sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Cristo pede a todo católico de hoje uma opção radical: Fica ou vai embora!



O Bispo do Cancún-Chetumal (México), Dom Pedro Pablo Elizondo, assinalou recentemente que Cristo pede a todo católico no mundo de hoje que opte radicalmente por Ele, porque ante o Senhor não há a opção de ser medíocre ou indiferente.

Em um artigo publicado no dia 27 de agosto no site da Conferência do Episcopado Mexicano e titulado "Defina-te, fica ou vai embora", o Prelado fez uma reflexão a partir das palavras do Senhor sobre a Eucaristia e a pouca compreensão que recebeu de quem o escutou e qualificou suas palavras como "duras".

Dom Elizondo afirma que "frente ao rechaço dos seus seguidores, Jesus não se assusta nem se desanima, só pede que frente a Ele se tome uma opção radical, pede ao homem que o admira que se defina, com Ele ou contra Ele. Frente a Cristo não se pode ficar indiferente, tem que fazer uma opção: crer ou não crer, fica ou vai, comigo ou contra mim".

"Se não nos definirmos pelo bem, seremos arrastados pelo mal; não precisamos nos decidir pelo mal para acabar mau, mas sim precisamos nos decidir pelo bem para acabar bem".

O Bispo indicou também que "o ser humano é frágil e insuficiente para ser feliz, por isso precisa decidir-se pelo bem e buscar ajuda para poder obtê-lo, mas a soberba não permite que o reconheça e peça ajuda".

"Jesus Cristo não gosta das indefinições, das dúvidas, do meio termo. Cristo é radical frente a quem duvida em segui-lo", acrescenta.

Sobre o mundo atual, Dom Elizondo denuncia que "nos envolve facilmente na confusão e na dúvida. O mundo em que nós vivemos favorece uma vidacômoda e medíocre; o mundo em que vivemos propicia as duas caras, a incoerência".

"O mundo gosta que vivamos de aparências, que digamos que acreditamos mas que vivamos como se não acreditássemos. Muita gente diz ter fé mas não pratica, como se se pudesse acreditar em uma coisa e viver outra, como se se pudesse seguir a Jesus Cristo mas em realidade estar seguindo as apetências do mundo e das nossas paixões desordenadas".

Por isso, precisa o Prelado, "hoje mais que nunca é tempo de nos decidir radicalmente: segui-lo ou deixá-lo, com Ele ou contra Ele. Não podemos pôr uma vela a Deus e outra vela ao diabo. Cristo volta a perguntar-nos, você também quer ir embora?".

"Você também tem que se decidir e se definir radicalmente, fica ou o deixa, fica com ele ou vai embora, mas não pode seguir se enganando. Tomara que, como São Pedro, você possa dizer-lhe, ‘A quem iremos Senhor? Só tu tens palavras de vida eterna’".

Dom Elizondo recordou também que "acreditar em Jesus é aceitar todas suas palavras e todos seus ensinamentos sobre as virtudes e os valores do Reino de Deus até suas últimas conseqüências".

Fonte: ACI Digital

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A oração não é perda de tempo, afirma Bento XVI





O Papa Bento XVI afirmou que o martírio de São João Batista, cuja morte a Igreja recordou ontem dia 29 de agosto, ensina aos cristãos de hoje que a Verdade não se negocia e que seguir a Cristo exige o "martírio" da fidelidade cotidiana. O Papa também lembrou aos presentes que rezar nunca é uma perda de tempo.

O Santo Padre fez uma intensa reflexão sobre a vida de São João Batista, o precursor de Jesus, em sua catequese da audiência geral celebrada esta manhã em Castel Gandolfo diante de milhares de fiéis  reunidos na Piazza della Libertà. 

Bento XVI explicou que: "celebrar o martírio de São João Batista lembra também a nós, cristãos do nosso tempo, que não podemos nos esquivar do compromisso com o amor de Cristo, sua Palavra, a Verdade. “A Verdade é a verdade e não pode ser negociada", asseverou.

A vida cristã, continuou o Papa, "exige, por dizê-lo de algum jeito, o ‘martírio’ da fidelidade cotidiana ao Evangelho, quer dizer, o valor de deixar que Cristo cresça em nós e Ele seja quem oriente nosso pensamento e nossas ações".

O Santo Padre precisou que tudo isto só é possível quando em nossa vida a relação com Deus é sólida. 

Oração não é tempo perdido, não é tirar o tempo das nossas atividades, incluindo as apostólicas, é exatamente o contrário: só se formos capazes de ter uma vida de oração fiel, constante, confiante, será o próprio Deus que nos dará a força e a capacidade para viver de modo feliz e sereno, superar as dificuldades e testemunhá-Lo com coragem”, enfatizou.

Bento XVI disse ademais que "São Marcos narra sua morte trágica no Evangelho de hoje. João Batista inicia sua pregação sob o imperador Tibério, no ano 27-28, e o convite dirigido às pessoas que se reuniam para ouvi-lo é o de preparar o caminho para acolher o Senhor, para endireitar as veredas tortuosas da própria vida através de uma conversão radical de coração”.

“Mas João Batista não se limita a pregar o arrependimento, mas a reconhecer Jesus como o "Cordeiro de Deus" que veio tirar o pecado do mundo. Tem em si a profunda humildade de mostrar Jesus como o verdadeiro Mensageiro de Deus, colocando-se à parte para que Cristo possa crescer, ser escutado e seguido", afirmou.

