terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Padre é suspenso na Espanha por insistir em participar de BIG BROTHER em sua versão espanhola

O arcebispado de Barcelona publicou em seu site um decreto dos Missionários do Sagrado Coração que suspende a divinis o padre Juan Antonio Molina Sanz, pertencente à congregação, enquanto ele mantiver o propósito de participar no programa televisivo Gran Hermano, versão espanhola do reality show conhecido no Brasil como Big Brother.
Juan Antonio Molina Sanz, 40, vive em Barcelona e se declara amante de motos, academias de musculação e heavy metal. Sua decisão não agradou nem sequer à sua família, de acordo com os meios de comunicação. Além de sacerdote, Molina também é professor.
O decreto publicado no site do arcebispado de Barcelona tem data de 19 de dezembro de 2011 e é assinado pelo superior geral dos Missionários do Sagrado Coração, Pe. Mark McDonald, e pelo secretário geral, Pe. Luis Carlos Araujo Moraes, que afirmam que, “depois de constatar que o Pe. Juan Antonio Molina Sanz expressou a vontade de participar do programa televisivo Gran Hermanocontrariando uma ordem explícita do seu provincial, o Pe. Wifredo Arribas Sancho, e depois de informar ao Pe. Juan Molina por meio do seu provincial e diretamente por correio eletrônico sobre os efeitos negativos que essa participação poderia ter para ele próprio, para a congregação e para a Igreja, o abaixo assinado superior geral da congregação dos Missionários do Sagrado Coração, com o consentimento do Conselho Geral, reunido em 19 de dezembro de 2011, em Roma, declara o Pe. Juan Antonio Molina Sanz suspenso a divinis”.
O decreto detalha que esta punição “proíbe ao sacerdote todo trabalho pastoral com os fiéis, a celebração pública da Eucaristia e a pregação aos fiéis, e ouvir a confissão dos fiéis”.
“Esta pena”, prossegue o texto, “terá efeito a partir do momento em que o Pe. Juan Molina desobedecer à ordem do seu provincial e participar do programa televisivo”.
Trata-se de “uma sanção temporária, que tem como finalidade suscitar no Pe. Molina um desejo sincero de mudança e de conversão. Durará até a sua oficial revogação por decreto contrário”.
O Pe. Molina, de acordo com o mesmo documento, foi informado de que “os efeitos desta pena ficam suspensos toda vez que vier a ser preciso atender fiéis em perigo de morte, segundo o cânon 1335”.
O texto pede “às autoridades eclesiásticas, em particular aos bispos mais envolvidos no caso, que velem para que o Pe. Molina respeite este decreto no espírito em que foi emitido, isto é, visando a proteção dos fiéis e a sua própria conversão”.
ENTENDA MELHOR A SUSPENSÃO ” A  DIVINIS”
A suspensão do ministério sacerdotal

Dentro do Código de Direito Canónico podemos encontrar um livro inteiramente dedicado ao direito penal como último argumento em função do bem da comunidade e da própria pessoa, aplicado com o espírito próprio que deve animar toda a Igreja e onde está sempre presente a suprema lei, que é a salvação das almas (c.1752). O fim sobrenatural do direito canónico não pode não ser também o fim do direito penal. Sempre que a Igreja aplica o direito penal, aplica-o com misericórdia e caridade para com o fiel que falha, e com a preocupação pastoral por ele e pela comunidade.

No direito penal existem dois tipos de pena: as penas expiatórias e as penas medicinais ou censuras (c.1312).
No primeiro tipo de pena, o legislador privilegia a expiação do delito cometido e, no segundo tipo, a correção. As penas medicinais, como o próprio nome indica, são dadas para curar, para converter, para alterar um comportamento que lesa a comunhão. Trata-se de uma pena, mediante a qual o batizado que falha e teima em continuar no erro é privado de alguns bens espirituais, até que, uma vez arrependido da persistência no erro é absolvido. Uma vez que a pena medicinal está ligada à conversão, ela acaba por ser retirada, sempre e quando exista verdadeiro arrependimento e vontade de emenda.
Dentro das penas medicinais podemos encontrar a excomunhão, o interdito e a suspensão.

A suspensão é uma pena medicinal aplicada apenas aos clérigos, e pode proibir todos os atos do poder de Ordem (antigamente era chamada suspensão a divinis, ou seja, suspensão do ministério divino);quer dizer que o sacerdote fica proibido de exercer o seu ministério sacerdotal. Continua a ser padre mas, neste caso, não pode exercer licitamente o poder do sacramento da ordem recebido.

O sacerdote suspenso deixa de ser pároco e todos os Matrimónios celebrados por ele nessa condição são inválidos, com grande dano para os fiéis. O sacramento do Matrimónio é celebrado invalidamente (c.1108), uma vez que o sacerdote suspenso da Ordem não tem faculdade de assistir ao Matrimónio.
Só os párocos e o Ordinário do Lugar (Bispo e Vigário Geral ou Episcopais) e os padres com a devida faculdade de assistir ao Matrimónio o podem realizar validamente. Não se aplica aqui o poder da Igreja suprir a ausência da faculdade para assistir o Matrimónio (c.144§2; c.1109).

A suspensão pode ser aplicada por decreto do Bispo ou por sentença do juiz ou ainda de forma automática pela violação de uma lei penal.

A pena de suspensão pode ser aplicada mediante um processo administrativo (através do decreto do Bispo com prévia admoestação) ou mediante um processo judicial (através da sentença do Tribunal Eclesiástico).

