terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Papa Francisco: “Quando falta a profecia na Igreja, toma lugar o clericalismo”


“Quando falta a profecia na Igreja, toma lugar o clericalismo”, disse o Papa Francisco na missa celebrada esta manhã na Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano.
Comentando as leituras do dia, o Santo Padre frisou que “o profeta é aquele que escuta as palavras de Deus, sabe ver o momento e projetar o futuro. Ele tem dentro de si estes três momentos: passado, presente e futuro”.
“O passado: o profeta é consciente da promessa e tem em seu coração a promessa de Deus. Ele vive, recorda e repete essa promessa. Depois olha o presente, olha o seu povo e sente a força do Espírito para dizer uma palavra que ajude o povo a se levantar, a continuar o caminho em direção ao futuro. O profeta é um homem de três tempos: promessa do passado, contemplação do presente e coragem para indicar o caminho rumo ao futuro. O Senhor sempre protegeu o seu povo, com os profetas, nos momentos difíceis, nos momentos em que o povo estava desencorajado ou destruído, quando não havia o Templo, quando Jerusalém estava sob o poder dos inimigos, quando o povo se perguntava: O Senhor nos prometeu isso! O que acontece agora”?
“Foi o que aconteceu no coração de Maria quando estava aos pés da Cruz”, prosseguiu Francisco. Nestes momentos, “é necessária a intervenção do profeta e nem sempre o profeta é recebido, muitas vezes é rejeitado. Jesus disse aos fariseus que seus pais tinham matado os profetas, porque eles diziam coisas que não eram agradáveis: diziam a verdade, recordavam a promessa! Quando no povo de Deus falta profecia, está faltando alguma coisa: falta a vida do Senhor. Quando não há profecia a força recai sobre a legalidade, toma lugar o legalismo”, frisou o pontífice.
“No Evangelho, os sacerdotes foram a até Jesus para pedir o passe da legalidade: Com que autoridade você faz estas coisas? Nós somos os donos do Templo. Não entendiam as profecias. Tinham se esquecido da promessa! Não sabiam ler os sinais dos tempos, eles não tinham olhos penetrantes, nem ouvidos da Palavra de Deus. Tinham somente a autoridade”, disse o Papa que acrescentou:
“Quando no Povo de Deus não há profecia o vazio causado é ocupado pelo clericalismo. É este clericalismo que pergunta a Jesus: Com que autoridade você faz estas coisas? Com que legitimidade? E assim, a memória da promessa e a esperança de ir em frente são reduzidas apenas ao presente: nem passado e nem futuro esperançoso. O presente é legítimo e se é legítimo vai em frente.”
Quando reina o legalismo, a Palavra de Deus não encontra espaço e o Povo de Deus que crê, chora no seu coração, porque não encontra o Senhor. Falta-lhe a profecia. Chora “como chorava Ana, mãe de Samuel, pedindo a fecundidade do povo, a fecundidade que vem da força de Deus, quando Ele nos desperta a memória de sua promessa e nos impulsiona para o futuro com esperança. Este é o profeta! Este é o homem dos olhos penetrantes e que ouve as palavras de Deus”:
“A nossa oração nesses dias em que nos preparamos para o Natal do Senhor deve ser: Senhor, que não faltem os profetas em seu povo! Todos nós batizados somos profetas. Senhor, que não nos esqueçamos de sua promessa! Que não nos cansemos de ir adiante! Que não nos fechemos nas legalidades que cerram as portas. Senhor, liberta o teu povo do espírito do clericalismo e ajude o teu povo com o espírito da profecia.” 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O fundamento da alegria cristã é a fidelidade de Deus, diz Papa

No “Domingo da Alegria”, Francisco destacou que a alegria do cristão é Jesus Cristo, seu amor fiel e inesgotável
papa Francisco alegria
A alegria cristã foi o foco da reflexão do Papa Francisco no Angelus deste domingo, 15, terceiro do Advento e também chamado de “Domingo da Alegria”. Ele recordou que a mensagem cristã se chama “evangelho”, o que significa uma “boa notícia”, um anúncio de alegria para todo o povo.

Essa alegria do Evangelho, segundo disse o Papa, não é uma alegria qualquer, mas encontra a sua razão no saber-se acolhido e amado por Deus. E mesmo com as limitações e desânimos, o homem não pode ser fraco, pelo contrário,  é convidado a ter coragem e não temer, porque Deus sempre mostra a grandeza da sua misericórdia.
“A alegria cristã, como a esperança, tem o seu fundamento na fidelidade de Deus, na certeza de que Ele mantém sempre as suas promessas (…) Quantos encontraram Jesus ao longo do caminho experimentam no coração uma serenidade e uma alegria da qual nada e ninguém poderá privá-los. A nossa alegria é Cristo, o seu amor fiel e inesgotável!”, disse.
Dessa forma, Francisco explicou que quando um cristão se torna triste, isso quer dizer que ele se afastou de Jesus. Nessas situações, é preciso rezar por essa pessoa e fazê-la sentir o calor da comunidade.
O Santo Padre concluiu suas reflexões pedindo a ajuda de Maria para que todos possam apressar os passos para encontrar o Menino que nasceu para a salvação e a alegria de todos os homens. “Ela nos ajude a viver a alegria do Evangelho na família, no trabalho, na paróquia e em todo lugar. Uma alegria íntima, feita de admiração e ternura”.
Após o Angelus, Francisco dirigiu-se às crianças presentes na Praça São Pedro para a tradicional benção dos Meninos Jesus do presépio. “Queridas crianças, quando vocês rezarem diante do vosso presépio, lembrem-se também de mim, como eu me lembro de vocês. Agradeço a vocês e bom Natal!”.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Violência no futebol brasileiro