"Como último ato, João Batista testemunha com o sangue sua fidelidade aos mandamentos de Deus, sem hesitar ou retroceder, cumprindo até o final sua missão. São Beda, monge do século IX, diz de João Batista em sua  homilia: A [Cristo] deu a sua vida, ainda que não tenha sido obrigado a negar Jesus Cristo, foi condenado apenas por calar a verdade. Mas calou a verdade, morreu por Cristo, que é a Verdade. Exatamente por amor à verdade, não cedeu a seus valores e não teve medo de dirigir palavras fortes àqueles que tinham se perdido no caminho de Deus".

João é o dom divino que seus pais, Zacarías e Isabel tinham invocado durante muito tempo, um grande dom, humanamente inesperado, porque ambos eram de idade avançada e Isabel era estéril, "mas nada é impossível para Deus". 

O Santo Padre disse logo que "o anúncio do nascimento ocorre exatamente num lugar de oração, o templo de Jerusalém, quando toca a Zacarias o grande privilégio de entrar no lugar mais sagrado do templo para fazer a oferta do incenso ao Senhor”. 

“O nascimento de João Batista também foi marcado pela oração: o cântico de alegria, de louvor e de gratidão que Zacarias eleva ao Senhor e que recitamos todas as manhãs nas Laudes, o "Benedictus", exalta a ação de Deus na história e indica profeticamente a missão de seu filho João, preceder o Filho de Deus feito carne, a fim de preparar seu caminho".

O Papa ressaltou também que "toda a existência do Precursor de Jesus é alimentada por um relacionamento com Deus, especialmente o tempo vivido no deserto regiões desérticas que são locais de tentação, mas também lugar onde o homem sente a própria pobreza por estar privado de recursos e seguranças materiais e então compreende que o único ponto de referência seguro é o próprio Deus. Mas João Batista não é apenas um homem de oração, de contato constante com Deus, mas também um guia para este relacionamento”. 

“O evangelista Lucas, recordando a oração que Jesus ensinou aos seus discípulos, o "Pai Nosso", observa que o pedido é feito pelos discípulos com estas palavras: "Senhor, ensina-nos a orar, como João ensinou os seus discípulos".

Para concluir, o Papa Bento XVI fez votos para que "São João Batista interceda por nós, a fim de que saibamos conservar sempre a primazia de Deus em nossa vida".

Após a alocução o Papa Bento XVI saudou os peregrinos de diversas línguas, entre elas o português:

“Amados peregrinos de Portugal e do Brasil, e demais pessoas de língua portuguesa, sede bem-vindos! Uma saudação particular aos fiéis de Chã Grande, Natal e do Rio de Janeiro. Que o exemplo e a intercessão de São João Batista vos ajudem a viver a vossa entrega a Deus sem reservas, sobretudo por meio da oração e da fidelidade ao Evangelho, para que Cristo cresça em vós, guiando os vossos pensamento e ações. Com estes votos, de bom grado a todos abençôo”.

Fonte: ACI Digital  

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Bento XVI: A falsidade é a marca do diabo



Em suas palavras prévias à oração do Ângelus no dia 26 de Agosto, junto aos fiéis reunidos em sua residência de Castel Gandolfo, o Papa Bento XVI recordou a traição de Judas, que permaneceu não por amor, mas por vingança, e cuja culpa mais grave "foi a falsidade, que é a marca do diabo".

O Santo Padre assinalou "Ele poderia ter ido embora, como fizeram os outros discípulos, ou melhor, deveria ter ido embora, se tivesse sido honesto. Porém, ficou com Jesus. Ficou não por causa da fé, nem por amor, mas com a intenção secreta de se vingar do Mestre. Por quê? Porque Judas se sentia traído por Jesus, e decidiu que, por sua vez, iria traí-lo".

"Judas era um Zelota, e queria um Messias vencedor, para guiar uma revolta contra os romanos. Mas Jesus tinha decepcionado essas expectativas. O problema é que Judas não foi embora, e sua culpa mais grave foi a falsidade, que é a marca do diabo".

O Papa indicou que por isso Jesus disse aos doze apóstolos que "um de vós é um diabo!".

Bento XVI assinalou que no Evangelho de hoje indica que muitos seguidores de Jesus se afastaram dele e deixaram de acompanhá-lo "porque não acreditaram nas palavras de Jesus que dizia: Eu sou o pão vivo descido do céu. O que comer deste pão viverá eternamente".

"Para eles esta revelação permanecia incompreensível, a entendiam em sentido material, enquanto que aquelas palavras preanunciavam o mistério pascal de Jesus, em que Ele daria a si mesmo pela salvação do mundo".

O Santo Padre recordou que depois Jesus se dirige aos apóstolos e lhes pergunta se eles também querem ir-se, "e como em outras situações, foi Pedro quem tomou a palavra e respondeu em nome dos doze: "Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras de vida eterna. E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus".

Ao concluir, o Santo Padre pediu à Virgem Maria que "nos ajude a crer em Jesus, como São Pedro, e a ser sempre honestos com Ele e com todos".