A remissão da pena medicinal da suspensão implica que o remédio penal obteve os seus frutos e restaurou-se a ordem, a justiça; obteve-se a conversão do sacerdote e o cumprimento das condições requeridas para a sua integração.
A verificação do arrependimento envolve uma avaliação pastoral e pode, por isso, ser dada a remissão sob condição e impondo adequadas penitências. A remissão da pena pode ser pedida pelo interessado ou por iniciativa da autoridade competente. Uma vez apresentadas as condições para a remissão da pena (por exemplo: saída da paróquia que ocupa ilegitimamente), cabe ao clérigo o passo seguinte de apresentar o seu arrependimento e vontade firme de exercer licitamente o seu ministério sacerdotal, cumprindo as condições apresentadas (exemplo: saindo da paróquia). Sem esse arrependimento manifestado, não poderá haver remissão da pena.

As penas medicinais foram constituídas de forma pedagógica e de forma a garantir um último meio para o restabelecimento da justiça, a reparação do escândalo e a conversão do fiel (c.1341). Está em causa, não só a salvação e plena integração do sacerdote no presbitério e em toda a Igreja Diocesana, como a comunhão eclesial da própria comunidade paroquial, lesada por comportamentos que ferem a unidade da Igreja. Uma tal situação do sacerdote coloca a comunidade eclesial fora da comunhão total e a celebrar actos sacramentais inválidos e ilícitos com grande prejuízo para todos os fiéis. Não poderá receber a visita do Senhor Bispo uma vez que o padre suspenso está a ocupar um lugar que não lhe pertence.

O Tribunal Eclesiástico pode punir com maior gravidade quem depois da condenação ou da declaração da pena continuar na mesma situação e, desrespeitando a pena aplicada, mostrar pelas circunstâncias a sua obstinação na má vontade (c.1326).
Além da suspensão por desobediência ao bispo outras situações são igualmente graves e punidas pela lei canónica: usurpação do ofício eclesiástico; exercício ilegítimo do poder sacerdotal; fabricação de documento eclesiástico público falso; cisma; provocar desprezo contra a religião ou a Igreja ou provocar o ódio dos fiéis contra o Bispo por causa de algum ato do poder ou do ministério eclesiástico, ou provocar os fiéis à desobediência.

A declaração de uma pena eclesiástica é sempre um ato de dor e sofrimento, que não tende a marginalizar ou expulsar alguém da comunhão eclesial, mas apenas decreta a real situação de afastamento, em que o próprio fiel, por qualquer razão, se colocou.

Padre Doutor Marcos Gonçalves
Vigário Judicial

Jogador de futebol deixa liga inglesa pelo seminário católico irlandês em Roma


O Pontifício Colégio Irlandês de Roma (Itália), é agora o lar de Phil Mulryne, de 34 anos, ex-jogador do Manchester United e do Norwich, que descobriu no trabalho social sua vocação ao sacerdócio.
Conforme informou o site espanhol Religión en Libertad, "Mulryne tinha fama de ser divertido, amigável e um pouco indisciplinado". Formou-se nas divisões juvenis do Manchester United junto de David Beckham até que foi transferido ao Norwich em 1999. Ele chegou a integrar a seleção da Irlanda do Norte, de cuja concentração foi retirado em 2005 por falta disciplinar.
Devido às constantes lesões, ele deixou definitivamente o futebol em 2008. Religión en Libertad assinalou que sua participação em atividades solidárias e caritativas teria chamado a atenção do Bispo de Down and Connor (Irlanda), Dom Noel Treanor, quem lhe expôs sua possível vocação sacerdotal.
Seu ex-companheiro no Norwich, Paul McVeigh, disse à imprensa inglesa que mantinha contato com o Mulryne "e sabia que tinha dado uma reviravolta em sua vida, que fazia muito trabalho social e ajudava os sem teto semanalmente. Ainda assim, impactou-me que ele sentisse este chamado".
"O que está claro é que não é algo a ser tomado à ligeira, porque para ser ordenado sacerdote católico ele terá que estudar dois anos de filosofia e quatro de teologia", afirmou.


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por
ACI Digital

A consagração, instrumento da nova evangelização

Vem e segue-me: lema da Jornada Mundial da Vida Consagrada
MADRI, segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

No próximo dia 2 de fevereiro, festa da Apresentação de Jesus no templo, a Igreja reza e dá graças por aqueles que dedicam toda a sua vida para o serviço do Reino. Desde 1997, por iniciativa do Beato João Paulo II, celebra-se nesse dia a Jornada Mundial da Vida Consagrada.
"Nesse dia olhamos para a vida consagrada e para cada um dos seus membros como um dom de Deus à Igreja e à humanidade", disse na apresentação da Jornada monsenhor Vicente Jiménez Zamora, Bispo de Santander e presidente da Comissão Episcopal para a Vida Consagrada.
"Juntos - acrescenta - agradecemos a Deus pelas Ordens e Institutos religiosos dedicados à contemplação ou ao apostolado, pelas Sociedades de Vida Apostólica, pelos Institutos Seculares, pela Ordem das Virgens, pelas novas formas de Vida Consagrada ".
O lema escolhido para este ano é: "Vem e segue-me" (Mc 10, 21). O bispo lembra que esta Jornada acontece depois da celebração da Jornada Mundial da Juventude em Madri e no horizonte do próximo Sínodo dos Bispos sobre o tema: a nova evangelização para a transmissão da fé cristã (Roma, 7-28 de outubro de 2012).
"A nova evangelização, à qual a Igreja nos convida - diz ele - é primeiramente um desafio espiritual para sair da indiferença. Depende em grande medida da credibilidade da nossa vida e da convicção de que a graça de Deus trabalha e transforma até converter os corações. A nova evangelização pede novos evangelizadores. "
"As pessoas consagradas são chamadas pela sua vocação - acrescenta Dom Jiménez Zamora - consagração e missão de viver um estilo de vida, que requer, em primeiro lugar, a santidade de vida à qual toda a Igreja está chamada. Este estilo se manifesta visivelmente nos conselhos evangélicos vividos em comunidade. Através deles se manifesta a radicalidade e a novidade do seguimento de Jesus Cristo. A consagração é, assim, instrumento de nova evangelização".
Lembra as palavras do Beato João Paulo II, na exortação apostólica Vita Consecrata: "As pessoas consagradas, em virtude de sua vocação específica, são chamadas a manifestar a unidade entre autoevangelização e testemunho, entre renovação interior e apostólica, entre ser e atuar, destacando que o dinamismo surge sempre do primeiro elemento do binômio."
E concluiu com uma citação do Papa Bento XVI que, no Encontro com jovens religiosas, na Jornada Mundial da Juventude, ao falar sobre a natureza radical da vida consagrada, dizia: "Queridas irmãs, este é o testemunho da santidade para a qual Deus vos chama, seguindo muito de perto e sem condições a Jesus Cristo na consagração, comunhão e missão. A Igreja precisa da vossa fidelidade jovem enraizada e edificada em Cristo. Obrigado pelo vosso "sim" generoso, total e perpétuo ao chamado do Amado. Que a Virgem Maria sustente e acompanhe vossa juventude consagrada, com o vivo desejo de que interpele, incentive e ilumine a todos os jovens”.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Veja imagens históricas da ordenação sacerdotal de Bento XVI, em 1951.

