres Sinodais se dirigem à América Latina com sentimento de gratidão. “Impressiona de modo especial como no decorrer dos séculos tenha se desenvolvido formas de religiosidade popular, de serviço da caridade e de diálogo com as culturas. Agora, diante de muitos desafios do presente, em primeiro lugar a pobreza e a violência, a Igreja na América Latina e no Caribe é exortada a viver num estado permanente de missão, anunciando o Evangelho com esperança e alegria, formando comunidades de verdadeiros discípulos missionários de Jesus Cristo, mostrando no empenho de seus filhos como o Evangelho pode ser fonte de uma nova sociedade justa e fraterna. Também o pluralismo religioso interroga as Igrejas da região e exige um renovado anúncio do Evangelho.” 

Já a Igreja na Ásia, mesmo constituindo uma minoria, muitas vezes às margens da sociedade e perseguida, é encorajada e exortada à firmeza da fé. A Europa, marcada por uma secularização agressiva, é chamada a enfrentar dificuldades no presente e, diante delas, os fieis não devem se abater, mas enfrentá-las como um desafio. À Oceania, por fim, se pede que continue pregando o Evangelho. 

A Mensagem se conclui fazendo votos de que Maria, Estrela da nova evangelização, ilumine o caminho e faça florescer o deserto.



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por 
Rádio Vaticano

Sínodo: Bispos definem últimas propostas


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Segundo o “L'Osservatore Romano”, 57 propostas
estão sendo estudadas
De acordo com o jornal vaticano "L'Osservatore Romano", 57 propostas estão sendo estudadas, dentre elas estão questões sobre o secularismo, a liberdade religiosa, os Direitos Humanos, as migrações, a Doutrina Social da Igreja, a opção pelos pobres, a catequese, os jovens, a dimensão contemplativa, o diálogo entre ciência e fé, a família, e a vida consagrada.

A lista com as chamadas "proposições", está subdividida em quatro seções:

"A Natureza da Nova Evangelização", "O Contexto da Missão Atual da Igreja", "As Respostas Pastorais às Circunstâncias dos Nossos Dias" e "Os Agentes/Participantes da Nova Evangelização".

Hoje, 26, será apresentado o elenco final com as propostas, e no sábado, dia em que se encerrará o Sínodo, haverá a votação dos Bispos.

Fonte: L'Osservatore Romano

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O povo quer se sentir amado pela Igreja: palavra do Cardeal Cláudio Hummes


"Nova Evangelização" é um termo já conhecido há décadas, no Brasil e em toda a América Latina. Apesar disso, para o Cardeal Cláudio Humes, arcebispo emérito de São Paulo, a Igreja Católica está em crise: faltam vocações e muitos fiéis abandonam a fé católica em favor de Igrejas evangélicas.

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Para o Purpurado, é preciso renovar a fé, evangelizar, mantendo vivas as comunidades já existentes.
Dom Cláudio, concedeu uma entrevista para a Rádio Vaticano, onde afirma que as pessoas querem se sentir amadas pela Igreja, e para isso, é preciso que nós mesmos renovemos nossa fé interior, com a alegria de amar.


Eis as palavras do Cardeal brasileiro:

"A Igreja Católica se sente muito afetada por esta crise, é claro. Você dizia que também no Brasil, muitos católicos estão indo para outras crenças, sobretudo para os evangélicos pentecostais, e na Europa sabemos qual é a situação. A questão da fé é fundamental. Tanto que o Papa em certo momento, no documento em que proclama o Ano da Fé, diz: Muitas vezes estamos tão preocupados em exigir as consequências sociais e econômicas, culturais, políticas da fé, mas se os nossos políticos e nossas lideranças nestas áreas não têm mais fé, como podem tirar consequências da fé?

Nós supomos uma coisa que não existe. Não podemos mais pressupor a fé. Temos que renová-la. Tudo isso está dentro de um grande conjunto de preocupações, de eventos e de busca de caminhos.

Eu realmente estou convicto que este Sínodo também nos trará novos caminhos, porque estão ali bispos de todo o mundo, reunidos em nome da Igreja. É claro que devemos ouvir o Espírito Santo, não basta só dizer ‘ele está presente', nós devemos estar atentos para ouvi-lo e não apenas falar aquilo que é a nossa palavra, mas procurar ouvir a palavra de Deus sob a iluminação do Espírito Santo".

"Nós cremos muito que realmente este Sínodo seja eficaz para a preocupação da Igreja em relação a uma Nova Evangelização que seja também missionária. Esta questão é muito forte, ou seja, não podemos mais apenas esperar o povo em nossas comunidades e evangelizá-lo. É importante manter as comunidades já existentes, mantê-las vivas, mas temos que ter a capacidade de sair em busca deste povo, organizadamente em missão, nos aproximar do povo.

O Papa disse aqui no Brasil que o povo mais pobre, principalmente aquele que se sente tão só nas periferias do mundo, seja nas cidades ou nos campos; que se sentem longes, isolados, sem ninguém, precisa da Igreja próxima, precisa sentir-se amado pela Igreja. Só vai se sentir assim se formos até ele. Este povo é o objeto primeiro destinatário desta grande e nova evangelização. Este é um dos caminhos fundamentais é nós mesmos renovarmos a nossa fé em nós, e irmos com alegria, sem condenar o mundo de hoje, para amar e salvar este povo. Creio que a missão pode renovar a Igreja e a Igreja pode ser uma voz iluminadora por nosso mundo, por nosso povo desorientado diante da nova situação em que vivemos".

Fonte: www.gaudiumpress.org

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Catequese de Bento XVI - A natureza da fé - 24/10/2012



CATEQUESE
Praça São Pedro - Vaticano
Quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Caros irmãos e irmãs,

Quarta-feira passada, com o início do Ano da Fé, comecei com uma nova série de catequeses sobra a fé. E hoje gostaria de refletir com vocês sobre uma questão fundamental: o que é a fé? Há ainda um sentido para a fé em um mundo em que a ciência e a técnica abriram horizontes até pouco tempo impensáveis? O que significa crer hoje? De fato, no nosso tempo é necessária uma renovada educação para a fé, que inclua um certo conhecimento das suas verdades e dos eventos da salvação, mas que sobretudo nasça de um verdadeiro encontro com Deus em Jesus Cristo, de amá-lo, de confiar Nele, de modo que toda a vida seja envolvida.