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Você é curioso? Saiba o que diz São Tomás sobre o assunto


Você é curioso? Saiba o que diz São Tomás sobre o assunto

Hernán Cosp – 3º Teologia
São Tomás de Aquino, no seu tratado sobre a temperança[1], aborda um assunto ao mesmo tempo, tão interessante e agradável quanto atraente e fascinante: a curiositas. Analisemos o pensamento do doutor angélico a respeito de tal questão.
Em primeiro lugar, São Tomás distingue dois tipos de curiositas. Uma é aquela que diz respeito ao conhecimento intelectual e outra é aquela que toca no conhecimento sensitivo. O Aquinate, com a sua natural clareza e simplicidade, nos mostra que sendo o objeto a conhecer alheio às nossas necessidades espirituais e conveniências terrenas, pode facilmente ser nocivo à alma. Em outras palavras, o afã de conhecimento pelo mero prazer de dilatar nossa inteligência, pode levar à perversão do indivíduo, pois o aparta de seu fim último que é Deus Nosso Senhor.
Num segundo momento, o Teólogo indica os principais defeitos da curiositas, a saber:
1º) Quanto ao aspecto intelectual, é um vício o desejo de conhecer as coisas pelo mero prazer pessoal de autoprojeção ou, pior ainda, quando esse “conhecer” leva a pessoa a se considerar outro deus. Uma verdadeira abominação, contrária à reta razão. Nesse caso, o sujeito se esquece que a verdade capital é amar a Deus sobre todas as coisas e, mediante isso, salvar a própria alma. Resultado: há uma degringolada rápida e fatídica no abismo do intelectualismo, nascendo daí o ateísmo, ou seja, a negação da existência de Deus.
2º) Quanto aos sentidos, existe nos indivíduos uma natural tendência para querer conhecer as coisas que os rodeiam. Depois do pecado original, tais coisas podem facilmente converter-se em supérfluas ou até prejudiciais para a alma – por exemplo, um olhar indiferente que excita a concupiscência – nesse caso a curiosidade se transforma num vício, pois penetra no conhecimento para deturpá-lo. Cabe ressaltar que, muitas das vezes, as coisas criadas se apresentam de maneira apática e neutra, porém, no campo das tendências, podem exercer uma grande influência sobre os indivíduos, arrastando-os para o erro e a corrupção.
Resumindo, muitas vezes nos preocupamos com futilidades e tolices, colocando-as no centro de nossas vidas, em detrimento do próprio Deus que é nossa causa primeira e fim último. Dele viemos e para Ele iremos! De que adianta interessar-se pelas criaturas e esquecer-se do Criador?!
[1] Pensamento tomista sobre a temperança e a curiosidade tratado na Suma Teológica II-II questões 161 e 167.
Fonte: Revista Lumen Veritatis
Link: http://ittanoticias.arautos.org/?p=864

Por que a Igreja não vende tudo o que tem para ajudar aos pobres?


Está é uma pergunta bastante pertinente e apesar de antiga, nunca deixou de ser atual, aliás, ultimamente,  com o apetite cada vez mais voraz que a mídia  secular demonstra ter para escornear a Igreja Católica, ela torna-se ainda mais relevante. Sendo assim, vamos direto aos fatos, porque apesar de haver um grande número de “bem-intencionados” Judas Iscariotes,, sejamos francos,  dentre eles são poucos os que são dados à leitura e à pesquisa.  Assim, não é prudente que me extenda muito.
Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de trair disse. Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres? (João 12,4-5)
A igreja Católica é a instituição mais antinga da terra. Se fosse uma empresa privada, seria a maior do mundo, não apenas em tamanho mas em termos de volume do seu patrimônio e sua riqueza e por sua presença em quase todo o país do mundo. Sua importância, porém, não se restringe ao seu tamanho e número de fiéis batizados. Foi a Igreja Católica que criou, por exemplo, o sistema universitário, os métodos de pesquisa científica ou a filantropia instituicional, sem a qual a palavra caridade, que significa amor,  não teria sequer o sentido que têm hoje nas sociedade  ocidentais.  Contudo, apesar de inúmeros outros feitos de valor, o mais nótorio deles: a caridade da Igreja Católica, é infelizmente, ignorada tanto pelos católicos como não-católicos. Assim, a Igreja Católica é sistematicamente cristicada por sua riqueza.
Deus Caritas Est – Deus é Amor
“Mas se a Igreja é tão rica e poderosa, por que não vende tudo o que possui para ajudar aos necessitados?”
Vamos ao números e fatos:
A Igreja Católica mantém na Ásia: 1.076 hospitais; 3.400 dispensários; 330 leprosários; 1.685 asilos; 3.900 orfanatos; 2.960 jardins de infância.  Na África: 964 hospitais; 5.000 dispensários; 260 leprosários; 650 asilos; 800 orfanatos; 2.000 jardins de infância.  Na América: 1.900 hospitais; 5.400 dispensários; 50 leprosários; 3.700 asilos; 2.500 orfanatos; 4.200 jardins de infância. Na Oceania: 170 hospitais; 180 dispensários; 1  leprosário; 360 asilos;60 orfanatos; 90 jardins de infância. Na Europa: 1.230 hospitais; 2.450 dispensários; 4 Leprosários; 7.970 asilos;2.370 jardins de infância.
No Brasil, podemos seguramente dizer  que a contribuição da Igreja Católica para a Saúde pública foi mais valiosa do que a de qualquer outro governo já existente no país. Na década de 50, quando a rede  pública de saúde ainda não contava com uma capacidade operacional expressiva, eram as casas de caridade da Igreja Católica que cuidavam das pessoas que não tinham condições de se tratarem em um hospital. As Santas Casas de Misericórdia e Sanatórios eram e continuam a ser  dirigidos e subsidiados pela Igreja Católica,  e têm as  freiras e religiosos católicos como sua principal fonte de recursos humanos.
Seria quase impossível listar e numerar as atividade e contribuições da Igreja Católica no campo da caridade. O vídeo abaixo mostra algumas  maneiras pelas quais a Santa Igreja tem, ao longo dos séculos, posto em prática as palavras de Cristo sobre a caridade e o amor ao próximo.
“Tudo o que fizerdes ao mais pequeninos dos Meus irmãos, o fazeis a Mim.” (Mt 25:40)

