segunda-feira, 30 de abril de 2012

Comunidades do Mundo Inteiro em Assis, Itália!


 Matteo_calisi
A Fraternidade Católica esta realizando a sua XV Conferência Internacional em Assis, Santa Maria dos Anjos, de 28 de abril a 1 de maio deste ano,  com o tema “Unidos em Cristo para uma Nova Evangelização”. Estão sendo acolhidos representantes das Novas Comunidades provenientes das diversas partes do mundo e nascidas da vasta corrente espiritual da Renovação Carismático Católica, inclusive a Comunidade Católica Vida Nova. A Conferência esta sendo uma grande ocasião para aprofundar os laços espirituais com o Santo Padre Bento XVI, sendo a Fraternidade uma Associação Privada de Fiéis de Direito Pontifício, e para refletir à luz do Magistério sobre a nossa comunhão e missão eclesial na perspectiva da Nova Evangelização.
A Conferência de 2012 foi precedida pelo 4° Encontro Internacional dos Bispos interessados nas Novas Comunidades da Renovação Carismática e que acompanham o caminho eclesial das novas Comunidades e teve como tema “Ecumenismo e Nova Evangelização”. A finalidade do encontro dos Bispos foi refletir a respeito das implicações ecumênicas na missão das Novas Comunidades e partilhar as experiências já existentes.
Estes encontros são uma excelente oportunidade para nos prepararmos espiritualmente para a XIII Assembleia Ordinária dos Bispos com o tema da “Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã” (7 – 28 de outubro de 2012) e para o Ano da Fé (11 de outubro de 2012 - 24 de novembro de 2013), dois importantes eventos queridos pelo Santo Padre Bento XVI.

Bento XVI: Aceitar o chamado de Deus faz da vida uma história de amor



Em seu discurso prévio à oração do Regina Caeli, e com motivo da Jornada Mundial de Oração pela Vocações celebrada em toda a Igreja neste domingo, o Papa Bento XVI animou os fiéis do mundo inteiro a não terem medo de responder ao chamado de Deus porque é na Igreja onde se descobre que a vida de cada homem uma história de amor.


Diante dos milhares de peregrinos que encheram a Praça de São Pedro, Bento XVI recordou que os jovens que acabava de ordenar sacerdotes na Basílica Vaticana “não são diferentes dos outros jovens, mas foram tocados profundamente pela beleza do amor de Deus, e não puderam fazer outra coisa se não responder com toda vida”.



“Como encontraram o amor de Deus? Encontraram-no em Jesus Cristo: no Seu Evangelho, na Eucaristia e na comunhão da Igreja”, disse o Papa.



O Papa assinalou que esta realidade é mostrada claramente na Sagrada Escritura e na vida dos Santos.
“Exemplar é a expressão de Santo Agostinho, que na sua Confissão se volta a Deus e diz: “Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova! Tarde demais eu te amei! Eis que habitavas dentro de mim e eu te procurava do lado de fora! Estavas comigo, mas eu não estava contigo... Tu me chamaste, e teu grito rompeu a minha surdez” (X, 27.38)”.



O Santo Padre também pediu orações pela Igreja e por todas as comunidades locais para que sejam “como um jardim irrigado no qual possam germinar e amadurecer todas as sementes de vocação que Deus espalha em abundância. Oremos para que em todo lado seja cultivado este jardim, na alegria de sentirem-se todos chamados, na variedade dos dons”.



Bento XVI também pediu que as famílias, de forma especial, sejam “o primeiro ambiente no qual se “respira” o amor de Deus, que dá a força interior também em meio às dificuldades e as provações da vida. Quem vive em família a experiência do amor de Deus, recebe um dom inestimável, que dá fruto em seu tempo”.



“De fato, o Senhor chama sempre, mas muitas vezes nós não escutamos. Estamos distraídos com tantas coisas, às vezes vozes mais superficiais; e depois temos medo de escutar a voz do Senhor, porque pensamos que pode tirar nossa liberdade”.



O Santo Padre sublinhou que “cada um de nós é fruto do amor: certamente, o amor dos pais, mas, mais profundamente, o amor de Deus”.



“Diz a Bíblia: mesmo que tua mãe não te quisesse, eu te quero, porque te conheço e te amo (Is 49,15). No momento em que me dou conta disso, a minha vida muda: torna-se uma resposta a esse amor, maior que qualquer outro, e assim se realiza plenamente minha liberdade", acrescentou.



Ao recordar os nove presbíteros ordenados na Basílica de São Pedro, horas antes, o Papa pediu aos fiéis unir-se “espiritualmente em torno desses novos sacerdotes e oremos para que acolham plenamente a graça deste Sacramento a ser cumprido conforme Jesus Cristo Sacerdote e Pastor”.



“E oremos para que todos os jovens sejam atentos à voz de Deus que interiormente fala em seus corações e os chamam a desligar-se de tudo e servir Ele”, pediu também Bento XVI.