Bento XVI: Para Deus a autoridade é uma forma de serviço para levar o amor ao homem

VATICANO, 29 Jan. 12

Diante do ilhares de peregrinos que se reuniram hoje na praça de São Pedro no Vatiacano, Bento XVI pediu hoje pelo  “dom da paz” para Terra Santa, libertando simbolicamente duas pombinhas brancas desde a janela do seu apartamento, como símbolo deste pedido. O gesto o foi apresentado pelo Papa como “um sinal de paz para a cidade de Roma e para o mundo inteiro”.

As pombas foram transportadas por duas crianças da Ação Católica romana, seguindo uma tradição iniciada em 1985, e a sua libertação não correu conforme o previsto, num momento inicial, o que levou Bento XVI a comentar que as aves não queriam deixar “a casa do Papa”, relata a agência ecclesia do episcopado português.

Na sua catequese, Bento XVI convidou a refletir sobre o “poder de Deus”, que apresentou como “serviço, humildade, amor”, em contraponto às ideias de “domínio” e “sucesso”.

Falando sobre o Evangelho deste domingo Bento XVi disse que a passagem nos apresenta Jesus, que no dia de sábado, pregou na sinagoga de Cafarnaum, a pequena cidade junto ao lago da Galiléia onde viviam Pedro e seu irmão André. “Ao seus ensinamentos, que desperta a admiração do povo, segue a cura de "um homem com um espírito imundo" (v. 23), que reconhece Jesus como o "santo de Deus", o Messias. Em pouco tempo, sua fama se espalhou por toda a região, anunciando que ele viaja proclamando Reino de Deus e curando os doentes de todos os tipos: palavra e ação”, sublinhou.

“A autoridade divina não é uma força da natureza. É o poder do amor de Deus que cria o universo e, encarnando-se no Filho Unigênito, descendo na nossa humanidade, purifica e restabelece o mundo corrompido pelo pecado”, explicou Bento XVI. Como escreve Romano Guardini, “toda a existência de Jesus traduz a potência da humildade… a soberania que se abaixa à forma de servo”.

O Papa explicou que para Deus, a autoridade "significa entrar na lógica de Jesus que se inclina para lavar os pés dos discípulos, que procura o verdadeiro bem do homem, que cura as feridas, que é capaz de um amor tão grande (ao ponto) de dar a vida, porque é o Amor".

No contexto do Dia Mundial dos Leprosos, instituído pela Organização das Nações Unidas, em 1954, a pedido de Raoul Follereau, a intervenção papal quis deixar uma palavra de “encorajamento” a todas as pessoas afetadas pela doença e a todas quantas as assistem. Bento XVI apelou a um compromisso para “eliminar a pobreza e a marginalização, verdadeiras causas da persistência do contágio” pela lepra.

Bento XVI recordou também o Dia Internacional de intercessão pela paz na Terra Santa. 
“Em profunda comunhão com o Patriarca Latino de Jerusalém e o Custódio da Terra Santa, invoquemos o dom da paz para aquela Terra abençoada por Deus”, pediu o Papa.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O Papa alenta missionários a "fazerem resplandecer a Palavra da verdade"

VATICANO, 26 Jan. 12 

A Santa Sé apresentou hoje a mensagem do Papa Bento XVI para a próxima Jornada Missionária Mundial que se celebra no dia 21 de outubro sob o tema "Chamados a fazer resplandecer a Palavra da verdade". 

Este ano, a celebração coincide com o 50º aniversário do Decreto conciliar "Ad gentes" sobre a atividade missionária daIgreja e a mensagem aborda quatro elementos principais: A prioridade de evangelizar, a eclesiologia missionária, a fé e seu anúncio, e a caridade no anunciar.

A prioridade de evangelizar

O Santo Padre ressaltou que é preciso dar prioridade à evangelização e sublinhou que "todos os componentes do grande mosaico da Igreja devem sentir-se fortemente questionados pelo mandamento do Senhor de pregar o Evangelho, a fim que Cristo seja anunciado a todos".

Todos os católicos "devemos nos colocar sobre as pegadas do apóstolo Paulo, “prisioneiro de Cristo pelos pagãos” (Ef 3,1), que trabalhou, sofreu, lutou para disseminar o Evangelho em meio aos pagãos (cfr Ef 1,24-29), sem poupar energia, tempo e meios para fazer ser conhecida a Mensagem de Cristo.".