Os homens que buscam por violência nos estádios são parte de um enorme grupo que busca violência em todas as cidades brasileiras

Ao ver as imagens da violência em Joinville no último domingo, pergunto-me por que um ser humano seria capaz de correr atrás de uma briga com um desconhecido e continuar chutando e pisando em outro ser humano que já estava desacordado. Para mim, esta é a questão mais importante, mas não parece ser a questão mais importante para a imprensa nem muito menos para as autoridades. As pessoas questionam a polícia, o ministério público, as torcidas organizadas, os dirigentes dos times e cobram de todos a responsabilidade sobre aqueles homens que estavam ali coordenando o espetáculo da violência. Alguns com posturas claras de lutadores e outros que pareciam não ver outro sentido senão o de se entregar para a batalha.
desumanização é um termo utilizado para explicar atitudes humanas que carecem de sentido e de racionalidade, é desumano portanto agir como animal, desconsiderar a importância da própria vida e a importância da vida das pessoas ao redor. O ser humano tem a tendência de agir em busca de aceitação, pois sentir-se parte de um grupo social é importante para a auto-estima. Neste sentido, é importante perguntar-se quais grupos sociais estão aplaudindo estes homens que correm atrás dos outros para entregar-se à violência, certamente há uma parte da sociedade que concorda com a brutalidade humana, com a desumanização!
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Se por um lado as confederações de futebol incentivam o esporte e a preservação da saúde, do sentimento de pertença social e o trabalho em equipe, também por outro lado preocupa-se demasiadamente pelo lucro a qualquer custo, o dinheiro se vê acima do interesse humano. Foi por dinheiro que o Ministério Público, por exemplo, decidiu que o policiamento militar não atuasse dentro do campo em Joinville.

governo brasileiro supervalorizou os possíveis benefícios que teria com a realização da Copa do Mundo, por exemplo, supervalorização que ficou comprovada com recentes estudos de economistas da UFMG. O governo também preocupou-se em demasia com as manifestações do povo que saiu às ruas durante a Copa das Confederações, mas não por buscar atender suas reinvindicações, mas por não querer que o mundo todo visse os problemas do Brasil, pois afinal, interessa ao governo o dinheiro que pode ser arrecadado com o turismo. Interesses genuínos, não fosse o fato de que estão em uma escala de valores profundamente deturpada.
O acontecido em Joinville não é um caso isolado. A falta de policiamento não causou a violência, apenas a facilitou. Os homens que buscam por violência nos estádios são parte de um enorme grupo que busca violência em todas as cidades brasileiras, vítimas da falta de educação, do tráfico de drogas, dos vícios financiados pela própria mídia que não se cansa em ganhar dinheiro com as propagandas de bebidas alcoólicas. Ir aos estádios nos finais de semana tornou-se o sentido da vida de muitos homens que não encontraram o caminho da espiritualidade, da educação e da responsabilidade por construírem um mundo novo a cada dia.
Se em um país a distração do futebol torna-se o principal investimento do governo, não há de se esperar reações diferentes. Ao contrário, o futebol e outros esportes devem ser incentivados como práticas saudáveis que devem ser reproduzidas e não como eventos que tiram do povo a atenção para suas responsabilidades como cidadãos e pais de família.
Brasil é ainda conhecido como o país do futebol, mas também é conhecido internacionalmente como o país da corrupção, da desonestidade e da falta de responsabilidade. Não adiante ter um artista Neymar dentro de campo e uma multidão de criminosos fora dele! Educação significa atitude, significa investimento nas escolas e nos professores, que em muitos lugares vivem sob ameaça de seus alunos. Educação significa que as leis não podem ser manipuladas nem pelos políticos nem pelo cidadão mais simples, significa que as autoridades não devam aceitar propina e que um crime deve ser devidamente punido sem que se recorram ao internacionalmente conhecido “jeitinho brasileiro”.
“Sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor!”. Será difícil cantar esta música nos estádios com uma realidade tão difícil de se assistir.
Fonte: Aleteia

Papa Francisco: "O Juízo Final já começou. A salvação é abrir-se a Jesus"


A Praça S. Pedro ficou lotada esta manhã para a Audiência Geral com o Papa Francisco.