Ao finalizar a reza Mariano, o Papa dedicou uma saudação especial aos peregrinos de língua espanhola, e animou a pedir a Cristo, o Bom Pastor, que dá a vida pelas ovelhas, que “conceda a sua Igreja abundantes vocações sacerdotais, religiosas e missionárias, que ajudem a seus irmãos a acolher sua mensagem de salvação”.



Entre os milhares de fiéis também se encontravam os participantes do encontro europeu de estudantes universitários organizado pela Diocese de Roma com ocasião do primeiro aniversário da Beatificação do Papa João Paulo II, a quem Bento XVI prometeu unir-se em oração para a Vigília que a ser realizada em Tor Vergata, ante a grande Cruz da Jornada Mundial da Juventude do ano 2000. 

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Catequese do Papa Bento XVI sobre a Primazia da Oração



Queridos irmãos e irmãs,

Na catequese passada, mostrei que a Igreja, desde o início do seu caminho, teve que enfrentar situações imprevistas, novas questões e emergências às quais procurou dar respostas à luz da fé, deixando-se guiar pelo Espírito Santo. Hoje gostaria de deter-me sobre uma outra situação, sobre um problema sério que a primeira comunidade cristã de Jerusalém teve que enfrentar e resolver, como nos narra São Lucas no capítulo sexto dos Atos dos Apóstolos, a respeito da pastoral da caridade junto às pessoas solitárias e necessitadas de assistência e ajuda. A questão não é secundária para a Igreja e corre-se o risco naquele momento, de criar divisões no interior da Igreja; o número dos discípulos, de fato, vinha aumentando, mas aqueles de lingua grega começavam a lamentar-se contra aqueles de língua hebraica porque as suas viúvas estavam sendo deixadas de lado na distribuição cotidiana (At. 6,1). Diante da urgência que se referia a um aspecto fundamental na vida da comunidade, isto é, a caridade em relação aos mais fracos, aos pobres, aos indefesos, e a justiça, os Apóstolos convocam todo o grupo de discípulos. Neste momento de emergência pastoral, sobressai o discernimento realizado pelos apóstolos. Eles se encontram diante da exigência primária de anunciar a Palavra de Deus segundo o mandato do Senhor, mas - também se esta é uma exigência primária da Igreja - consideram da mesma forma o dever da caridade e da justiça, isto é, o dever de assistir as viúvas, os pobres, de prover com amor diante das situações de necessidade nas quais se encontram irmãos e irmãs, para responder ao mandamento de Jesus: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,,12.17). Portanto, as duas realidades que devem ser vividas na Igreja -  o anúncio da Palavra, a primazia de Deus, e a caridade concreta, a justiça - , estão criando dificuldade e se deve encontrar uma solução, para que ambas possam estar em seus devidos lugares, e sua relação necessária. A reflexão dos Atos dos Apóstolos é muito clara, como ouvimos: "Não é justo que nós deixemos a Palavra de Deus à parte para servir as mesas. Entretanto, irmãos, procureis entre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais confiaremos esta missão. Nós, ao invés disso, nos dedicaremos à oração e ao serviço da Palavra" (At 6,2-4).

Duas coisas aparecem: primeiro, existe a partir daquele momento, na Igreja, um ministério da caridade. A Igreja não deve somente anunciar a Palavra, mas também realizar a Palavra, que é caridade e verdade. E, segundo ponto, esses homens não somente devem gozar de boa reputação, mas devem ser homens repletos do Espírito Santo e de sabedoria, isto é, não podem ser somente organizadores que sabem "fazer", mas devem "fazer" no espírito da fé com a luz de Deus, na sabedoria do coração, e portanto, também a função deles - mesmo que seja prática -  é todavia uma função espiritual. A caridade e a justiça não são somente ações sociais, mas são ações espirituais realizadas na luz do Espírito Santo. Portanto, podemos dizer que essa situação vem enfrentada com grande responsabilidade por parte dos apóstolos, os quais tomam esta decisão: são escolhidos sete homens; os apóstolos rezam para pedir a força do Espírito Santo e depois, impõem as mãos para que se dediquem em modo particular a essa diaconia da caridade. Assim, na vida da Igreja, nos primeiros passos que ela realiza, se reflete, em um certo modo, o que havia acontecido durante a vida pública de Jesus, na casa de Marta e Maria em Betânia. Marta estava bem ligada ao serviço da hospitalidade oferecido a Jesus e aos seus discípulos; Maria, ao contrário, se dedica à escuta da Palavra do Senhor (Luc 10,38-42). Em ambos os casos, não são contrapostos os momentos da oração e da escuta de Deus, e a atividade cotidiana e o serviço da caridade. A expressão de Jesus: "Marta, Marta, tu te preocupas e te agitas com tantas coisas, mas de uma coisa tens necessidade, Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada" (Luc 10,41-42), como também a reflexão dos apóstolos: "Nós nos dedicaremos à oração e ao serviço da Palavra" (At 6,4), mostram a prioridade que devemos dar a Deus. Não gostaria de entrar agora na interpretação desta perícope Marta-Maria. Em todo caso, não vem condenada a atividade pelo próximo, mas vem destacado que ela deve ser penetrada interiormente também pelo espírito de contemplação. Por outro lado, Santo Agostinho diz que essa realidade de Maria é uma visão da nossa situação no céu, portanto, na terra, não podemos nunca tê-la completamente, mas um pouco de antecipação deve estar presente em toda a nossa atividade. Deve estar presente também a contemplação de Deus. Não devemos nos perder no ativismo puro, mas sempre deixarmo-nos penetrar na nossa atividade à luz da Palavra de Deus e assim aprender a verdadeira caridade, o verdadeiro serviço pelo outro, que não tem necessidade de tantas coisas - tem necessidade certamente das coisas necessárias - mas tem necessidade sobretudo do afeto do nosso coração, da luz de Deus.