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Leigos devem levar esperança do Evangelho à escuridão do mundo, diz Bento XVI



O Papa Bento XVI explicou que a nova evangelização que o mundo atual precisa, requer por parte dos leigos um testemunho valente e acreditável, que permita levar a esperança do Evangelho a todos os âmbitos da sociedade.

Em uma mensagem que saiu hoje, com a data de 10 de agosto, enviada aos participantes do Fórum Internacional da Ação Católica que se realiza no Iasi, România, até o dia 26 deste mês, o Santo Padre reflete sobre o tema do evento, a "corresponsabilidade eclesial e social" dos leigos, no marco do próximo Ano da Fé e do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização.

"A corresponsabilidade –explica o Papa– requer uma mudança de mentalidade, em particular, sobre o papel dos leigos na Igreja, que não devem ser considerados como meros colaboradores do clero, mas como pessoas verdadeiramente corresponsáveis no trabalho da Igreja".

Por isso é importante, afirma, "que se consolide um laicato maduro e esforçado, capaz de dar a sua própria contribuição específica para a missão da Igreja, de acordo com os ministérios e tarefas em que cada um toma parte na vida da Igreja, e sempre em comunhão amigável com os bispos".

Bento XVI alentou depois a sentir "como próprio o esforço de obrar pela missão da Igreja: com a oração, com o estudo, com a participação ativa na vida eclesial, com um olhar atento e positivo para o mundo, na contínua busca dos sinais dos tempos".

"Não se cansem de afinar sempre mais, com um esforço formativo sério e cotidiano, os aspectos da sua vocação peculiar de fiéis leigos, chamados a ser testemunhas valentes e acreditáveis em todos os âmbitos da sociedade, para que o Evangelho seja luz que leva esperança às situações problemáticas, de dificuldade, de escuridão, que os homens de hoje encontram com frequência no caminho da vida".

O Papa indica também que "guiar ao encontro com Cristo, anunciando sua mensagem de salvação com linguagens e modos compreensíveis ao nosso tempo, caracterizado por processos sociais e culturais em rápida transformação, é o grande desafio da nova evangelização".

"Nesta fase da história, à luz do Magistério Social da Igreja, trabalhem também para ser sempre mais um laboratório de ‘globalização da solidariedade e da caridade’, para crescer, com toda a Igreja, na corresponsabilidade de oferecer um futuro de esperança à humanidade, tendo a coragem de formular propostas exigentes".

Depois de alentar a trabalhar em comunhão com os Bispos e com o Sucessor de São Pedro, o Papa afirma que os leigos "são chamados hoje a renovar o esforço de caminhar pelo caminho da santidade, mantendo uma vida de oração intensa, favorecendo e respeitando os caminhos pessoais e de fé e valorizando as riquezas de cada um, com o acompanhamento dos sacerdotes assistentes e de responsáveis capazes de educar a corresponsabilidade eclesial e social".

"Que tenham uma vida ‘transparente’, guiada pelo Evangelho e iluminada pelo encontro com Cristo, amado e seguido sem temor", alenta o Santo Padre.

Para concluir, Bento XVI alenta a cultivar "relações pessoais autênticas com todos, começando pela família, e ofereçam sua disponibilidade na participação, a todos os níveis da vida social, cultural e política tendo sempre como objetivo o bem comum".

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Maria é Rainha amando, servindo, e velando por seus filhos disse Papa Bento XVI



Ao meditar a catequese da festa que a Igreja celebrou ontem, Maria Rainha, o Papa Bento XVI explicou que a realeza da Mãe de Deus se materializa no amor e serviço aos seus filhos, em vigilância constante pelas pessoas e suas necessidades.

No Palácio Apostólico de Castel Gandolfo e diante de milhares de fiéis presentes, o Santo Padre disse que "Maria é rainha porque ela está associada, portanto, apenas o seu Filho, tanto a viagem terrestre, e na glória do céu. Grande santo Efrém da Síria, diz sobre a realeza derivada da maternidade divina de Maria: Ela é a Mãe do Senhor, o Rei dos Reis e nos mostra Jesus como salvação, a vida e nossa esperança ".

"À medida que se lembrava o Servo de Deus Paulo VI, na Exortação Apostólica Marialis Cultus:" Na Virgem Maria tudo é relativo a Cristo e tudo depende dEle: tendo em vista Ele, Deus Pai a escolheu desde toda a eternidade como Mãe toda santa e a adornou com os dons do Espírito Santo que não foram concedidas a nenhum outro.