"Como São Pablo, devemos nos ocupar dos afastados, aqueles que não conhecem ainda a Cristo e não experimentaram a paternidade de Deus, no conhecimento de que a ‘cooperação missionária deve alcançar hoje em dia novas formas, incluindo não só a ajuda econômica, mas também a participação direta da evangelização".

Além disso, a Jornada Missionária Mundial coincide com a abertura do Ano da fé e o Sínodo dos Bispos sobre a nova evangelização, o qual "será uma ocasião perfeita para relançar a cooperação missionária, sobretudo nesta segunda dimensão".

Eclesiologia missionária

O Santo Padre animou também a reavivar a eclesiologia da missão e chegar a todos aqueles homens que ainda não conhecem a existência de Deus. " é dever a ela incumbida pelo Senhor Jesus, a fim que os homens possam crer e serem salvos. Sim, esta mensagem é necessária, é única, é insubstituível”, afirmou.

"Temos a necessidade portanto de tomar o mesmo impulso apostólico das primeiras comunidades cristãs, que pequenas e indefesas, foram capazes –com o anúncio e o testemunho-, de difundir o Evangelho em todo mundo que então se conhecia", recordou.

Fé e anúncio

O anúncio da fé é outro tema central no trabalho da missão, "é necessário renovar o entusiasmo de comunicar a fé para promover uma nova evangelização da comunidade e dos povos de antiga tradição cristã, os quais estão perdendo a referência de Deus, no campo de descobrir a alegria do acreditar", exortou.

"A fé é um dom que nos é dado para que seja dividido; é um talento recebido para poder dar frutos; é uma luz que não deve ser escondida, mas deve iluminar toda a casa; é o dom mais importante que nos foi dado para nossa existência e não podemos detê-lo para nós mesmos.".

O anúncio se faz caridade

O Santo Padre convidou a fazer ressonar com força o Evangelho por todos os continentes e comunicou a necessidade urgente de novos missionários no seio da Igreja, recordou que ser missionário "trata-se de uma expressão de profunda comunhão, partilha e caridade entre as Igrejas, para que cada homem possa escutar e escutar novamente o anúncio que cura e aproxima-os dos Sacramentos, fonte de verdadeira vida".

Finalmente, Bento XVI agradeceu a todos os missionários, porque são eles que levam a justiça aos mais pobres, assistência médica aos abandonados, reabilitação aos marginados, apoio e desenvolvimento aos povos necessitados, e respeito à vida em cada uma de suas fases.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Catequese de Bento XVI – 25/01/2012


CATEQUESE
Sala Paulo VI
Quarta-feira, 25 de janeiro de 2012



Queridos irmãos e irmãs
Na catequese de hoje concentramos a nossa atenção sobre a oração que Jesus dirige ao Pai na hora do seu enaltecimento e da sua glorificação. Como afirma o Catecismo da Igreja Católica: “A tradição a define a oração sacerdotal de Jesus”. É aquela do nosso Sumo Sacerdote, a qual é inseparável do seu Sacrifício, da sua passagem (Páscoa) ao Pai, onde ele é inteiramente “consagrado” ao Pai. (n. 2747).
Esta oração de Jesus é compreensível na sua extrema riqueza, sobretudo se a colocamos no contexto da festa judaica da expiação, o Yom kippur. Naquele dia o Sumo Sacerdote completa a expiação por si mesmo, depois pela classe sacerdotal e enfim pela inteira comunidade do povo. O objetivo é o de conduzir o povo de Israel, depois das transgressões do ano, à consciência da reconciliação com Deus, à consciência de ser um povo eleito, ‘povo santo’ em meio aos outros povos. A oração de Jesus, apresentada no capítulo 17 do Evangelho Segundo João, retoma a estrutura desta festa. Jesus naquela noite se volta ao Pai no momento no qual está oferecendo a si mesmo. Ele, sacerdote e vítima, ora por si mesmo, pelos apóstolos e por todos aqueles que acreditarão n’Ele, pela Igreja de todos os tempos (Jo 17,20).
A oração que Jesus faz por si mesmo é o pedido da própria glorificação, do próprio enaltecimento na sua ‘hora’. Na realidade é mais um pedido e uma declaração de plena disponibilidade de entrar, livremente e generosamente, no desígnio do Pai que se cumpre na entrega, na morte e na ressurreição. Esta “Hora” é iniciada com a traição de Judas (Jo 13,31) e culminará na subida de Jesus ressuscitado ao Pai (Jo 20,17). A saída de Judas do cenáculo é comentada por Jesus com estas palavras: “Agora o Filho do Homem foi glorificado e Deus foi glorificado nEle” (Jo 13,31). Não acaso, Ele inicia a oração sacerdotal dizendo: “Pai, é chegada a hora: glorifica o teu Filho para que o Filho glorifique a ti” (Jo 17,1). A glorificação que Jesus pede por si mesmo como Sumo Sacerdote é o ingresso na plena obediência ao Pai, uma obediência que o conduz à sua mais plena condição filial: “E agora, Pai, glorifica-me diante de Ti com aquela glória que eu havia junto de Ti antes que o mundo existisse” (Jo 17,5). Esta disponibilidade e este pedido constituem o primeiro ato do sacerdócio novo de Jesus que é um doar-se totalmente na cruz, e exatamente sobre a cruz – o supremo ato de amor – Ele é glorificado, porque o amor é a alegria verdadeira, a glória divina.
O segundo momento desta oração é a intercessão que Jesus faz pelos discípulos que estiveram com Ele. Eles são aqueles dos quais Jesus pode dizer ao Pai: “Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me destes. Eram teus e os destes a mim, e eles observaram a Sua Palavra” (Jo 17,6). “Manifestar o nome de Deus aos homens” é a realização de uma presença nova do Pai em meio ao povo, à humanidade. Este “manifestar” não é somente uma palavra, mas é a realidade em Jesus; Deus está conosco, e assim o nome -  a sua presença conosco, o ser um de nós – se “realizou”. Portanto, esta manifestação se realiza na encarnação do Verbo. Em Jesus Deus entra na carne humana, se faz próximo em modo único e novo. E esta presença tem o seu ápice no sacrifício que Jesus realiza na sua Páscoa de morte e ressurreição.