Santo Ambrósio, comentando o episódio de Marta e Maria, assim exorta os seus fiéis e também nós: "Procuremos ter também nós aquilo que não nos pode ser tirado, dando à palavra de Deus uma grande atenção, não distraída: acontece também às sementes da palavra de serem levadas embora,  semeadas ao longo da estrada. Estimule também tu, como Maria, o desejo do saber: é esta a maior, mais perfeita obra" - E acrescenta ainda: "o cuidado do ministério não desvie o conhecimento da palavra celeste" (Expositio Evangelii secundum Lucam, VII, 85: pl 15, 1720). Os santos, portanto, experimentaram uma profunda unidade de vida de oração e ação, entre o amor total a Deus e o amor aos irmãos. São Bernardo, que é modelo de harmonia entre contemplação e operosidade, no livro De Consideratione,endereçado ao Papa Inocêncio II para oferecer-lhe algumas reflexões a respeito de seu ministério, insiste exatamente sobre a importância do recolhimento interior, da oração para defender-se dos perigos de uma atividade excessiva, qualquer que seja a condição na qual se encontra a tarefa que se está desenvolvendo. São Bernardo afirma que a demasiada ocupação, uma vida frenética, geralmente acabam induzindo o coração a fazer sofrer o espírito.

É uma preciosa retomada para nós hoje, acostumados a valorizar tudo a partir do critério da produtividade e da eficiência. O trecho dos Atos dos Apóstolos nos recorda a importância do trabalho - sem dúvida se é criado um verdadeiro ministério - , do empenho nas atividades cotidianas que são desenvolvidas com responsabilidade e dedicação, mas também a nossa necessidade de Deus, da sua direção, da sua luz que nos dão força e esperança. Sem a oração cotidiana vivida com fidelidade, o nosso fazer se esvazia, perde o sentido profundo, se reduz a um simples ativismo que, no final, nos deixa insatisfeitos. Existe uma bela invocação da tradição cristã para recitar-se antes de toda atividade, a qual diz assim: Actiones nostras, quæsumus, Domine, aspirando præveni et adiuvando prosequere, ut cuncta nostra oratio et operatio a te semper incipiat, et per te coepta finiatur", isto é: "Inspire as nossas ações Senhor, e acompanhe-as com a tua ajuda, para que todo o nosso falar e agir tenha de ti o seu início e o seu cumprimento". Cada passo da nossa vida, toda ação, também na Igreja, deve ser feita diante de Deus, à luz da sua Palavra.

Na catequese da quarta-feira passada eu havia destacado a oração unânime da primeira comunidade cristã diante das provas e como, exatamente na oração, na meditação sobre a Sagrada Escritura ela pode compreender os eventos que estavam acontecendo. Quando a oração é alimentada pela palavra de Deus, podemos ver a realidade com olhos novos, com os olhos da fé e o Senhor, que fala à mente e ao coração, dá nova luz ao caminho em todos os momentos e em todas as situações. Nós cremos na força da Palavra de Deus e da oração.Também a dificuldade que está vivendo a Igreja diante do problema do serviço aos pobres e a questão da caridade, é superada na oração, à luz de Deus, do Espírito Santo. Os apóstolos não se limitam a ratificar a escolha de Estevão e dos outros homens, mas depois de rezar , impõem-lhes as mãos" (At 6,6). O Evangelista recordará novamente estes gestos em ocasião da eleição de Paulo e Barnabé, onde lemos: "depois de ter jejuado e rezado, impuseram-lhes as mãos e os despediram" (At 13,3). Confirma-se de novo que o serviço prático da caridade é um serviço espiritual. Ambas as realidade devem andar juntas.