Hoje, junto a tantos sinais do bem, cresce ao nosso redor também um certo deserto espiritual. Às vezes, tem-se a sensação, a partir de certos acontecimentos dos quais temos notícia todos os dias, que o mundo não vai para a construção de uma comunidade mais fraterna e mais pacífica; as mesmas ideias de progresso e de bem estar mostram também as suas sombras. Não obstante a grandeza das descobertas da ciência e dos sucessos da técnica, hoje o homem não parece tornar-se verdadeiramente livre, mais humano; permanecem tantas formas de exploração, de manipulação, de violência, de abusos, de injustiça...Um certo tipo de cultura, então, educou a mover-se somente no horizonte das coisas, do factível, a crer comente no que se vê e se toca com as próprias mãos. Por outro lado, porém, cresce também o número daqueles que se sentem desorientados e, na tentativa de ir além de uma visão somente horizontal da realidade, estão dispostos a crer em tudo e no seu contrário. Neste contexto, surgem algumas perguntas fundamentais, que são muito mais concretas do que parecem à primeira vista: que sentido tem viver? Há um futuro para o homem, para nós e para as novas gerações? Em que direção orientar as escolhas da nossa liberdade para um êxito bom e feliz da vida? O que nos espera além do limiar da morte?

Destas perguntas insuprimíveis, aparece como o mundo do planejamento, do cálculo exato e do experimento, em uma palavra o saber da ciência, embora importante para a vida do homem, sozinho não basta. Nós precisamos não somente do pão material, precisamos de amor, de significado e de esperança, de um fundamento seguro, de um terreno sólido que nos ajuda a viver com um senso autêntico também nas crises, na escuridão, nas dificuldades e nos problemas cotidianos. A fé nos dá propriamente isto: é um confiante confiar em um “Tu”, que é Deus, o qual me dá uma certeza diversa, mas não menos sólida daquela que me vem do cálculo exato ou da ciência. A fé não é um simples consentimento intelectual do homem e da verdade particular sobre Deus; é um ato com o qual confio livremente em um Deus que é Pai e me ama; é adesão a um “Tu” que me dá esperança e confiança.

Certamente esta adesão a Deus não é privada de conteúdo: com essa sabemos que Deus mesmo se mostrou a nós em Cristo, fez ver a sua face e se fez realmente próximo a cada um de nós. Mais, Deus revelou que o seu amor pelo homem, por cada um de nós, é sem medida: na Cruz, Jesus de Nazaré, o Filho de Deus feito homem, nos mostra do modo mais luminoso a que ponto chega este amor, até a doação de si mesmo, até o sacrifício total. Com o Mistério da Morte e Ressurreição de Cristo, Deus desce até o fundo na nossa humanidade para trazê-la de volta a Ele, para elevá-la à sua altura.

A fé é crer neste amor de Deus que não diminui diante da maldade do homem, diante do mal e da morte, mas é capaz de transformar cada forma de escravidão, dando a possibilidade da salvação. Ter fé é encontrar este “Tu”, Deus, que me apoia e me concede a promessa de um amor indestrutível que não só aspira à eternidade, mas a doa; é confiar em Deus com a atitude de uma criança, que sabe bem que todas as suas dificuldades, todos os seus problemas estão seguros no “Tu” da mãe. E esta possibilidade de salvação através da fé é um dom que Deus oferece a todos os homens. Penso que deveríamos meditar mais vezes – na nossa vida cotidiana, caracterizada por problemas e situações às vezes dramáticas – sobre o fato de que crer de forma cristã significa este abandonar-me com confiança ao sentido profundo que apoia a mim e ao mundo, aquele sentido que nós não somos capazes de dar, mas somente de receber como dom, e que é o fundamento sobre o qual podemos viver sem medo. E esta certeza libertadora e tranquilizante da fé, devemos ser capazes de anunciá-la com a palavra e de mostrá-la com a nossa vida de cristãos.

Ao nosso redor, porém, vemos cada dia que muitos permanecem indiferentes ou recusam-se a acolher este anúncio. No final do Evangelho de Marcos, hoje temos palavras duras do Ressuscitado que diz: “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Mc 16, 16), perde a si mesmo. Gostaria de convidá-los a refletir sobre isso. A confiança na ação do Espírito Santo nos deve impulsionar sempre a ir e anunciar o Evangelho, ao corajoso testemunho da fé; mas para além da possibilidade de uma resposta positiva ao dom da fé, há também o risco de rejeição ao Evangelho, do não acolhimento ao nosso encontro vital com Cristo. Santo Agostinho já colocava este problema em seu comentário da parábola do semeador: “Nós falamos – dizia – lançamos a semente, espalhamos a semente. Existem aqueles que desprezam, aqueles que reprovarão, aquelas que zombam. Se nós temos medo deles, não temos mais nada a semear e no dia da ceifa ficaremos sem colheita. Por isso venha a semente da terra boa” (Discurso sobre a disciplina cristã, 13, 14: PL 40, 677-678). A recusa, portanto, não pode nos desencorajar. Como cristãos, somos testemunhas deste terreno fértil: a nossa fé, mesmo nas nossas limitações, mostra que existe a terra boa, onde a semente da Palavra de Deus produz frutos abundantes de justiça, de paz e de amor, de nova humanidade, de salvação. E toda a história da Igreja, com todos os problemas, demonstra também que existe a terra boa, existe a semente boa, e dá fruto.

Mas perguntamos: onde atinge o homem aquela abertura do coração e da mente para crer no Deus que se fez visível em Jesus Cristo morto e ressuscitado, para acolher a sua salvação, de forma que Ele e seu Evangelho sejam o guia e a luz da existência? Resposta: nós podemos crer em Deus porque Ele se aproxima de nós e nos toca, porque o Espírito Santo, dom do Ressuscitado, nos torna capazes de acolher o Deus vivo. A fé então é primeiramente um dom sobrenatural, um dom de Deus. O Concílio Vaticano II afirma: “Para que se possa fazer este ato de fé, é necessária a graça de Deus que previne e socorre, e são necessários os auxílios interiores do Espírito Santo, o qual mova o coração e o volte a Deus, abra os olhos da mente, e doe ‘a todos doçura para aceitar e acreditar na verdade’” (Cost. dogm. Dei Verbum, 5). Na base do nosso caminho de fé existe o Batismo, o Sacramento que nos doa o Espírito Santo, fazendo-nos tornar filhos de Deus em Cristo, e marca o ingresso na comunidade de fé, na Igreja: não se crê por si próprio, sem a vinda da graça do Espírito; e não se crê sozinho, mas junto aos irmãos. A partir do Batismo, então, cada crente é chamado a re-viver e fazer própria esta confissão de fé, junto aos irmãos.