Ao centro desta oração de intercessão e de expiação em favor dos discípulos está o pedido de consagração; Jesus diz ao Pai: “Eles não são do mundo, também eu mandei-lhes ao mundo; por eles eu consagro a mim mesmo, para que sejam também eles consagrados na verdade” (Jo 17, 16-19). Pergunto: o que significa “consagrar” neste caso? Antes de tudo vale dizer que “Consagrado” ou “Santo” é propriamente somente Deus. Consagrar, portanto, quer dizer transferir uma realidade – uma pessoa ou coisa – para a propriedade de Deus. E nisto estão presentes dois aspetos complementares: de uma parte tirar das coisas comuns, segregar, colocar à parte do ambiente de vida pessoal do homem para serem doados totalmente a Deus; e da outra esta segregação, esta transferência à esfera de Deus, tem um significado próprio de envio, de missão: exatamente porque, doada a Deus, a realidade, a pessoa consagrada existe para os outros, é doada aos outros. Doar a Deus quer dizer não estar mais para si mesmo, mas para todos. É consagrado quem, como Jesus, é segregado do mundo e colocado à parte para Deus em vista de um objetivo e exatamente por isto está plenamente à disposição de todos. Para os discípulos, será continuar a missão de Jesus, ser doado a Deus para ser assim em missão por todos. A noite de Páscoa, o Ressuscitado, aparecendo aos seus discípulos, lhes dirá: “A paz esteja convosco. Como o Pai me envio assim eu vos envio” (Jo 20,21)
O terceiro ato desta oração sacerdotal estende o olhar até o fim do tempo. Nela Jesus se volta ao Pai para interceder em favor de todos aqueles que serão levados à fé mediante a missão inaugurada pelos apóstolos e continuada na história: “Não oro somente por estes, mas também por aqueles que acreditarão em mim mediante a Palavra deles”. Jesus reza pela igreja de todos os tempos, reza também por nós (Jo 17,20). O Catecismo da Igreja Católica comenta: “Jesus levou a pleno cumprimento a obra do Pai, e a sua oração, como o seu Sacrifício, se estende até a consumação dos tempos. A oração da Hora preenche os últimos tempos e os leva em direção à consumação” (n.2749).

O pedido central da oração sacerdotal de Jesus dedicada aos seus discípulos de todos os tempos é aquela da futura unidade de quantos acreditarão n’Ele. Tal unidade não é um produto mundano. Essa provém exclusivamente da unidade divina e chega a nós do Pai mediante o Filho e no Espírito Santo. Jesus invoca um dom que provém do Céu, e que tem o seu efeito – real e perceptível – sobre a terra. Ele reza “para que todos sejam um, como Tu, Pai, estás em mim e eu em ti. Que eles estejam em nós sejam também estes em nós, para que o mundo creia que Tu me enviastes” (Jo 17,21). A unidade dos cristãos de uma parte é uma realidade secreta que está no coração daqueles que creem. Mas, ao mesmo tempo, ela deve aparecer com toda a clareza na história, deve aparecer para que o mundo creia, tem um objetivo muito prático e concreto, deve aparecer para que realmente todos sejam uma coisa só. A unidade dos futuros discípulos, sendo em unidade com Jesus – que o Pai enviou pelo mundo – é também a fonte originária da eficácia das missões cristãs no mundo.
Podemos dizer que na oração sacerdotal de Jesus se cumpre a instituição da Igreja. Exatamente ali, no ato da última ceia, Jesus cria a Igreja. Já que, não é a Igreja  a comunidade dos discípulos que, mediante a fé em Jesus Cristo como enviado do Pai, recebe a sua unidade e é envolvida na missão de Jesus de salvar o mundo conduzindo-o ao conhecimento de Deus? Aqui encontramos realmente uma verdadeira definição da Igreja. A Igreja nasce da oração de Jesus. E esta oração não é somente palavra: é o ato no qual se consagra a si mesmo e por assim dizer, se sacrifica pela vida do mundo (Jesus de Nazaré, II)
Jesus reza para que os seus discípulos sejam uma coisa só. Em força de tal unidade, recebida e guardada, a Igreja pode caminhar no mundo sem ser do mundo (cfr Jo 17,16) e viver a missão que lhe foi confiada para que o mundo creia no Filho e no Pai que a enviou. A igreja se torna então o lugar no qual se continua a missão do próprio Cristo:conduzir o mundo da alienação do homem em direção a Deus e a si mesmo, para fora do pecado, a fim que volte a ser o mundo de Deus.
Queridos irmãos e irmãs, colhemos alguns elementos da grande riqueza da oração sacerdotal de Jesus, que vos convido a ler e meditar, para que os guie no diálogo com o Senhor, nos ensine a rezar. Também nós, então, na nossa oração, pedimos a Deus que nos ajude a entrar, de modo mais pleno, no projeto que Ele tem sobre cada um de nós, peçamos à Ele para sermos “consagrados” a Ele, para pertencer-lhe sempre mais para poder amar sempre mais os outros, os próximos e os que estão distantes; peçamos à Ele para sermos sempre capazes de abrir a nossa oração às dimensões do mundo, não fechando-a no pedido de ajuda pelos nossos problemas, mas recordando diante do Senhor o nosso próximo, aprendendo a beleza de interceder pelos outros; peçamos à Ele o dom da unidade visível entre todos os que creem em Cristo – invocamos isto com força na semana de oração pela Unidade dos Cristãos -  oremos para estarmos prontos para responder a qualquer um que nos pergunte acerca da esperança que está em nós (cfr. IPT 3,15). Obrigado. 