Com o gesto da imposição das mãos, os Apóstolos conferem um ministério particular a sete homens, para que seja dada a eles a força correspondente. O destaque dado à oração - depois de ter rezado", dizem -  é importante porque evidencia exatamente a dimensão espiritual do gesto; não se trata simplesmente de conferir um encargo como acontece em uma organização social, mas é um evento eclesial no qual o Espirito Santo se apropria de sete homens da Igreja, consagrando-os na Verdade que é Jesus Cristo: é Ele o protagonista silencioso, presente na imposição das mãos para que os eleitos sejam transformados pela sua potência e santificados para enfrentar desafios práticos, os desafios pastorais. E o destaque da oração nos recorda além disso que somente no relacionamento íntimo com Deus cultivado a cada dia nasce a resposta à escolha do Senhor que nos vem confiado cada ministério na Igreja.

Queridos irmãos e irmãs, o problema pastoral que levou os apóstolos a escolher e a impor as mãos sobre sete homens encarregados do serviço da caridade, para dedicarem-se à oração e ao anuncio da Palavra, indica também a nós a primazia da oração e da Palavra de Deus, que, todavia, produz depois também a grande ação pastoral. Para os Pastores, esta é a primeira e mais preciosa forma de serviço em relação ao rebanho a eles confiado. Se os pulmões da oração e da Palavra de Deus não alimentam a respiração da nossa vida espiritual, sofremos o risco de nos sufocarmos em meio às mil coisas de todos os dias: a oração é a respiração da alma e da vida. E existe uma outra preciosa retomada que gostaria de destacar: no relacionamento com Deus, na escuta de sua Palavra, no diálogo com Deus, também quando nos encontramos no silêncio de uma igreja ou de nosso quarto, estamos unidos no Senhor a tantos irmãos e irmãs na fé, como uma junção de instrumentos, que apesar da individualidade de cada um, elevam a Deus uma única grande sinfonia de intercessão, de agradecimento e de louvor. Obrigado.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Decisão sobre o aborto de crianças com anencefalia pode ser suspensa


Entrevista com Ives Gandra Martins Filhos
SAO PAULO, terça-feira, 24 de Abril de 2012

Publicamos aos nossos leitores a entrevista que o presidente da União dos Juristas Católicos de São Paulo,  o jurista Ives Gandra Martins concedeu à Agência Portalum sobre o tema da anencefalia, na quarta-feira, 18 de abril.

– Como o STF não tem poder legislador, o julgamento da ADPF nº 54 pode ser considerado nulo por ser inconstitucional?

 Ives Gandra – Na minha interpretação da lei maior, o Congresso Nacional pode anular a decisão do STF com base no artigo 49, inciso XI, assim redigido: "É da competência exclusiva do Congresso Nacional: XI – zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes". O Supremo Tribunal Federal não tem poder de legislar, nem mesmo nas omissões inconstitucionais do Legislativo, isto é, quando a Constituição exige a produção de uma lei imediata e o Parlamento não a produz. E, à evidência, se há proibição do STF legislar em determinadas matérias, em que a desídia do Congresso é inequívoca, com muito mais razão não pode a Suprema Corte avocar-se no direito de legislar no lugar do Congresso naquelas matérias de legislação ordinária. Tal aspecto foi bem salientado pelo ministro Ricardo Lewandowsky em seu voto.
O dispositivo que impede o Pretório Excelso de legislar é o parágrafo 2º do artigo 103 da Lei Suprema, assim redigido: “Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias". Para o Executivo há prazo para produzir a norma. Para o Legislativo, nem prazo, nem sanção, se não a produzir. 

– Qual a sua opinião sobre esse caso não ter sido julgado no Congresso? E pela maneira antidemocrática como foi feito, sem levar em conta as manifestações da sociedade e também sem permitir que vozes contrárias fossem ouvidas durante a sessão?

Ives – Só me resta lamentar, até porque as entidades favoráveis à vida foram proibidas de sustentar oralmente a defesa da vida, pelo ministro Marco Aurélio que não as admitiu como amicus curiae (amigos da Corte). Desta forma, em plenário só houve a defesa dos advogados favoráveis ao aborto (procurador-geral e o da instituição promotora da ADPF).
Matéria desta complexidade, em que a maioria da sociedade, segundo o ministro Lewandowsky, é contra, à evidência, só poderia ser decidida pelo Congresso e, a meu ver, promovendo um plebiscito para conhecer o que quer a nação.
Para mim, todavia, em face da inviolabilidade do direito à vida desde a concepção (art. 5º, "caput"), entendo que, por ser cláusula pétrea, a questão não poderia ser sequer tratada, não tendo sido recepcionado o Código Penal de 1940 nas hipóteses do aborto sentimental ou terapêutico.

– Qual é o critério para a escolha dos ministros do STF? Quem responde por alguma decisão indevida? De que forma a sociedade pode agir para exigir algum tipo de mudança nos critérios antidemocráticos adotados no julgamento?