A fé é dom de Deus, mas é também ato profundamente livre e humano. O Catecismo da Igreja Católica o diz com clareza: “É impossível crer sem a graça e os auxílios interiores do Espírito Santo. Não é, portanto, menos verdade que crer é um ato autenticamente humano. Não é contrário nem à liberdade e nem à inteligência do homem” (n. 154). Na verdade, as implica e as exalta, em uma aposta de vida que é como um êxodo, isso é, uma saída de si mesmo, de suas próprias seguranças, de seus próprios pensamentos, para confiar na ação de Deus que nos indica o seu caminho para conseguir a verdadeira liberdade, a nossa identidade humana, a alegria verdadeira do coração, a paz com todos. Crer é confiar com toda a liberdade e com alegria no plano providencial de Deus na história, como fez o patriarca Abramo, como fez Maria de Nazaré. A fé, então, é um consentimento com o qual a nossa mente e o nosso coração dizem o seu “sim” a Deus, confessando que Jesus é o Senhor. E este “sim” transforma a vida, a abre ao caminho para uma plenitude de significado, a torna então nova, rica de alegria e de esperança confiável.

Caros amigos, o nosso tempo requer cristãos que foram apreendidos por Cristo, que cresçam na fé graças à familiaridade com a Sagrada Escritura e os Sacramentos. Pessoas que sejam quase um livro aberto que narra a experiência da vida nova no Espírito, a presença daquele Deus que nos sustenta no caminho e nos abre à vida que nunca terá fim. Obrigado.



Qual o principal erro da Teologia da Libertação?


Nas últimas semanas de dezembro de 2009 o Papa Bento XVI condenou novamente a Teologia da Libertação (TL). Nas palavras do Pontífice a TL realiza uma interpretação inadequada da Bíblia, nega-se a pregar o evangelho, direciona a estrutura da Igreja para atividades que são incompatíveis com o cristianismo e o mais grave, elimina a fé que existe nos fiéis.
Oficialmente a TL procura exprimir a fé cristã num contexto social marcado pela pobreza e pela injustiça social. É preciso ter consciência que para a TL são os pobres que marcam o lugar da ação histórica e do encontro com Deus. Nesta perspectiva, a fé cristã só adquire substância histórica quando considera os pobres e excluídos como desafio incontornável e, portanto, é imperioso haver a opção preferencial pelos pobres. Ninguém, nem mesmo o Papa Bento XVI, condena ou critica a Teologia da Libertação por se dedicar a libertação dos pobres e demais grupos socialmente excluídos. Historicamente a Igreja cometeu erros, mas qualquer historiador ou sociólogo que tenha o mínimo de honestidade irá afirmar que a Igreja foi uma das instituições, na sociedade ocidental, que mais promoveram a integração humana e, por conseguinte, a emancipação dos injustiçados.
Aparentemente há uma contradição entre a condenação oficial da Igreja emanada principalmente pelo Papa Bento XVI e o discurso oficial da Teologia da Libertação.
Afinal, qual o principal erro da Teologia da Libertação?
Sinteticamente serão apontados três erros da Teologia da Libertação.
Primeiro, a TL afirma que o pobre é o lugar de Salvação e, por isso, a Salvação se dá por meio do pobre. Isso contraria gravemente os ensinamentos bíblicos e a doutrina da Igreja. Para a Bíblia e a para a Igreja o lugar da veracidade da teologia é toda a humanidade, com todos os seus grupos e segmentos sociais e, não apenas o pobre. Cristo veio para toda a humanidade e não apenas para os pobres, justamente porque “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3, 23). Jesus Cristo não é o Salvador apenas de uma classe social (o proletariado) e de um grupo social (os pobres), mas de toda a humanidade. Ele não salva apenas a vida material (comer, vestir, etc), mas salva o homem em sua totalidade (vida econômica, emocional, espiritual, estética, etc).
Segundo, em grande medida libertar o homem da pobreza significa oprimi-lo dentro de novas formas de sofrimento físico e espiritual. As populações da Europa e de outras partes do planeta que conseguiram se libertar da pobreza atualmente vivem sob o jugo de novas opressões (terrorismo, depressão, suicídio, individualismo, ditadura da mídia, morte da democracia, etc). Jesus Cristo sabe que o libertador de hoje fatalmente é o opressor de amanhã.
Terceiro, o real intuito da TL não é libertar o pobre. Se realmente a Teologia da Libertação desejasse libertar o pobre, ela não apoiaria abertamente regimes tirânicos como Cuba e a Coreia do Norte. O pobre não passa de massa de manobra dentro dos planos da TL. O que realmente ela deseja é implantar na América Latina um regime fechado nos moldes de Cuba. Na prática a Teologia da Libertação funciona como uma cabeça de ponte, ou seja, de um lado, é uma forma de ideias e doutrinas não cristãs entrarem dentro da Igreja. Entre essas doutrinas cita-se: o secularismo, o ateísmo, a defesa de um Estado totalitário e, por causa disso, a opressão de toda a população. A TL funciona como uma espécie de idiota útil, ou seja, deve legitimar o discurso opressor oriundo do totalitarismo. Sendo que essa legitimação é feita por meio da estrutura da Igreja e de uma indevida interpretação da Bíblia. Do outro lado, a Teologia da Libertação funciona, a nível latino-americano, como um grande palanque político da esquerda. Não é crime uma facção religiosa ter uma ideologia política. Muitos grupos religiosos adotam posições e ideias políticas. O grande problema é que a TL afirma defender o pobre. Na prática o que realmente ela deseja é angariar a simpatia e os votos dos pobres para a esquerda.
A Teologia da Libertação simplesmente ignora que historicamente foi a esquerda quem persegui e matou milhões de cristãos em todo o mundo. Grande parte dos sofrimentos que a Igreja sofreu nos últimos duzentos anos se deve à esquerda. A esquerda é a grande propagadora, a nível mundial, do ateísmo e de doutrinas anticristãs. Entretanto, tudo isso não interessa a TL. A Teologia da Libertação está mergulhada num mar de alienação, de totalitarismo e de doutrina marxista anticristã. O Papa Bento XVI está correto ao condenar essa facção teológica.
Por fim, é preciso afirmar que sem dúvida a teologia e, portanto, toda a Igreja devem estar preocupadas e empenhadas em combater a pobreza, principalmente a pobreza extrema que causa a morte física do indivíduo. A sociedade cristã não pode admitir a existência de pobres e de pessoas morrendo de fome. Entretanto, a luta contra a pobreza deve ser feita por meio da doutrina social da Igreja e não por meio da ideologia marxista, opressora e totalitária defendida pela Teologia da Libertação. Os países que a TL apresentam como modelos (Cuba, Coreia do Norte, Venezuela) não extinguiram a pobreza. Os modelos de homens propostos pela TL (Marx, Che Chevara, Fidel Castro, etc) são pessoas que trouxeram para seus países a morte e a destruição. Quem realmente deseja combater a pobreza deve ter como modelo Jesus Cristo, a Virgem Maria e os santos. Além disso, deve colocar em prática a doutrina social da Igreja.
Ivanaldo Santos é filósofo ( ivanaldosantos@yahoo.com.br ).