Explicando a realeza da Mãe de Deus, o papa disse que existe  entre as pessoas "uma idéia popular de rei ou rainha, relacionado a uma pessoa com poder e riqueza, mas este não é o tipo de realeza de Jesus e Maria. Pensemos no Senhor, a realeza de Cristo está sendo tecida de humildade, serviço, amor e acima de tudo servir, de ajudar e de amar”.

Em seguida, disse: "Jesus foi proclamado rei na cruz com a inscrição escrita por Pilatos, o Rei dos Judeus. Naquele momento, a cruz é mostrada para ser rei, e como rei sofre com nós, por nós, amando a fundo e, assim, cria regras e de amor, verdade e justiça.”

"Como na Última Ceia para lavar os pés dos seus, de modo à realeza de Jesus não tem nada a ver com os poderosos da terra. É um rei que serve os seus servidores, como tem demonstrado ao longo de sua vida e o mesmo vale para Maria é rainha a serviço de Deus e da humanidade, é rainha do amor que vive o dom de si a Deus para entrar no projeto da salvação humana.”

O Papa, disse a nota da Rádio do Vaticano, o que Maria disse ao anjo: "Eis aqui a serva do Senhor e o canto no Magnificat:". Deus olhou a humildade de sua serva "Ela nos ajuda, é precisamente Rainha amando-nos e ajudando-nos em todas as nossas necessidades, é nossa irmã e humilde serva”.

"E assim chegamos ao ponto: como Maria exerceu esse serviço real e amor cuidando de nós, seus filhos: filhos  que se dirigem a ela em oração, para agradecer ou pedir a sua proteção materna e ajuda celeste então talvez, tendo perdido seu caminho, oprimidos pela dor ou angústia sobre as vicissitudes tristes e dolorosos da vida.

Na serenidade ou escuridão de existência, nós nos dirigimos à Maria encomendando nossa intercessão contínua, de modo que o Filho temos toda a graça necessária e misericórdia para o nosso peregrinar ao longo das estradas do mundo.

Àquele que governa o mundo e tem na sua mão o destino do universo confiante, através da Virgem Maria."

Para ela, há séculos, o Santo Padre explicou, "é invocada como Rainha do Céu Celestial, oito vezes, depois da oração do Santo Rosário, implora na Ladainha de Loreto como Rainha dos Anjos, dos Patriarcas , dos profetas, dos apóstolos, mártires, confessores, de virgens, de Todos os Santos e Famílias”.

"O ritmo dessas invocações antigas e orações diárias, a Salve Rainha, ajudar-nos a entender que a Virgem Santa, nossa Mãe, que com o seu Filho Jesus na glória do céu, está sempre conosco, em todos os dias de nossas vidas”.

Por isso, ele continuou, "o título de Rainha é um grau de confiança, alegria do amor. Saibam que aquele que está segurando, em parte, o destino do mundo é bom, nos ama e nos ajuda em nossas dificuldades”.

"Queridos amigos, a devoção à Virgem é um elemento importante da vida espiritual. Em nossa oração sejamos confiante em direção a ela. Maria vai interceder por nós junto do seu Filho", recordou Bento XVI.

“Pare concluir o Papa convidou a contemplar a Mãe de Deus e imitá-la” a fé, a abertura completa ao plano de Deus de amor, a acolhida generosa de Jesus. Aprenda a viver, seguindo o exemplo de Maria. Rainha do Céu está perto de Deus, mas também a mãe perto de cada um de nós, que nos ama e ouve a nossa voz. Obrigado pela sua atenção."

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Um Projeto de Código Penal Para Escravos


Reflexões de Paulo Vasconcelos Jacobina, Procurador Regional da República
Paulo Vasconcelos Jacobina*

A doutrina mais moderna, no âmbito da ciência do direito penal, considera que uma importante característica do direito penal, nas sociedades contemporâneas, é o chamado “caráter subsidiário do direito penal”; é certo que esta doutrina ainda é bastante debatida, e está longe de ser cristalizada, mas certamente consubstancia uma discussão científica fundamental no âmbito jurídico do penalismo contemporâneo. Ela ensina sobre a relação entre a lei penal e os valores de uma sociedade. Ou seja, o direito penal só deve transformar em crime as condutas que ofendam os valores mais essenciais, mais elevados, de uma sociedade, deixando a outras instâncias a proteção de valores menos importantes.

Diz um Manual de Direito Penal em uso corrente em nossas universidades: “É que o direito penal seleciona e tipifica condutas atendendo à relevância do bem jurídico, e segundo a intensidade da lesão de que se trate, outorgando-lhes uma proteção relativa. Portanto, não se protegem todos os bens jurídicos, mas só os mais importantes, nem sequer os protege em face de qualquer classe de atentados, mas tão só em face dos ataques mais intoleráveis.” (Queiroz, Paulo. Direito Penal, parte geral. 4ª Edição revista e ampliada. Rio de Janeiro, Lumen Juris, 2008. Pág. 33, grifo nosso).