Ives – O sistema atual é ruim, pois depende exclusivamente da vontade política ou amizade do presidente com o candidato escolhido. Uma vez escolhido, entretanto, só por prevaricação poderá o ministro ser afastado pelo Senado. Jamais por decidir de acordo com suas convicções, mesmo quando frontalmente contrariar a lei. O que a sociedade pode fazer é pressionar os congressistas na forma de escolha dos ministros do STF.

– Essa decisão pode abrir um precedente para a liberação do aborto em outras situações não previstas em lei?

Ives – Claramente abre um precedente para o aborto de fetos mal formados. A reação, todavia, foi de tal espécie que creio que dificilmente o STF entrará em outra aventura semelhante. Deixará os demais casos para o Congresso decidir.

– Qual a sua opinião sobre o aborto de crianças anencéfalas?

Ives – O artigo 2º do Código Civil declara que todos os direitos são assegurados ao nascituro, desde a concepção. O parágrafo 5º da Constituição diz que ele é inviolável. E o parágrafo 4º do Pacto de São José, do qual o Brasil é signatário, que os direitos do nascituro devem ser assegurados desde a concepção. Não há qualquer exceção nos três textos. Por esta razão, nada obstante a decisão de oito ínclitos ministros do STF, continuo considerando aborto de anencéfalos um homicídio uterino, agora legalizado.

Fonte Portalum

O Estado é laico, mas a sociedade é religiosa


Coletiva de imprensa com o Card. Dom Odilo Pedro Sherer
APARECIDA, terça-feira, 24 de abril de 2012

Durante a coletiva de imprensa da 50ª Assembléia Geral dos Bispos do Brasil, o Cardeal Dom Odilo Pedro Sherer, arcebispo de São Paulo, disse aos jornalistas presentes, que o “Estado é laico”, mas “a nossa sociedade é muito religiosa”.
Falando “pelo lado da Igreja Católica” o purpurado afirmou a importância da laicidade do estado, porém, de uma laicidade bem entendida, “isto é, que o Estado respeite a liberdade religiosa, que respeite as livres escolhas religiosas dos cidadãos, a livre expressão religiosa”, ou seja, “que o Estado não tenha religião oficial, mas que também não interfira na religião”.
“A igreja Católica não tem problemas de conviver com o Estado laico”, afirmou Dom Odilo. Há porém o perigo de uma laicidade interpretada como uma espécie de “pensamento único, imposto a todos os cidadãos, que exclui a presença religiosa, o pensamento religioso” fazendo que os cidadãos religiosos sejam considerados como de segunda categoria, “Isto sim cheira e beira a discriminação religiosa”, disse o Cardeal.
Que haja um respeito pela liberdade religiosa de cada um, é o que deseja o purpurado.
“Por outro lado, que não se pretenda em nome da laicidade do Estado, impor como pensamento mais válido, o pensamento ateu”, pois vai contra a mesma cultura do nosso povo, afirmou Dom Odilo.
O Cardeal concluiu afirmando que o“Estado é laico. Isto é bom, e que assim seja! No entanto, a sociedade não é laica. A sociedade é religiosa e muito religiosa! Com inúmeras expressões de religiosidade que, portanto, o Estado deve levar em consideração e, de acordo com a constituição, respeitar”.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