Sínodo sobre a Nova Evangelização chega a sua reta final


Chegando à semana final do Sínodo sobre a Nova Evangelização, na segunda-feira os trabalhos prosseguiram com a unificação das proposições por parte do Relator-Geral, do Secretário Especial e dos Relatores dos Círculos Menores.

O esboço da Mensagem final foi apresentado no sábado. Segundo o Presidente da Comissão encarregado dessa mensagem, Card. Giuseppe Betori, trata-se de um documento muito aguardado, que permitirá a nossas comunidade ter uma visão completa dos temas tratados pela assembleia sob o ponto de vista pastoral.

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A mensagem do Sínodo terá a novidade de exortações específicas
dirigidas aos continentes, sem perder, contudo, a visão global.
A mensagem deste Sínodo terá, com relação às assembleias precedentes, a novidade de exortações específicas dirigidas aos continentes, tendo em conta que as situações são muito diferentes. Contudo, a visão global do Sínodo não perde de vista as diversidades e as situações particulares.

Com o objetivo de fazer sobressair as linhas essenciais e fundamentais sobre a nova evangelização, tal como estão sendo indicadas nestes dias os padres sinodais, o texto definitivo da mensagem levará em conta, portanto, todas as intervenções. Com efeito, a finalidade principal é apoiar e orientar o anúncio e o testemunho evangélico em todos os contextos. A apresentação e a votação da mensagem está agendada para a manhã de sexta-feira, 26 de outubro.

Segundo o Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos, Dom Nikola Eterovic, este primeiro esboço já é um texto "sólido e atraente".

Nesta terça-feira, 23, foram eleitos três representantes para cada continente: África, América, Europa e Ásia-Oceania. Todos os membros pertencem a países diferentes. Os trabalhos na Sala Sinodal foram retomados hoje pela manhã, com a apresentação das proposições. Segundo Dom Eterovic, na Secretaria do Sínodo foram apresentadas 326 propostas .

O Desejo De Conhecer Do Homem


O desejo de conhecer o que está além das aparências materiais leva o homem, enquanto todo, com todas as suas capacidades e inclinações, à procura de um Ser Superior capaz de criar e sustentar todas as coisas, sendo, portanto, Causa e explicação de tudo.
Desejo do Absoluto

Ao investigar a natureza pela simples razão natural, o homem é levado a encontrar a verdade,[1] esse é o seu objetivo quando busca as razões e causas das coisas. Entretanto, essa busca recai sobre um Ordenador universal - não um demiurgo simplesmente -, mas um Provedor e Sustentador de todas as coisas, no qual se encontra o modelo de bondade e beleza em seu máximo grau.

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Jolivet,[2] ao tratar da religião natural, diz que, como efeito das inclinações naturais, o ser humano tende a procurar a verdade no Ser que a possui em grau absoluto. Assim, seguindo essa tendência, ele sente no íntimo de seu ser uma atração para o bem e para o belo que o conduz a encontrar em Deus o exemplo e fonte da Bondade e da Beleza. Corrêa de Oliveira afirma que o homem inocente, por meio do maravilhamento com a natureza criada, sente em si uma tendência que o arrasta a contemplar o Absoluto: "À medida que vai procurando o maravilhoso, de etapa em etapa, o inocente afina as exigências de sua alma até chegar ao Ser que é o píncaro, a cúpula de toda a ordem do ser, autor da Criação, perfeitíssimo, infinito, absoluto, eterno".[3]

Vias para conhecer o Criador

A busca sedenta de uma causa primeira para a origem do Universo, presente em todos os tempos, converge para determinadas vias pelas quais o homem, analisando e argumentando, pode encontrar o ponto de partida da Criação. Esse Universo pode ser considerado materialmente em duas partes essenciais: seres irracionais e seres racionais. A primeira serve como via de acesso para que a segunda a utilize nas cogitações transcendentes acerca do Universo. As vias para se ascender ao conhecimento do Criador têm seu ponto de partida na Criação, no mundo material, captável pelos sentidos externos. Dessa maneira, os seres racionais podem, por meio de argumentos convincentes, chegar a ortodoxas certezas que afirmam a existência de um Ser Superior a todos os demais, pelo fato de ser necessário, enquanto os demais são contingentes,[4] pois necessitam de uma sustentação que não emana da essência de seus próprios seres,[5] mas dAquele que possui em si a causa de seu próprio existir.[6]

Detendo-se o homem por alguns instantes, breves que sejam, na contemplação, por exemplo, de um panorama montanhoso banhado pelos últimos raios do sol que declina no horizonte, no qual o céu parece oscular a terra, normalmente tenderia a maravilhar-se diante do espetáculo. Vendo cores e formas feéricas, ele se sentiria atraído e, poderíamos dizer, quase que arrastado a refletir sobre o que aquele ambiente paradisíaco transmite ao intelecto ou ao sentimento humano. É a ocasião onde o homem, vendo e admirando os efeitos, procura a Causa.[7]