Não seria injusto dizer, portanto, que, no âmbito da ciência penal jurídica, para descobrir quais são os valores mais importantes de uma determinada sociedade num determinado momento histórico, bem como quais são as condutas contra tais valores que tal sociedade considera intoleráveis, devemos simplesmente examinar o direito penal desta mesma sociedade.

Falamos concretamente do projeto de código penal ora em tramitação no Congresso Nacional. Este projeto, em curtas linhas, torna lícito o aborto sob o simples pretexto da “imaturidade psicológica” da genitora, ou torna justificável a eutanásia sob o pretexto da “compaixão” ou da “misericórdia”, torna a homossexualidade uma causa de sobrevalorização da vida em caso de homicídio e libera amplamente o consumo de drogas psicotrópicas causadores de dependência. Trata-se, agora, de fazer uma leitura deste projeto à luz do princípio da “subsidiariedade do direito penal”, para ver qual sociedade ele quer espelhar, quais valores sociais ele considera como extremamente preciosos e quais condutas ele considera intoleráveis numa sociedade em que ele fosse o direito vigente.

Assim, poderíamos razoavelmente afirmar que uma sociedade que tem uma legislação penal assim não considera que a vida humana seja um dos seus “bens jurídicos mais importantes”, nem que os atentados a ela em nome do “conforto psicológico” dos genitores do nascituro, ou da “compaixão” ou “misericórdia” dos herdeiros de um moribundo que resolvem apressar seu falecimento seja um “ataque intolerável”, ao contrário. Estas, na verdade, seriam condutas socialmente esperadas, socialmente valorizadas, caso tal projeto seja aprovado. Tampouco pode-se considerar a higidez mental e a capacidade de levar uma vida produtiva e colaboradora como um valor mais relevante, em tal sociedade, do que o uso indiscriminado e hedonista de drogas psicotrópicas e incapacitadoras.

A primeira impressão é a de que uma certa “liberdade individual”, com uma dose de libertarianismo anárquico, são considerados tão ou mais valiosos que a vida, a convivência ou a saúde mental.

Há uma meditação sobre a essência deste “individualismo” feita pelo filósofo francês Alain Renaut, que se aplica perfeitamente à visão de homem que está sendo trazida por este projeto. Para este autor, um individualismo assim ferrenho seria considerado, na filosofia grega clássica, como um verdadeiro “direito de escravos”.

Diz Renaut: “Na medida em que o cosmo é, por si só, uma ordem, a liberdade do homem não está ligada à contingência, mas, ao contrário, lhe é oposta. Disso é testemunha de forma particularmente surpreendente, a espantosa reflexão em que Aristóteles compara o universo a uma casa, os homens livres representando os astros, porque 'lhes é menos lícito agir ao acaso' e porque todas as suas ações – ou pelo menos sua maioria – são regradas; e, ao contrário, 'os escravos e os animais', cujas ações raramente são ordenadas para o bem do conjunto, sendo na maioria das vezes deixadas ao acaso, simbolizando as partes inferiores – sublunares – do universo. (Metafísica de Aristóteles).

Assim, conclui Renaut, 'são pois os escravos que são 'livres' no sentido 'moderno' da palavra, porque não sabem o que fazem, ao passo que a liberdade do homem grego e sua perfeição são medidas de acordo com a determinação maior ou menor de suas ações”. (Renaut, Alain. O Indivíduo. São Paulo, Bertrand do Brasil, 1999).

Vale dizer, a ação dos escravos, para os gregos antigos, poderia ser irracional, contingente, autodestrutiva, imprevisível e indiferente, e os seus donos poderiam deixá-los à mercê dos próprios impulsos. Mas os homens livres, não. Cabe-lhes construir, conjuntamente, uma sociedade de iguais em dignidade, de conviventes.

Esta é, mutatis mutandis, a diferença entre o tratamento que damos, em nossas casas, aos nossos bichos, por um lado, ou aos nossos filhos, por outro. Aos bichos, castramos, acorrentamos, selecionamos parceiros, eliminamos proles indesejáveis, esterilizamos e sacrificamos. Aos filhos, educamos e cuidamos, protegendo-os mesmo de determinadas inclinações que, mesmo aparentemente agradáveis, como a TV ou o videogame em excesso, não colaborarão, no entanto, com o seu próprio crescimento pessoal.

Não se constrói uma sociedade democraticamente viável estabelecendo uma axiologia assim, em que a vida e a liberdade do povo é contingente com relação aos impulsos de bem-estar dos indivíduos. Esta é a forma de cuidar de rebanhos, não de democracias.

O curioso é que a história viu inúmeras revoluções fundadas na intenção iluminista, justíssima aliás, de estender aos cidadãos a dignidade antes reservadas aos Reis e Nobres aristocratas. Ninguém jamais fez uma revolução sob o pretexto de pleitear a redução da própria condição social à de um escravo. E não se conhece, na história da humanidade, um só rei ou imperador que tenha submetido a si ou à sua família à esterilização em massa, ao aborto dos próprios descendentes, ao incentivo ao uso de estupefacientes pelos seus príncipes e princesas ou à eliminação programada dos aristocratas idosos ou moribundos. Eles sempre fizeram isso com os outros, o povinho deserdado dos súditos, que era objeto de sua ação legislativa, e não sujeito do próprio destino.