A Importância da Igreja Católica



Mas o que será ser feliz? Ser feliz é possuir tudo o que se deseja, é infeliz, quem não possui. E pode ser feliz de modo absoluto alguém sujeito a receios? É claro que não. E pode estar sem receios aqueles que podem perder o que amam, o que possuem?
 Tudo o que possuímos está sujeito a mundanças, isto é, podem ser roubados ou deteriorados. Isto quer dizer que o homem que anseia por algum bem, não é feliz por não possuí-lo e se ainda sim o possui, não ficará feliz por anseiar perdê-lo.
A verdadeira felicidade possui plenitude e segurança, satisfazendo o apetite humano. Nada do que é material satisfaz o homem. E qual é o bem pleno, eterno, imutável e absoluto? Este bem é Deus. Somente Deus é pleno, eterno, imultável e absoluto. Então quem possui a Deus é feliz.
 A posse de Deus traz a plenitude que é o anseio da alma humana.
 Em todos os tempos e em todas as nações da terra, existem sistemas religiosos, comprovando o desejo do homem pela posse de Deus.
 Por sua natureza um inseto não pode desejar conhecer o universo, nem um peixe desejar beber toda a água do oceano. O homem finito, desejar o infinito é como um peixe desejar beber todo o oceano. Portanto, Deus criou o homem com o desejo de conhecê-lo. Criou o homem para um fim sobrenatural.
 Mas, assim como existe o alimento para o corpo, também a alma possui o seu próprio alimento, que é o conhecimento. Por este motivo, é que Deus deu ao homem a inteligência que tem sede de conhecimento.
 Assim como o corpo pode receber alimentos bons e saudáveis ou ruins e prejudiciais à saúde, assim também a alma. O bom alimento é o verdadeiro conhecimento, a verdade; o mau alimento é o erro, a mentira.
 O demônio oferece ao homem um falso conhecimento de Deus, sempre negando a onipotência, a onisciência e a onipresença do Criador.
A maioria as religiões possuem coisas construtivas, mas a Verdade é única, pois "várias verdades" até mesmo contraditórias não podem ser reflexo da Verdade única que é Deus. E esta Verdade se manifesta em sua criação, através da Ciência e da História, assim como São Paulo nos ensinou: "Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis"(Rm 1,20).
 Mas onde está a verdade? Também São Paulo nos dá uma pista:"A Igreja é a Coluna, e o Fundamento da Verdade" (cf. 1Tm 3,15). Portanto a Verdade só poder ser encontrada na Igreja. E isto é muito propício, pois se Deus é o bem eterno que precisamos e a Verdade é bom alimento para a alma, a Verdade tem que estar na Igreja.
Portanto, o bom conhecimento é o ensino da Igreja, a sua doutrina. Alguém poderia perguntar: "Em qual igreja podemos encontrar a verdade, já que vivemos e um mundo em que várias instituições religiosas se intitulam "Igrejas de Cristo"?
Nosso Senhor disse: "Eu sou Deus e não mudo" (Mal 3,6). Nosso Senhor Jesus Cristo também afirmou: "Passarão os céus e a terra, mas minhas palavras não passarão." (Lc 21,33).
Cristo fundou uma só Igreja, a Igreja Católica Apostólica Romana (1). Colocou seu fundamento sobre Pedro (Mt 16,18), garantiu esta Igreja (Mt 16,19), e confiou a ela a sua Doutrina e prometeu a Sua assistência Divina (Mt 28,20) (2).
Notas
  1. LIMA AlessandroO nome da Igreja. Disponível em http://www.veritatis.com.br/apologetica/105-igreja-papado/1283-o-nome-da-igreja
  2. LIMA, AlessandroO que é Igreja Apostólica?http://www.veritatis.com.br/apologetica/protestantismo/566-o-que-eh-igreja-apostolica

Bento XVI: Jesus nos assegura sua presença real na Eucaristia



Em seu discurso prévio à oração do Regina Caeli, este domingo na Praça de São Pedro, o Papa Bento XVI assinalou que Jesus assegura aos fiéis sua presença real entre nós, através da Palavra e da Eucaristia.

“Assim como os discípulos de Emaús reconheceram Jesus ao partir o pão, assim também nós encontramos o Senhor na Celebração Eucarística”, indicou.

O Papa remarcou que, tal como ensinou Santo Tomás de Aquino, é “necessário reconhecer segundo a fé católica, que todo o Cristo está presente neste sacramento”.

Depois de recordar que no tempo pascal, freqüentemente a Igreja administra a Primeira Comunhão às criançasBento XVI exortou os párocos, pais de família e catequistas em todo mundo a que “preparem bem esta festa da fé, com grande ardor, mas também com sobriedade”.

O Papa Bento XVI pediu à Virgem Maria que “nos ajude a escutar com atenção a Palavra do Senhor e a participar dignamente na mesa do Sacrifício Eucarístico, para converter-nos em testemunhos da nova humanidade”.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Pontificado de Bento XVI cumpre sétimo aniversário