Da beleza à Beleza

As belezas contidas no Universo nos falam de uma Beleza maior, não mutável, mas da qual emanam todas as demais belezas (relativas), sujeitas à mudança.[8] Essas belezas mutáveis são apenas reflexos de uma matriz de Beleza de onde se origina esse transcendental.[9]

Santo Agostinho em um de seus sermões, tratando sobre a beleza, diz:
Interroga pulchritudinem terrae, interroga pulchritudinem maris, interroga pulchritudinem dilatati et diffusi aeris, interroga pulchritudinem coeli, interroga ordinem siderum, interroga solem fulgore suo diem clarificantem, interroga lunam splendore subsequentis noctis tenebras temperantem, interroga animalia quae moventur in aquis, quae morantur in terris, quae volitant in aere [...] interroga ista, Respondent tibi omnia: Ecce vide, pulchra sumus. Pulchritudo eorum, confessio eorum. Ista pulchra mutabilia quis fecit, nisi incommutabilis pulcher?[10]

Por meio dos atrativos bons, belos e verdadeiros encontrados na natureza material que nos rodeia a todo momento, podemos nos elevar Àquele que é propriamente o Bem, o Belo e a Verdade por excelência. A respeito da beleza Platão já falara em seu tempo. Para ele, o princípio de uma ascensão à ideia divina de Beleza tem como ponto de partida o amor. É por meio do amor que o homem poderá contemplar as criaturas corpóreas e dar um passo rumo à beleza moral. Atingindo essa beleza posta nos costumes, o homem poderá ascender aos belos ensinamentos - que outra coisa não é, senão a beleza intelectual - para assim chegar à consideração da ideia de Beleza em si mesma - a Beleza enquanto tal - da qual as demais belezas particulares não são senão mera participação.[11]

Assim sendo, segundo esse filósofo, o homem ascende como que a graus que o levam a encontrar e a conhecer, paulatinamente, belezas superiores, até chegar à Beleza em si mesma, que é incriada.[12]

Essa ideia, exposta no Banquete, nos mostra de forma claríssima o que Platão pensava sobre a beleza. Encontramos nesse pensamento a conceitualização da ideia do amor vinculada com a ideia de beleza; para ele, é por meio do amor que o filósofo chegará a uma ciência verdadeira (a contemplação da Beleza em si mesma). Platão atribuirá à ideia de Beleza qualificativos "divinos". O próprio ser humano, ao entrar em contato com ela, poderá haurir essa "divinização". Ele chega a afirmar que toda participação de beleza contida no Universo tem como modelo essa Beleza "inmutable, que no nace ni perece, autosuficiente, simple, incorpórea, divina y que diviniza al hombre que la posee...".[13]

Esse pensamento platônico é uma primeira ideia, ainda não nítida, a respeito da relação da beleza por participação com a Beleza subsistente. Claro está que o pensamento em torno da beleza, em todos os seus graus e formas, foi-se desenvolvendo à medida que o próprio ser humano a foi contemplando.

OLIVEIRA SOUZA, Dartagnan. Pulchrum: Caminho para o Absoluto? in: LUMEN VERITATIS. São Paulo: Associação Colégio Arautos do Evangelho. n. 8, jul-set 2009. p. 84 - 87.

[1] STORK, Ricardo Yepes; ECHEVARRÍA, Javier Aranguren. Fundamentos de antropologia: um ideal da excelência humana. Tradução de Patrícia Carol Dwyer. São Paulo: Instituto Brasileiro de Filosofia e Ciência "Raimundo Lúlio", 2005. p. 151.

[2] JOLIVET, Régis. Tratado de Filosofia II: Psicologia. 2. ed. Tradução de Gerardo Dantas Barretto. Rio de Janeiro: Livraria Agir Editôra, 1967. p. 328.

[3] CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Primeiro olhar e inocência. Obra póstuma, em preparação. Parte II, cap. 3, 6.

[4] G. P. Manuel de Filosofia: Resumido e adaptado do "Cours de Philosophie" de C. Lahr. 4. ed. Porto: Livraria Apostolado da Imprensa, 1948. p. 742.

[5] MOLINARO, Aniceto. Metafísica: curso sistemático. Tradução de João Paixão Netto e Roque Frangiotti. São Paulo: Paulus, 2002. p. 62.

[6] JOLIVET, Régis. Tratado de Filosofia III: Metafísica. 2. ed. Tradução de Maria da Glória Pereira Pinto Alcure. Rio de Janeiro: Livraria Agir Editora, 1972. p. 362.

[7] S. Th. I, q.2, a.1.

[8] JOLIVET, Tratado de Filosofia III: Metafísica, Op. Cit., p. 260.

[9] BRUYNE, Edgar de. L'Esthétique du Moyen Age. Louvain: Éditions de L'Institut Supérieur de Philosophie, 1947. p. 10.

[10] SANCTUS AUGUSTINUS, Sermo 241, 2. "Interroga a beleza da terra, interroga a beleza do mar, interroga a beleza do ar dilatado e difuso, interroga a beleza do céu, interroga o ritmo ordenado dos astros; interroga ao sol, que ilumina o dia com fulgor; interroga a lua, que suaviza com seu resplendor a obscuridade da noite que segue ao dia; interroga aos animais que se movem nas águas, que habitam a terra e que voam no ar [...] Interroga todas essas realidades. Todas elas te responderão: Olha-nos, somos belas. Sua beleza é um hino (confissão) de louvor. Quem fez essas coisas belas, ainda que mutáveis, senão a própria Beleza imutável?" (Tradução pessoal).

[11] PLATÃO. Fédon, XLIX, 100. Citado por MANDOLFO, Rodolfo. O pensamento antigo: História da Filosofia Greco-Romana I. 2. ed. Tradução de Lycurgo Gomes da Motta. São Paulo: Editora Mestre Jou, 1966. p. 13.

[12] PLATÃO. O banquete. Citado por FRAILE, Guillermo, O. P. Historia de la filosofía I: Grecia y Roma. 5. ed. Madrid: La Editorial Catolica, S. A., 1982. p. 354-355.

[13] Ibid., p. 326-327. "...imutável, que não nasce e nem morre, auto-suficiente, simples, incorpórea, divina e que diviniza ao homem que a possui..." (Tradução pessoal).