Trago à lembrança a escravidão da qual a pena de ouro da Princesa Isabel nos livrou, no final do século XIX. Imagino que se a Princesa Isabel vivesse hoje, e resolvesse se compadecer dos nascituros como um dia se compadecera dos afrodescendentes, certamente ouviria uma certa “vanguarda” dizer-lhe agressivamente, com a melhor das consciências: “você é livre para não abortar seus próprios filhos, se não quiser. Mas não pode se meter na 'liberdade' das outras mulheres de abortá-los. Quem é você para pretender saber o que é melhor para eles ou para mim?”. É melhor nem imaginar qual seria o resultado da aplicação de uma axiologia assim nos idos de 1888.

* Paulo Vasconcelos Jacobina é Procurador Regional da República e Mestre em Direito Econômico

Fonte: Zenit

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Catecismo é a pedra angular que nos mantém enraizados na fé



Com motivo da proximidade do Ano da Fé, proclamado pelo Papa Bento XVI, o historiador da Igreja e consultor de vários dicastérios, Dom Wilhelm Imkamp, afirmou que o Catecismo é a pedra angular que nos mantém enraizados à fé.

O Ano da Fé, proclamado pelo Papa Bento XVI, começará no dia 11 de outubro de 2012, no 50° aniversário da inauguração do Concílio Vaticano II e terminará em 24 de novembro de 2013, na Solenidade de Cristo Rei do Universo, também se comemorará o 20º aniversário da publicação do Catecismo da Igreja Católica.

Em uma entrevista concedida ao jornal Avvenire, Dom Imkamp recordou que "sem a assimilação do catecismo, a fé se evapora, se desvanece", mas "existe a esperança de uma correção como são, por exemplo, projetos como os do YouCat", o catecismo para jovens elaborado principalmente na Alemanha e distribuído pela primeira vez entre os jovens durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Madri 2011.

O Prelado ressaltou que a sociedade de hoje, necessita uma verdadeira recepção do Catecismo e que este se converta em um fundamento para a transmissão dos conteúdos da fé. Isto "servirá para a preparação para os sacramentos, para o plano de formação e para os programas didáticos dos professores de religião, obviamente até para a preparação dos sacerdotes", indicou.

Dom Imkamp, que também é reitor do Santuário de Maria Versperbild na Bavaria (Alemanha), assinalou que com ocasião da chegada do Ano da Fé no mês de outubro Maria é "a porta da fé e por isso também a porta do Céu".

Explicou que embora na Alemanha a Igreja seja pouco convincente para os jovens, as Jornadas Mundiais da Juventude e os novos movimentos eclesiais, poderiam mudar as coisas: "a contribuição eclesial com seu complicado sistema de comissões e de conselhos não é percebido na sua grandeza espiritual, mas sim como um simples ente de direito público que se esforça em todos os sentidos para ter importância social", lamentou.

Finalmente, explicou que é urgente preparar aos jovens para os sacramentos, já que "são um tesouro a ser descobertos e para oferecer".

O Catecismo fonte de fé assistida pelo Espírito Santo

A Igreja considera como propulsor do Catecismo ao Beato João Paulo II, quem em 1985, pediu a criação do Catecismo durante o vigésimo aniversário da clausura do Concílio Vaticano II em uma sessão extraordinária do Sínodo dos bispos para agradecer a Deus os enormes frutos espirituais nascidos do Concílio.

O Catecismo da Igreja Católica é a exposição da fé da Igreja e da doutrina católica, iluminadas pelas Sagradas Escrituras, pela Tradição apostólica e pelo Magistério eclesiástico fruto da renovação iniciada no Concílio Vaticano II.

Sua redação junto à elaboração do novo Código de Direito Canônico, o Código de Direito das Iglesias Orientais católicas, o Compêndio de Doutrina Social da Igreja católica e o Diretório Catequético General se converteu no ponto de referência oficial para o ressurgimento da Igreja e para redação dos catecismos católicos do mundo inteiro.

O Ano da Fé por Dom Osvino


Catequese de Dom Osvino, Arcebispo do Ordinariado Militar do Brasil.
Vamos iniciar a nossa conversa ouvindo o saudoso Papa, hoje Beato, João Paulo II: “Tem-se instalado em muitos um sentimento religioso vago e pouco comprometido com a vida... levam uma vida como se Deus não existisse” (23.11.95 no Congresso Nacional da Igreja Italiana).

Vamos ouvir também nosso Papa atual Bento XVI que, em maio de 2010, em Lisboa, comentou: “Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as conseqüências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando-se como um pressuposto óbvio da vida diária. Ora, tal pressuposto não só deixou de existir, mas, frequentemente, acaba até negado. Enquanto, no passado, era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes setores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas”.

No início deste ano, o Papa disse que “em grandes regiões do mundo a fé corre o risco de se apagar como uma chama que já não encontra alimento. Estamos enfrentando uma profunda crise de fé, uma perda do sentido religioso, que é o maior desafio para a Igreja hoje”.

Constata-se uma lassidão, um afrouxamento na fé, um cansaço da fé...

À luz disto Bento XVI anuncia o Ano da fé (de 11/10/2012 a 30/11/2013) com o objetivo de tirar o cansaço da fé e tornar Deus presente neste mundo.

A fé é o elemento central no cristianismo. O que é ter fé num mundo que não pergunta mais sobre a verdade das coisas, mas pergunta sobre a utilidade das coisas. Este mundo sem Deus quer viver dos fatos concretos, visíveis, da competência e da eficiência pessoal... eu resolvo, eu decido....