Os católicos do mundo recordaram ontem o sétimo aniversário de pontificado do Papa Bento XVI. Em 19 de abril do ano 2005 o Cardeal Joseph Ratzinger, então Prefeito para a Congregação da Doutrina da Fé, foi eleito para suceder ao Papa João Paulo II na Cadeira do Pedro.
As primeiras palavras de Bento XVI ao início de seu pontificado recordaram o "grande Papa João Paulo II", e se definiu como um "simples e humilde trabalhador na vinha do Senhor".
"Consola-me o fato de que o Senhor sabe trabalhar e atuar também com instrumentos insuficientes, e sobre tudo confio em suas orações. Na glória do Senhor ressuscitado, confiados de sua ajuda permanente, caminhemos adiante, o Senhor nos ajudará e Maria Santíssima Mãe está de nossa parte", exclamou o Santo Padre diante de uma abarrotada Praça de São Pedro no dia de sua proclamação.
Joseph Ratzinger: O Papa da esperança
O Papa Bento XVI nasceu em Marktl am Inn, diocese de Passau (Alemanha) no dia 16 de abril de 1927, Sábado Santo, e neste mesmo dia foi batizado. Seu pai era um delegado de polícia proveniente de uma antiga família de agricultores da Baixa Baviera, de condições econômicas modestas, enquanto que sua mãe provinha de uma família de artesãos de Rimsting e antes de casar-se trabalhou de cozinheira em diversos hotéis.
A juventude de Joseph Ratzinger não foi fácil. A fé e a educação de sua família o prepararam para enfrentar a dura experiência que o regime nazista mantinha sob um clima de forte hostilidade contra a Igreja católica, e viu com seus olhos como os nazistas baterem no seu pároco antes da celebração da Santa Missa. Precisamente nessa complexa situação, descobriu a beleza e a verdade da fé em Cristo.
Desde 1946 a 1951 estudou filosofia e teologia na Escola superior de filosofia e teologia de Freising e na universidade de Munique, na Baviera. E em 29 de junho de 1951 recebeu a ordenação sacerdotal.
Joseph Ratzinger foi professor de teologia dogmática e fundamental em diversas escolas superiores da Alemanha, e no ano 1969 passou a ser catedrático de dogmática e história do dogma na Universidade de Ratisbona, onde ocupou também o cargo de vice-reitor da Universidade.
Desde 1962 a 1965 fez notáveis contribuições ao Concílio Vaticano II como "perito"; e em 25 de março de 1977, o Papa Paulo VI o nomeou arcebispo de Munich e Freising. Em 28 de maio recebeu a Ordenação episcopal.
Paulo VI o criou cardeal, com o título presbiteral de "Nossa Senhora da Consolação em Tiburtino", no consistório de 27 de junho do mesmo ano.
O Beato João Paulo II o nomeou Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, e Presidente da Pontifícia Comissão Bíblica e da Comissão Teológica Internacional.
Na Cúria romana, foi membro do Conselho da Secretaria de Estado para as Relações com os Estados; das Congregações para as Igrejas Orientais, para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, para os Bispos, para a Evangelização dos Povos, para a Educação Católica, para o Clero e para as Causas dos Santos.
Pertenceu aos Conselhos pontifícios para a Promoção da Unidade dos Cristãos e para a Cultura; do Tribunal Supremo da Assinatura Apostólica; e das Comissões pontifícias para a América Latina, "Ecclesia Dei", para a Interpretação autêntica do Código de Direito Canônico e para a Revisão do Código de Direito Canônico Oriental.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Católico, o cidadão de segunda categoria!

Já não é de hoje que o cristão, mais particularmente o católico, é o alvo preferido de todas as rodas de bate-papo. Dele, do católico, pode-se zombar sem maiores preocupações, ninguém precisa se sentir acanhado disso. Pode-se ofender da sua fé, questionar sem nenhum compromisso e desejo de ouvir qualquer resposta a respeito da tradição e da doutrina bi-milenar da Igreja. Pode-se criticar toda e qualquer conduta desses fiéis (suas regras de piedade, sua liturgia, suas devoções, seus princípios morais) que nunca alguém será taxado de intolerante por isso. Não! Intolerante é o católico, que tem valores morais baseados no evangelho.
 Se não fez o teste, pode fazer, ninguém vai discordar e ainda você pode ser aplaudido. De repente a coisa avança, você escreve um livro e já ganha uma bolsa-auxílio do MEC e um convite para dar palestra na PUC.
 O católico hoje é como o ator-escada, categoria de ator colocado em filmes com as falas mínimas apenas para permitir ao protagonista se desenvolver sem fazer esforço. É assim que a dita intelectualidade se enxerga diante desse homem, como alguém que tem uma escadinha sempre a seu dispor, escadinha que se ousar sair do roteiro pré-estabelecido de submissão, basta pisar mais forte lembrando que "vivemos num Estado laico".
Por exemplo, se descobrem que o presidente do Conselho da Academia Internacional de Direito e Economia, membro das Academais de Letras Jurídicas Brasileira e Paulista, de Cultura Portuguesa, condecorado autor de mais 40 livros, 150 em co-autoria e 800 estudos traduzidos em mais de 10 línguas - o professor Ives Gandra - vai na missa e comunga, obtém no ato o direito de jogar fora absolutamente todos os argumentos dessa monumental inteligência sem dor na consciência. "É católico, deve ter rabo preso com o papa".
Criou-se um gueto moral, pequeno, apertado e frio aonde todo e qualquer católico precisa ir viver sob pena de não ser tolerado pela sociedade. Não digo a sociedade real, feito de pessoas comuns que trabalham, que são conservadoras em relação ao modo como criam seus filhos e desejam uma vida correta, mas aquela sociedade das máscaras venesianas, das aparências, aonde a maioria não diz o que pensa porque o que importa é a aceitação e a popularidade intelectual, ou para ser mais atual, aonde o que importa é ser moderno na sua "network" e ter dezenas de "likes" no seu mural do Facebook.
Contanto que o católico não reclame de colocarem imagens de santos em situação pornográfica em passeata gay, que fique em silêncio quando o diretor da BBC disser que seu jornal zomba de Jesus mas não de Maomé, que aceite ser humilhado na vida pública por ilustres como o ministro Marco Aurélio Mello, permitindo ser associado a todo o tipo de ignorância e nunca se pronuncie contra a agenda de Antonio Gramsci, (eliminação da religião, incentivo a luta de classes, introdução de políticas contra a família como aborto, eutanásia, esterilização, divórcio, legalização de drogas e aparelhamento e controle do Estado sobre os indivíduos) ele está livre para ir a missa e se confessar.
Sim, o católico hoje é um cidadão de segunda categoria. Mas em partes, por sua própria culpa, por ter passado tempo demais confundindo caridade com passividade, respeito com permissividade, e por ter usado suas credenciais - outrora, motivo de orgulho - para justificar deslizes em questões inegociáveis. Por ter passado tempo demais acomodado a uma religião de aparências, sem esforço para buscar uma formação adequada (como se a primeira catequese fosse formação suficiente para uma vida toda), para dar ao mundo à sua volta as razões da sua fé e ter conteúdo verdadeiro a disposição de quem quer que desejasse entender o complexo e ao mesmo tempo, simples cristianismo. Virou caricatura, símbolo de moleza, e vendeu aos seus inimigos um produto tão inócuo, que atraiu a agressividade.
 Não são os negros, os GLBTs, as mulheres ou os pobres os verdadeiros discriminados da sociedade, - se você incomodar esses, tem ONG, tem Ministério pela Igualdade e Minorias, delegacia da mulher e MST para proteger -são os católicos. Esse você pode malhar a vontade e pode acabar fazendo carreira ainda por cima.
Fonte: www.veritatis.com.br