Por Dartagnan Alves de Oliveira Souza, EP

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Como fazer avançar a nova evangelização?



Pontifícias Obras Missionárias
Padre Camilo Pauletti acredita que a melhor forma de perpetuar o anúncio da Boa Nova é dar testemunho
No mês em que o Papa Bento XVI reza por um avanço da nova evangelização nos países de antigo cristianismo, surge um momento de reflexão sobre o que é a nova evangelização e as dificuldades que a impedem de alcançar todos os povos. O mundo mudou e, da mesma forma, a evangelização precisa se adaptar para anunciar o Evangelho a todas as criaturas, conforme o mandato deixado por Cristo.

Alguns lugares, porém, ainda não se abriram plenamente aos novos métodos de evangelização, de forma que o uso de uma linguagem moderna e a participação inclusive dos leigos na ação missionária nem sempre é algo compreensível de imediato.

Mas não só nesses lugares a nova evangelização encontra entraves. Para o pároco da paróquia São Francisco, em Guaratinguetá (SP), padre Matusalém Gonçalves, que também é assessor da Comissão Missionária Diocesana (COMID), essas dificuldades aparecem de forma geral.

"Isso porque as pessoas estão parando muito pouco para escutar a Palavra de Deus; estão escutando mais aquilo que o mundo oferece. Mas nós temos que insistir, não podemos parar. A insistência tem que ser constante; é o pedido do Papa e da Igreja”, disse.

Avanço da nova evangelização

Padre Matusalém acredita que o avanço da nova evangelização se dará a partir da sua realização em pequenos grupos, buscando as pessoas, sem esperar que elas venham até a Igreja. “É preciso, como o próprio documento de Aparecida nos lembra, pequenas comunidades, pequenas paróquias, ir ao encontro do povo. Nós não podemos esperar mais que as pessoas venham até a Igreja, nós temos que ir atrás delas”.

Para além desse processo de busca, outra forma de fazer com que a nova evangelização tenha um largo alcance pode estar na própria pessoa empenhada nessa missão.

O diretor das Pontifícias Obras Missionárias (POM), padre Camilo Pauletti, acredita que não há uma fórmula exata para todas as situações, mas acredita que a chave de tudo está no testemunho.

“Eu vejo que a melhor forma de a gente poder fazer chegar esse anúncio da Boa Nova é o testemunho da gente, é marcar presença; é a palavra, mas também o gesto, a solidariedade, o desprendimento, saber ser gratuito diante de Deus e manifestar isso com a vida da gente. Aproximar-se daqueles que estão afastados, dos pobres, dos que sofrem, dos doentes, dos que estão em depressão, dos que não têm ninguém que olhe por eles”.

Porém, o padre explicou que isso envolve uma preparação. A pessoa deve buscar formação, rezar muito, preparar o espírito, confiar no Espírito Santo. O sacerdote destacou ainda que o pedido do Papa sobre a nova evangelização envolve não somente atingir as pessoas que não conhecem Cristo, mas evangelizar os cristãos católicos batizados que não vivem essa proposta do Evangelho.

Papel dos missionários

Além da preocupação com o avanço da nova evangelização, o Papa reza em outubro para que o Dia Mundial das Missões, celebrado neste domingo, 21, possa ser uma ocasião para reafirmar o compromisso com a evangelização.

Embora exista um mês e até um dia especial para comemorar a ação missionária, ambos os padres enfatizaram que esta é apenas uma ocasião de lembrança, já que a missão acontece durante todo o ano.

“Todo cristão batizado tem um papel de evangelizador, de anunciar, de testemunhar, Agora, nesse final de semana, o penúltimo domingo no mês de outubro, é um dia especial, porque a Igreja em todo o mundo faz a sua oração, mas também a sua oferta econômica. É um momento de motivar as pessoas para doarem um pouco de si para o trabalho missionário no mundo", explicou padre Camilo.

Para o sacerdote, o desafio que deve ser vencido a fim de renovar o compromisso com a evangelização e fazê-la avançar é justamente o "dar testemunho", ser grato a Deus e conhecer a Palavra.

“Muita gente não conhece o Evangelho de forma profunda para poder viver. O desafio é conhecer a proposta de Jesus, encarná-la dentro da gente e depois expressá-la, não só nas palavras, mas nos gestos (...) com o testemunho da vida da gente, principalmente com aqueles que precisam mais”, finalizou padre Camilo. 


Fonte: www.cancaonova.com

Igreja celebra memória de João Paulo II

D.R.
A Igreja Católica celebra hoje, pela segunda vez, a memória litúrgica de João Paulo II (1920-2005), Papa polaco que foi beatificado em maio de 2011 pelo seu sucessor, Bento XVI, no Vaticano.

A data assinala o dia de início de pontificado de Karol Wojtyla, em 1978, pouco depois de ter sido eleito Papa.

Na habitual resenha biográfica que é apresentada no calendário dos santos e beatos, João Paulo II é lembrado pela “extraordinária solicitude apostólica, em particular para com as famílias, os jovens e os doentes, o que o levou a realizar numerosas visitas pastorais a todo o mundo”.

“Entre os muitos frutos mais significativos deixados em herança à Igreja, destaca-se o seu riquíssimo Magistério e a promulgação do Catecismo da Igreja Católica e do Código de Direito Canónico para a Igreja latina e oriental”, pode ler-se.

Aos fiéis é proposta ainda uma passagem da homilia de João Paulo II no início do seu pontificado, precisamente a 22 de outubro de 1978, na qual afirmou: ‘Não, não tenhais medo! Antes, procurai abrir, melhor, escancarar as portas a Cristo!’.

Karol Jozef Wojtyla, eleito Papa a 16 de outubro de 1978, nasceu em Wadowice (Polónia), a 18 de maio de 1920, e morreu no Vaticano, a 2 de abril de 2005.

Entre os seus principais documentos, contam-se 14 encíclicas, 15 exortações apostólicas, 11 constituições apostólicas e 45 cartas apostólicas.

O Papa polaco foi proclamado beato a 1 de maio do último ano, na Praça de São Pedro, numa cerimónia em que participaram cerca de um milhão de pessoas, encerrando a penúltima etapa para a declaração da santidade, na Igreja Católica.

De acordo com o direito canônico  para a canonização é necessário um novo milagre atribuível à intercessão do Beato João Paulo II a partir desse dia.