Bento XVI propõe que as redes sociais sejam espaços de silêncio e reflexão


VATICANO, 25 Jan. 12

Papa Bento XVI pediu considerar "com interesse para as várias formas de sítios, aplicações e redes sociais que possam ajudar o homem atual não só a viver momentos de reflexão e de busca verdadeira, mas também a encontrar espaços de silêncio, ocasiões deoração, meditação ou partilha da Palavra de Deus".

O Santo Padre refletiu sobre o papel dos ambientes virtuais em sua mensagem para a 46º Jornada Mundial das Comunicações Sociais, titulado "Silêncio e palavra: Caminho de Evangelização", publicado neste 24 de janeiro dia em que a Igreja celebra a São Francisco de Sales.

Em alusão a redes como Facebook e Twitter, onde os usuários compartilham apenas breves mensagens de máximo 140 caracteres, o Papa explicou que "na sua essencialidade, breves mensagens – muitas vezes limitadas a um só versículo bíblico – podem exprimir pensamentos profundos, se cada um não descuidar o cultivo da sua própria interioridade".

Na mensagem dirigida aos comunicadores, o Santo Padre destaca a importância do silêncio e a palavra, um aspecto que "às vezes fica esquecido, sendo hoje particularmente necessário lembrá-lo".

Estes são dois momentos da comunicação "que se devem equilibrar, alternar e integrar entre si para se obter um diálogo autêntico e uma união profunda entre as pessoas. ".

"Quando palavra e silêncio se excluem mutuamente, a comunicação deteriora-se, porque provoca um certo aturdimento ou, no caso contrário, cria um clima de indiferença; quando, porém se integram reciprocamente, a comunicação ganha valor e significado", acrescenta o Pontífice.

O Papa sublinha também que "o silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras densas de conteúdo. No silêncio, escutamo-nos e conhecemo-nos melhor a nós mesmos, nasce e aprofunda-se o pensamento, compreendemos com maior clareza o que queremos dizer ou aquilo que ouvimos do outro, discernimos como exprimir-nos".

“Por isso, do silêncio, deriva uma comunicação ainda mais exigente, que faz apelo à sensibilidade e àquela capacidade de escuta que frequentemente revela a medida e a natureza dos laços", expressou.

O silêncio também ajuda a discernir e a relações as situações que "à primeira vista, pareciam não ter ligação entre si, a avaliar e analisar as mensagens; e isto faz com que se possam compartilhar opiniões ponderadas e pertinentes, gerando um conhecimento comum autêntico. Por isso é necessário criar um ambiente propício, quase uma espécie de «ecossistema» capaz de equilibrar silêncio, palavra, imagens e sons".

O Papa logo se referiu às perguntas essenciais que se faz toda pessoa sobre sua origem e seu destino, que constituem um convite à reflexão, ao diálogo "e ao silêncio, que às vezes pode ser mais eloquente do que uma resposta apressada, permitindo a quem se interroga descer até ao mais fundo de si mesmo e abrir-se para aquele caminho de resposta que Deus inscreveu no coração do homem".

O silêncio, prossegue o Papa, é o lugar aonde fala Deus ao homem: "se Deus falar com homem também no silêncio, o homem igualmente descobre no silêncio a possibilidade de falar com Deus e de Deus".

"A contemplação silenciosa –continua Bento XVI– nos inunda na fonte do Amor, que nos conduz para nosso próximo, para sentir sua dor e oferecer a luz de Cristo, sua Mensagem de vida, seu dom de amor total que salva".

Depois de recordar que para a pergunta sobre o sentido do homem encontra-se a resposta no mistério de Cristo, do qual nasce a missão da Igreja de evangelizar, o Papa reitera que a palavra e o silêncio são a base para a evangelização.

"Educar-se em comunicação quer dizer aprender a escutar, a contemplar, para além de falar; e isto é particularmente importante paras os agentes da evangelização: silêncio e palavra são ambos elementos essenciais e integrantes da ação comunicativa da Igreja para um renovado anúncio de Jesus Cristo no mundo contemporâneo", conclui.

A Jornada Mundial das Comunicações Sociais será celebrada no próximo 20 de maio. Participaram da apresentação da mensagem o Presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, Arcebispo Claudio Maria Celli; Dom Paul Tighe, Secretário do mesmo dicastério, Dom Giuseppe Antonio Scotti, Secretário adjunto do mesmo; e o subsecretário o Dr. Angelo Scelzo.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Ministério Público Federal apoia nota da CNBB em relação a reality shows.