A pessoa de fé, no entanto, confia naquilo que não é feito por ela, que não é visível, confia naquilo que é dado por um Outro. A fé dá um sentido profundo à existência e este sentido não pode ser construído ou comprado pelo homem, mas é recebido (dom). Na fé eu recebo o que não pensei e, por isso, tenho a necessidade de ouvir, ouvir o que Deus revela, ouvir a Palavra de Deus. “Escuta, Israel, o Senhor é o teu Deus, Ele é o único Deus” (canto litúrgico).

A fé é iniciativa de Deus. É Ele quem, por primeiro, nos ama e nos busca. Nós O encontramos definitivamente na sua Palavra. A fé é, portanto, um dom de Deus que nos é dado como proposta na sua Palavra. A fé acontece quando (e apenas quando) respondo à proposta de Deus. A fé tem dois aspectos interligados: a confiança pessoal em Deus e a aceitação (obediência) ao que Ele revela. “A fé é a atitude de quem está plantado no chão sólido da Palavra de Deus” (Bento XVI, 2005).

A Palavra de Deus tomou forma humana, fez-se carne em Jesus. Nele Deus se manifestou humanamente. Muitas vezes e de muitos modos, Deus falou aos nossos pais. Nestes últimos dias, diz a carta aos Hebreus (1, 1-3a), falou-nos por meio do seu Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas (e pelo qual também criou o universo. Ele é o resplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser). Por isto nós cremos num Outro, num Tu, numa pessoa. O centro da nossa fé é Jesus, autor e consumador da fé (Hb 12,2). A fé cristã distingue-se da opinião, da crença, da ideologia e também da religião. Ela tem a ver com a Verdade e o Amor. O essencial na fé consiste na resposta confiante e no abandono a Deus que veio até nós em Jesus Cristo. Creio em Deus que se manifesta em Jesus Cristo.

A fé consiste em seguir o que Jesus revela e no entregar-se livre e totalmente a Deus oferecendo-se a Ele que se revela, com a submissão plena da inteligência e da vontade dando voluntariamente assentimento à revelação que Deus nos fez (Dei Verbum, 5).

A fé cristã é uma atitude pessoal e livre, uma entrega amorosa e confiante a Deus, a partir da revelação que é transmitida viva e humanamente por Jesus Cristo, Deus presente. “Este é o meu Filho amado. Escutai-O” (Mc, 9,7).

O Papa nos convoca para propormos a nossa fé à crise, ao cansaço da fé em nosso meio. Por isto, Bento XVI propõe o Ano da fé (de 11/10/12 a 30/11/13):

1º Para retomar a exata consciência da fé,

2º Para reavivar, purificar, confirmar e professar a fé (Paulo VI – 1967).

3º Para confirmar os conteúdos essenciais da fé para que sejam compreendidos e aprofundados de maneira sempre nova para se dar testemunho coerente deles em condições novas e diversas do passado (Porta Fidei, 5).

Por isso, o Ano da Fé será um momento de graça e de compromisso para uma conversão a Deus, para fortalecer a nossa fé Nele e para anunciá-Lo com alegria ao homem do nosso tempo, àqueles que estão perto de nós, nossos familiares, nossos colegas....

Diante da profunda crise de fé, diante de uma perda do sentido religioso que constitui o maior desafio para a Igreja de hoje, a renovação da fé deve ser a prioridade no compromisso de toda a Igreja nos nossos dias. ”Desejo que o Ano da fé possa contribuir, com a colaboração cordial de todos os componentes do Povo de Deus, para tornar Deus novamente presente neste mundo e para abrir os homens ao acesso da fé, ao confiar-se àquele Deus que nos amou até o fim (Jo 13,1), em Jesus Cristo crucificado e ressuscitado”. (Bento XVI, no lançamento do Ano da Fé – Porta Fidei). E o Papa continua conclamando:

Mostremos a todos a força e a beleza da féSeja um tempo de reflexão e de redescoberta da fé na família e na ComunidadeSó acreditando é que a fé cresce e se revigora. Ela torna-nos fecundos porque alarga o coração com a esperança e nos leva à prática da caridade.Celebrar a fé confessando-a solenemente em variadas formas e lugares (na família, na escola, no grupo, na Comunidade)Descobrir novamente os conteúdos da fé.... refletir sobre o próprio ato com que se crê e professá-los pessoal e comunitariamente. Até solenizá-los. Rezar o Creio em família todos os diasou pelo menos aos domingos durante o Ano da fé (de 11 de outubro 2012 a 30 de novembro de 2013).

Onde encontrar a doutrina da fé?

Na 1ª parte do Catecismo da Igreja Católica (livrarias católicas)
No compêndio do Catecismo da Igreja Católica (livrarias católicas)
No Youcat – Catecismo da Igreja Católica para a juventude (editora Paulus).

Com São Paulo podemos dizer a todos: Neste Ano da Fé cada um “busque a fé” (2 Tim 2,22). Ela obriga a tornar-se testemunha da presença do Ressuscitado.

O Ano da Fé será um tempo de graça!

† Dom Osvino José Both
Arcebispo do Ordinariado Militar do Brasil

Fonte: Zenit.org