quarta-feira, 18 de abril de 2012

As crianças têm direito a uma «família normal», afirma autoridade vaticana


O Presidente do Pontifício Conselho para a Família, Cardeal  Ennio Antonelli defendeu hoje uma conferência em Lisboa “o direito” das crianças a um núcleo familiar “normal” e rechaçou a equiparação do “matrimônio de um homem e uma mulher” com “outras formas de convivência”. O prelado disse ainda esperar um milhão de pessoas no encerramento do 7.º Encontro Mundial das Famílias, entre 1 e 3 de junho, em Milão (Itália), com a presença de Bento XVI.
“A família normal fundada sobre o matrimônio é uma comunidade estável de vida e de pertença recíproca”, enquanto outros modelos se situam na “lógica do indivíduo que pertence apenas a si mesmo e mantém com os outros só uma relação contratual de intercâmbio”, sustentou o purpurado em sua exposição na capital portuguesa em declarações reunidas pela agência Ecclesia do episcopado português.
Em resposta a uma pergunta colocada pela audiência na Aula Magna da Universidade de Lisboa, Dom Antonelli declarou que “é necessário não apenas olhar para os desejos dos adultos, mas para os direitos das crianças”, já que “os desejos nem sempre são direitos, mas o bem objetivo das crianças é um direito”.
“O mal-estar e os deslizes juvenis aparecem associados, em medida muito mais elevada às famílias desfeitas, incompletas e irregulares”, afirmou na conferência de abertura do encontro “A Família e o Direito – Nos 30 Anos da Exortação Apostólica ‘Familiaris Consortio’”.
O presidente do organismo da Santa Sé lembrou que “em nome da não discriminação, se reivindica o direito dos homossexuais a contrair matrimônio ou pelo menos a equiparar em tudo a sua relação ao matrimonio”. Esta posição, disse Dom Antonelli, esquece “que a justiça não consiste em dar a todos as mesmas coisas, mas em dar a cada um o que lhe pertence, e que é injusto tratar de modo igual realidades diversas”.
As “pesquisas sociológicas”, frisou, demonstram que, “percentualmente falando, os casados são mais felizes que os solteiros, os conviventes e os separados”.
Segundo a nota da Agência Ecclesia, o prelado referiu que “a contestação mais forte contra a Igreja diz respeito à ética sexual”, porque “aos olhos de muitos” a doutrina católica “apresenta-se como inimiga da liberdade e da alegria de viver”.
A “felicidade”, no entanto, não se centra na economia: o fato de se ter “uma família normal conta mais que o lucro” e “a falência do matrimonio faz sofrer mais que o desemprego”, ressaltou.
A Igreja, contrapôs o purpurado, “não rebaixa a sexualidade, mas, integrando-a no amor de doação, exalta-a até fazer dela uma antecipação das núpcias eternas”. O cardeal acentuou que “o objetivo fundamental” dos católicos “deve ser a formação duma cultura e duma opinião pública favorável à família”.
Finalmente, o arcebispo assinalou que “para sair da crise econômica atual”, todos se dão conta de que há necessidade, por um lado, de inovação, investimentos e maior produtividade e, por outro, de equilibrada alternância de gerações e, consequentemente, taxa mais elevada de natalidade e melhor educação.
Em outro momento, em declarações aos jornalistas, o cardeal italiano apelou a uma “séria preparação para o matrimônio”, na Igreja Católica, com um “itinerário, um caminho prolongado, doutrinal e prático, de vida cristã” e disse esperar um milhão de pessoas no encerramento do 7.º Encontro Mundial das Famílias, entre 1 e 3 de junho, em Milão (Itália), com a presença de Bento XVI.