Terra

O Ministério Público Federal apoiou a nota divulgada na última quinta-feira (17) pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em que a entidade condenava o “baixo nível moral” dos reality shows.
O subprocurador-geral da República, Aurélio Rios, que está respondendo interinamente pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), informou a Terra Magazines que “há várias iniciativas de procuradores da República em todos os Estados” em relação ao Big Brother Brasil, um dos principais alvos das críticas.
- Achamos que (a atração) é um grande desserviço e serve muito à deseducação. Não estimula a criação, o princípio de solidariedade, os valores éticos da pessoa e da família – afirma o procurador, que acha inapropriada a classificação indicativa do reality show.
- Na minha opinião, apenas a minha opinião, não deveria ser para 14, mas para 18 anos.
Na nota, a CNBB exortou “a todos no sentido de se buscar um esforço comum pela superação desse mal na sociedade, sempre no respeito à legítima liberdade de expressão, que não assegura a ninguém o direito de agressão impune aos valores morais que sustentam a Sociedade”. A entidade fez ainda um apelo ao Ministério Público, pedindo “uma atenção mais acurada no acompanhamento e adequadas providências em relação à programação televisiva”.
Em dezembro de 2010, a PDFC encaminhou à diretoria da Rede Globo de Televisão recomendação para que fossem respeitados, na 11ª edição Big Brother Brasil, os direitos constitucionais.
O documento, uma espécie de alerta, foi motivado por reclamações direcionadas a outras edições do reality show. Para se ter uma ideia, só BBB10 foi alvo de 400 denúncias, como homofobia, incitação à violência, apelo sexual, inadequação no horário de exibição e violação da dignidade da pessoa humana.
Na recomendação, a PFDC pedia que a TV Globo adotasse “medidas preventivas necessárias para evitar a veiculação de práticas de violações de direitos humanos, tais como tratamento desumano ou degradante, preconceito, racismo e homofobia”.
De acordo com Rios, a emissora, que tinha prazo de 30 dias para responder à solicitação, ainda não se manifestou.
-Vamos pedir justificativa sobre porque não foi respondido e sobre porque não foi tomada nenhuma providência.
Confira a entrevista.
Terra Magazine – A CNBB fez um apelo ao Ministério Público, pedindo “uma atenção mais acurada no acompanhamento e adequadas providências em relação à programação televisiva”. A entidade vai responder ao pedido da CNBB?
Aurélio Rios - Primeiro, concordamos inteiramente com a CNBB no sentido de que ao Ministério Público cabe o acompanhamento destes conteúdos programáticos, especialmente, dentro da ideia de que isso fere direitos humanos, sobretudo, das crianças e dos adolescentes. A PFDC está de acordo com o conteúdo da nota. Nós temos, sim, este papel de fiscalizar, como estamos fazendo. Mandamos uma recomendação específica para a Rede Globo.
Esta recomendação foi aquela encaminhada em dezembro passado, na qual a procuradoria pedia para que fossem respeitados na 11ª edição Big Brother Brasil os direitos constitucionais. A emissora tinha prazo de 30 dias para resonder.
A recomendação foi respondida?
A emissora não respondeu e estamos reiterando o ofício, pedindo, inclusive, providências a respeito disso. O primeiro deles é que fosse observada a autorregulamentação dirigida às próprias emissoras, especialmente, em relação a esse reality show chamado Big Brother Brasil. Achamos que é um grande desserviço e serve muito à deseducação. Não estimula a criação, o princípio de solidariedade, os valores éticos da pessoa e da família.
Na edição anterior do Big Brother, foram mais de 400 denúncias contra a atração. O Ministério Público pretende tomar alguma providência em relação à edição atual?
Na verdade, já estamos tomando várias providências. Há várias iniciativas de procuradores da República em todos os Estados. O que nós, na PFDC, estamos fazendo é centralizando as informações, de modo que possamos ter uma atuação mais integrada. Obviamente, não só em relação à emissora TV Globo, como em relação a todas as outras, porque os reality shows, infelizmente, se disseminaram nas emissoras de canal aberto. Isso tem sido uma preocupação de todos os procuradores da República que atuam na defesa dos direitos humanos, especialmente, na defesa da criança e do adolescente.
Como o Ministério Público interpretou o fato de a TV Globo não ter respondido à recomendação?
Na nossa opinião, o prazo já foi vencido. Vamos pedir justificativa sobre porque não foi respondido e sobre porque não foi tomada nenhuma providência. No caso de uma recomendação, não há uma penalidade, mas eu entrei com um mandado de segurança para que as crianças e adolescentes do Acre, de Rondônia, do Amapá, do Amazonas pudessem também ter respeitada sua faixa etária. Especialmente no horário de verão, programas que são próprios para a transmissão às 22h estavam passando às 19h nesses Estados. Um horário em que, muitas vezes, os pais não estão em casa e não têm como desligar a televisão.
Este mandado de segurança foi deferido por unanimidade pelos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Então, já há uma ordem em relação ao Ministério da Justiça para que seja obedecida a classificação indicativa, independentemente do fuso horário, porque programas como esse Big Brother não são indicados para menores de 14 anos.
O MPF tem fiscalizado a atual edição do BBB? Observaram se há ou não a ocorrência dos mesmo problemas verificados nas edições anteriores?
Qualitativamente, não mudou nada. Estamos confirmando uma dificuldade de entendimento em relação às emissoras, especialmente, as de canal aberto. Isso terá alguma consequência. Temos um grupo específico que tem trabalhado com a questão da classificação indicativa.
Há também uma preocupação com os conteúdos programáticos, o que não significa censura prévia, qualquer intervenção dentro do meio, mas apenas uma forma de ressalvar os direitos das crianças e dos adolescentes e das famílias, dos pais que estão realmente atormentados com sua falta de defesa com relação a esse baixíssimo nível no conteúdo apresentado.
Tanto não estamos com nenhum viés de censura prévia que achamos que esses programas deveriam passar, mas depois da meia-noite, e não na hora que passam e sem respeitar o fuso horário. Obviamente, o melhor dos mundos seria as próprias emissoras fizessem as correções de conteúdo.São realmente programas de baixíssimo nível e sem nenhum conteúdo pedagógico.
Compreendo que, dentro da liberdade de expressão, não é tudo que achamos necessário, moralmente aceitável que deva ser divulgado pela televisão. Compreendo que até coisas que nos pareçam asquerosas ou inaceitáveis possam passar, mas isso em horários bastante restritos. Acho que o grau de apelação é incompatível com a classificação indicativa. Achamos que, inclusive, essa classificação deveria aumentar de escala.
Qual deveria, na opinião do senhor, ser a classificação indicativa do BBB?
Na minha opinião, apenas a minha opinião, não deveria ser para 14 anos, mas para 18 anos. Vamos lutar para que haja, por parte das emissoras, mudança de conteúdo. Se não houver mudança, vamos lutar para que a classificação indicativa seja realmente destinada apenas a maiores de 18 anos e, em qualquer situação, que seja respeitado o fuso horário quando houver uma classificação indicativa.