Segundo o postulador da causa de canonização, padre Slawomir Oder, têm chegado a Roma testemunhos muito significativos e “pequenos milagres” que se encontram em estudo.

Fonte: www.agenciaecclesia.pt

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Conheça mais sobre São Lucas, evangelista e patrono dos pintores e médicos!



São Lucas, evangelista e patrono dos pintores e médicos, ele é o autor do terceiro livro dos evangelhos que tem o seu nome e do Atos dos Apóstolos.

Um médico, São Lucas é tido como sendo um grego da Antiópia (moderna Turquia). Que era medico é confirmado por uma passagem em Colossenses  (4:14) na qual São Paulo descreve Lucas como "amado medico".

Um convertido na nova fé, ele acompanhou São Paulo na sua segunda jornada missionária em torno dos anos 51 DC e permaneceu 6 anos em Philippi, na Grécia e foi na terceira jornada com Paulo, que incluiu o famoso naufrágio as costas de Malta. Ele permaneceu com Paulo durante sua prisão.Paulo escreveu três vezes sobre Lucas no Novo Testamento: em Colosians, em Timoteo e em Philomon. É possível deduzir a presença de Lucas com Paulo nas jornada missionarias pelas varias passagens no "Atos dos Apóstolos" (16:10-17; 20:5-21:18; 27:1-28:16).

Em 66 DC, Lucas voltou para a Grécia onde se acredita que veio a falecer com a idade de 84 anos "repleto do Espirito Santo". Vários "Atos" relatam que foi martirizado, embora vários escolares acreditam que isto seriam lendas não confiáveis. Ele é tido como tendo visitado a Virgem Maria e se acredita que ele teria pintado vários quadros da Virgem Maria em especial o lindo quadro conhecido como o de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Seu trabalho estaria preservado em Roma na "Santa Maria Magiore", embora as datas das pinturas seriam bem depois dos tempos apostólicos. O seu evangelho definidamente foi escrito para os gentios.

Um dos aspectos mais interessantes de Lucas é que freqüentemente fazia a justaposição de um história de um homem com a de uma mulher. Por exemplo, a cura dos demoníaco (Lu 4:31-37) e seguida da cura da sogra de Pedro (4:39-39) , o escravo do centurião é curado(7:1-11) e o filho da viuvá de Nain é curado, o Geranese demoníaco é curado (8:26-39) seguido pela cura da filha de Jairo e da mulher com hemorragia (8:40-56).

Lucas também menciona as mulheres que assistiam Jesus no seu ministério (8:1-3) Assim diferente de todos os outros evangelistas São Lucas descreve um Jesus que se preocupa com o cuidado e a salvação das mulheres. Talvez por isso, provavelmente Lucas teria aprendido muito a respeito de Jesus com a Virgem Maria. Somente ele e Mateus descrevem elementos obscuros ou escondidos da vida privada de Jesus, antes de Seu ministério público.

Ainda, ao mencionar a sogra de Pedro, ele deixa claro e de maneira natural que Pedro era casado.
Lucas enfatiza a misericórdia e o amor de Deus para com a humanidade. Ele é o único que descreve a parábola da ovelha desgarrada, do Bom Samaritano, do filho pródigo, de Dives e Lázaro. Ele é também o único que descreve o perdão de Jesus a Maria Madalena (Luc7:47), a promessa ao bom ladrão e sua oração para seus executores. Ele é também o único evangelista a registrar a "Ave Maria", o "Magnificat", o "Benedictus", e o "Nunc Dimittis" que são todos usados na Liturgia das Horas(orações da noite, tarde e manhã).Lucas enfatiza o chamado para a oração, a pobreza, a pureza de coração, o quais teriam um apelo especifico aos gentios.


Lucas também escreveu os "Atos dos Apóstolos" que é também conhecido com "Atos do Espirito Santo". É uma continuação do que conta em seu evangelho, embora os Atos talvez tenham sido escritos primeiro. De acordo com os escolares São Euzébio e São Jerônimo, os Atos foram escritos durante a prisão de São Paulo, embora Santo Irineu já pense que foram escritos após a morte de São Paulo, lá pelos anos 66 DC . Euzébio diz que o evangelho foi escrito antes da morte de Paulo, Jerônimo diz que foi depois e a tradição antiga diz que foi escrito pouco antes da morte de Lucas, quase no século segundo.
O evangelho teria sido escritos entre 70 e 85 DC, possivelmente na Grécia .Os atos do apóstolos detalham a igreja nos tempos de 35 a 63 DC, demonstrando um estilo de prosa soberbo, e um estilo de quem presenciou a fé.


Certas passagens dos Atos escrito na primeira pessoa do plural, são usualmente usadas para indicar que o escritor estava com São Paulo em parte da sua segunda jornada missionária e sem dúvida na viagem que ambos fizeram a Itália e estavam juntos quando o navio naufragou ao largo da costa de Malta (Acts 16:10ff:20:5ff 27-28). São Paulo diz nas suas cartas quando preso: "Lucas é a minha única companhia".
 
Durante o martírio de Paulo, Lucas nunca saiu do seu lado.
Lucas sem dúvida conversava muito com a mãe de Jesus e com São João.

As suas relíquias foram trasladadas para Constantinopla e Pádua.

De acordo com a Igreja Católica Ortodoxa Grega, São Lucas sempre andava com uma pintura de Nossa Senhora com ele, e ela foi o instrumento de varias conversões. Na verdade ele foi um grande artista e grande escritor, e suas narrativas inspiraram grandes escritores e grandes mestres da arte, mas as pinturas existente da Virgem, as quais é dito que ele teria pintado, são trabalhos de datas bem mais recentes. Não obstante alguns julgam que a pintura de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro teria sido pintada por ele.

Pinturas excepcionais de S.Lucas são as de Roger van Weyden na Pinacoteca de Munique, na Alemanha, a de Jean Grossaert em Praga e a de Rafael na Academia de São Lucas em Roma.

Na arte litúrgica da igreja ele é mostrado com um machado e as vezes mostrado pintando o retrato da Virgem Maria.

Fonte: www.comshalom.org

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Triste manipulação do Concílio Vaticano II


Com início Ano da Fé o Concílio Vaticano II começou a ser reestudado
No último dia 11 de outubro completou 50 anos do início do grande e sagrado Concílio Vaticano II; por isso o Papa Bento XVI, que dele participou como especialista em teologia, quis começar o “Ano da Fé” neste dia.
Sem dúvida, o Concílio Vaticano II será reestudado profundamente neste Ano da Fé, e seus 16 documentos importantes voltarão a ser lidos e meditados para se ouvir a voz do Espírito Santo para a Igreja, o que ainda não foi feito suficientemente.
No entanto, já começaram algumas manipulações perigosas por parte de algumas pessoas na Igreja, querendo dar a esses documentos uma interpretação abusiva e que não é a do Magistério Sagrado da Igreja. Faz-se assim, uma leitura distorcida do grande evento.Pela internet tivemos notícia de um Congresso dissidente no Brasil que equiparou o Concílio Vaticano II com a teologia marxista da liberação, e que preocupou o Vaticano.A fonte de notícias católicas acidigital.com, em 08 de outubro de 2012, noticiou que de 7 a 11 de outubro, realizou-se na universidade jesuíta Unisinos, adepta da TLM, em São Leopoldo (RS) o “Congresso Continental de Teologia” que tenta estabelecer uma equivalência entre o Concílio Vaticano II e a teologia marxista da libertação (TML), já condenada pela Igreja em distintas ocasiões durante o Pontificado de João Paulo II e Bento XVI. No evento participaram teólogos e pensadores para difundir ideias contrárias à doutrina católica.
A página oficial do evento (http://www.unisinos.br/eventos/congresso-de-teologia/pt/o-congresso/apresentacao) deu ênfase ao livro “Teologia da Libertação. Perspectivas”, de Gustavo Gutiérrez, adepto da TLM, colocando o livro no mesmo nível que o Concílio Vaticano II – o evento eclesial mais importante do século XX –, um absurdo, ao assinalar que “no marco destes dois acontecimentos que marcaram a Igreja em geral, particularmente na América Latina, está a proposta de um Congresso Continental de Teologia”. O sacerdote dominicano Gustavo Gutiérrez, considerado o “pai” da teologia marxista da liberação, proferiu uma conferência sobre o tema “A Teologia Latino-Americana: Trajetória e Perspectivas”, no dia 9 de outubro.
Entre as instituições participantes estão conhecidas entidades eclesiásticas partidárias da TML como a agência Adital, a Associação de Teólogos do México, a Confederação Latino-americana de Religiosos (CLAR), a Pontifícia Universidade Javeriana da Colômbia (dirigida por jesuítas entre os quais está o Padre Carlos Novoa que apoia publicamente a despenalização do aborto), a Rede Teológico-Pastoral da Guatemala e a Sociedade de Teologia e Ciências da Religião (Soter) do Brasil.
O Congresso contou com a presença do teólogo espanhol Andrés Torre Queiruga, cujas obras foram recentemente consideradas pela Conferência Episcopal Espanhola, incompatíveis com a doutrina da Igreja.
Outro dos participantes foi o ex- frei Leonardo Boff, um dos principais propulsores da TML, que abandonou o sacerdócio na década de 90, casou-se, e se afastou da Igreja Católica, e que, insistentemente ofende o Santo Padre em seus artigos e programas de TV. Também participou o teólogo Jon Sobrino, sacerdote jesuíta e líder entre os teólogos marxistas, ainda que suas ideias “não estejam conformes com a doutrina da Igreja”, como disse a Congregação para a Doutrina da Fé, em 2007, através de uma notificação oficial.
Infelizmente o sr. Bispo de Jales, Dom Demétrio Valentini, também participou do evento e lhe deu seu apoio. Ainda a teóloga Maria Del Pilar, que qualificou o Beato Papa João Paulo II de autoritário, centralista, conservador e imperialista, fez uma palestra sobre “Teologia e Espiritualidade libertadora”. Também o padre jesuíta espanhol Víctor Codina, que em um escrito considerou a Igreja Católica como uma anciã, míope, surda e com Alzheimer, falou sobre “As Igrejas no Continente 50 anos depois do Vaticano II: questões pendentes”.
Raúl Fornet Betancourt, filósofo que critica a Igreja e pede uma opção “por outro mundo, e por outra Igreja e por outro cristianismo”, participou com a exposição “Novos sujeitos e interculturalidade”.
A realização do evento recebeu a desaprovação pública e explícita da Diocese de Ciudad del Este (no Paraguai) liderada por Dom Rogelio Livieres. Em um texto publicado afirmou que esta diocese “une-se à preocupação da Santa Sé diante do Congresso Continental de Teologia que se realiza entre os dias 7 e 11 de outubro no Brasil”. Por este motivo, conclui a mensagem, “a Igreja Católica presente nesta Diocese se une ao Santo Padre Bento XVI e desaprova firmemente este Congresso que, embora seus organizadores sustentem o contrário, será apenas uma ocasião para afinar a agenda do ‘progressismo católico’ “.
Por todo o exposto acima é de se lamentar este triste e subversivo Congresso da Teologia da Libertação. Cabe relembrar, mais uma vez, aqui o que disse o Papa Bento XVI aos bispos do Brasil, 05/12/2009, em Roma, sobre o perigo da teologia da libertação:
“Neste sentido, amados Irmãos, vale a pena lembrar que em agosto passado, completou 25 anos a Instrução Libertatis nuntius da Congregação da Doutrina da Fé, sobre alguns aspectos da teologia da libertação, nela sublinhando o perigo que comportava a assunção acrítica, feita por alguns teólogos de teses e metodologias provenientes do marxismo. As suas sequelas mais ou menos visíveis feitas de rebelião, divisão, dissenso, ofensa, anarquia fazem-se sentir ainda, criando nas vossas comunidades diocesanas grande sofrimento e grave perda de forças vivas. Suplico a quantos de algum modo se sentiram atraídos, envolvidos e atingidos no seu íntimo por certos princípios enganadores da teologia da libertação, que se confrontem novamente com a referida Instrução, acolhendo a luz benigna que a mesma oferece de mão estendida; a todos recordo que «a regra suprema da fé [da Igreja] provém efetivamente da unidade que o Espírito estabeleceu entre a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja, numa reciprocidade tal que os três não podem subsistir de maneira independente» (João Paulo II, Enc. Fides et ratio, 55)”.
Prof. Felipe Aquino - www.cleofas.com.br