Twitaço “#RetrateseDepJeanWyllys” ganha destaque Internacional

Fonte: Blog do Tiba
Quem diria que sairia melhor que encomenda?
O twitaço com a tag #RetrateseDepJeanWyllys pedindo ao Deputado Jean Wyllys (PSOL) que se retratasse da ofensa que fez ao Papa, ganhou  lugar nos assuntos mais comentados  no Twitter aqui no Brasil e ganhou também destaque internacional:http://www.hazteoir.org/noticia/43611-catolicos-brasilenos-convocan-twitazo-manana-nueva-arremetida-papa#.TxdXmrHi8op.facebook
O deputado chamou o Papa Bento XVI de genocida, nazista e de defensor pedofilia depois que a agencia de notícias Reuters distorceu o discurso do Papa: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=2302
O que ninguém esperava era que o twitaço fosse tão abrangente e tão amplamente abraçado.
As mensagens pedindo a retratação continuaram mesmo na madrugada de sexta e levou o deputado e seu  partido tentarem se defender pela internet, porém, foram infelizes em suas colocações e acabaram reforçando a posição do Deputado Jean.
O Partido PSOL  em seu twitter oficial chegou a chamar de “Canalhas” os católicos que exigiam a retratação do deputado.
Enquanto o twitaço acontecia o deputado postava mensagens com as palvras “estúpidez”, “medíocres”e “fanáticos”.
Por fim o Deputado Jean Wyllys não se retratou, continua o eco de sua acusação, mas de certo, dormiu sabendo que existe uma geração, que não é “tapada” e  que está com Bento XVI.

Twitaço “#RetrateseDepJeanWyllys” ficou em segundo lugar

Nesta última quinta feira, das 18,00 às 19,00 horas, milhares de católicos uniram-se em uma manifestação pacífica e civilizada, através de um “twitaço”, exigindo a retratação de um deputado, por sinal, eleito com votos de sobra, recebidos de seu partido.
Em infeliz declaração, o deputado, desrespeitosamente, referiu-se ao Santo Padre, o Papa Bento XVI acusando-o de ligações com o nazismo, entre outras pérolas.
É importante salientar o direito que nós, católicos, cidadãos deste país, temos de demonstrar democraticamente, nossas opiniões. É interessante ver que, quando os católicos usam deste direito, há gente que se enerva e, imediatamente, passa à agressão verbal. Ao “twitaço”, o deputado respondeu dizendo que os católicos “são medíocres”… Já seu partido, chama-nos de “canalhas”.
O bem sucedido “twitaço”, que manteve por mais de duas horas o trend “#RetrateseDepJeanWyllys” em segundo lugar entre os demais, (Note-se que o primeiro lugar foi ocupado, em boa parte do dia, pelo “Megaupload”) é assunto em outras partes do mundo.
Mas, vale a pena ver as afirmações do “nobre” deputado, para que se possa avaliar sua visão, em relação à Igreja, ao Santo Padre e aos católicos, em geral: (a ordem é inversa…)
Em movimento crescente, a metralhadora acusatória do deputado perde o foco inicial de atingir o Santo Padre e passa a disparar tiros e mais tiros para todos os lados. O deputado sem votos  suficientes, arvora-se em  defensor da civilização, a partir de um conhecimento histórico viciado por uma calamitosa visão cheia de preconceitos e erros. Pior de tudo, é que estudou… Interessante que, em um de seus discursos em Plenário, o deputado apresenta-se como  alguém que teve ”participação na Pastoral da Juventude Estudantil e na Pastoral da Juventude do Meio Popular, da Igreja Católica”.
Ou seja, vergonhosamente, cospe no prato onde comeu.
Em sua míope visão do mundo, da história e da sociedade, a culpa de todos os males da humanidade é debitada à Igreja. Típico discurso marxista, já sobejamente conhecido nestes ambientes pseudo culturais por onde transita o deputado. Sua excelência parece ter estagnado no tempo: esquece-se de que onde mais existiu preconceito (inclusive contra homossexuais), perseguição, gulags, assassinatos em massa, deportações e as mais cruéis violações dos direitos humanos foram nos ambientes idilicamente sonhados como perfeitos por marxistas que sempre viveram no Brasil.
Em relação às ofensas perpetradas contra o Santo Padre, a meu ver, caberia no mínimo um pedido oficial de explicações ao deputado, por parte da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Infelizmente, tal atitude não foi tomada.
Como Bispo da Igreja, não posso calar-me frente à afronta vergonhosa e covarde à pessoa do Santo Padre. Bento XVI, mais do que Chefe de um Estado com o qual o Brasil mantém relações amistosas, é o Chefe de uma instituição que tem cerca de dois mil anos de história a serviço da humanidade. Antes de emitir um julgamento histórico em relação à Igreja, um parlamentar tem a obrigação de, pelo menos, não dizer bobagens fundadas em inverdades e preconceitos.
É em nome da população católica do Brasil, que sustenta seus representantes no Congresso (mesmo aqueles que, de forma “biônica” a ele foram associados, ou seja, sem votos pessoais suficientes) que exige-se, no mínimo, uma retratação do infeliz deputado.
Como católicos, temos o direito de nos manifestar e expressar nossas opiniões e nossas discordâncias. O Santo Padre tem o direito de ensinar publicamente a Doutrina de Cristo e da Igreja, em questões doutrinais, disciplinares, morais etc.
O laicismo preconizado pelo deputado é, na verdade, autoritário, antidemocrático e fundado em ideologias sobejamente conhecidas, cerceadoras da verdadeira liberdade. Se depender deste deputado, vamos voltar às catacumbas.
+ Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo de Frederico Westphalen (RS)