Apesar do frio de cinco graus na capital italiana, a grande quantidade de fiéis impede que a Audiência se realize na Sala Paulo VI, como é costume nesta época do ano. Antes de dirigir suas palavras à multidão, o Pontífice percorreu toda a Praça a bordo do seu papamóvel para receber e retribuir o carinho dos peregrinos.

Nesta quarta-feira, o Papa iniciou a última série de catequeses sobre a nossa profissão de fé, analisando a afirmação “Creio na vida eterna”. De modo especial, Francisco se concentrou no Juízo Final, quando o regresso de Cristo evidenciará o bem que cada um realizou ou omitiu durante a sua vida terrena. Este momento provoca em nós medo e até mesmo inquietação.

Porém, disse o Santo Padre, se refletirmos bem, o Juízo Final pode constituir um grande motivo de consolação e de confiança, como acontecia nas primeiras comunidades cristãs. Elas terminavam suas orações com a súplica «Maranathà – Vinde, Senhor!». No final do livro do Apocalipse, essa palavra aparece nos lábios da Igreja-esposa, que não vê a hora de abraçar o seu esposo, Cristo, plenitude de vida e de amor. Se pensarmos no Juízo nesta perspectiva, todo medo e titubeio desaparece e deixa espaço para a espera e para uma profunda alegria, pois será justamente o momento em que seremos julgados finalmente prontos para sermos revestidos da glória de Cristo.

Um segundo motivo de confiança nos é oferecido pela constatação de que, no momento do Juízo, não seremos abandonados. O Apóstolo Paulo afirma que os santos julgarão o mundo.

“Que belo saber que naquele momento, além de Cristo, poderemos contar com a intercessão e com a benevolência de muitos nossos irmãos e irmãs maiores que nos precederam no caminho da fé, que ofereceram sua vida por nós e que continuam a nos amar de modo indizível! Quanta consolação suscita no nosso coração esta certeza! A Igreja é realmente uma mãe e, como tal, quer o bem dos seus filhos, sobretudo dos mais distantes e aflitos, até encontrar a sua plenitude no corpo glorioso de Cristo com todos os seus membros.”

Por fim, o Pontífice citou o Evangelho de João, quando diz que “quem crê em Jesus não é condenado, mas quem não crê já está condenado por não crer no Filho Unigênito de Deus”.

“Isso significa que o Juízo não se decide no último dia, mas já está em ato, no decorrer da nossa existência”, explicou Francisco. Ele é pronunciado a cada instante da vida, como reflexo da fé ou da nossa incredulidade, que nos leva ao fechamento em nós mesmos. “Mas se nós nos fechamos ao amor de Jesus, somos nós mesmos que nos condenamos! Somos condenados por nós mesmos! A salvação é abrir-se a Jesus e Ele nos salva.”

Aqui entra em jogo a nossa responsabilidade, concluiu Francisco. “Somos nós, portanto, que podemos nos tornar juízes de nós mesmos, nos autocondenando à exclusão da comunhão com Deus e com os irmãos. Jamais nos cansemos, portanto, de vigiar sobre os nossos pensamentos e nossas atitudes, para saborear desde já o calor e o esplendor da face de Deus, que na vida eterna contemplaremos em toda a sua plenitude.”

Fonte: Rádio Vaticano

Nota pastoral de Dom Antonio Carlos Rossi Keller sobre o Plano Nacional de Educação

NOTA PASTORAL
A respeito do PLC 103/2012
"Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus os criou, homem e mulher os criou" (Genesis 1,27)
Irmãos e irmãs da Diocese de Frederico Westphalen, e homens e mulheres de boa vontade.
A todos envio minha saudação no Senhor a quem ansiosamente esperamos, celebrando o Advento.
No próximo dia 11 de dezembro, quarta-feira, o Senado Federal votará o PL 103/2012, o Plano Nacional de Educação, que será o parâmetro educacional para todas as escolas em nosso país.
Mediante um esforço conjunto entre membros da Igreja Católica e das Comunidades de confissão Evangélica, o Sen. Álvaro Dias (PSDB – PR) apresentou um relatório que conseguiu excluir o termo "ideologia de gênero" que constava no projeto original proposto pelo MEC.
No entanto, o Sen. Vital do Rëgo (PMDB – PA), da base governista, reintroduziu o mesmo conceito no projeto substitutivo, como se lê em seu próprio texto:
Art. 2o – São diretrizes do Plano Nacional de Educação:
"III – A superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual".
Segundo os teóricos da "ideologia de gênero", os indivíduos não se devem submeter àquilo que chamam de "ditadura do próprio corpo", ou seja, à sua própria identidade biofísico-sexual (que eles denominam de sexismo), mas precisam se libertar, inventando seu próprio GÊNERO, o próprio papel social que se queira assumir (masculino, feminino, andrógino, transgênero ou algum outro que se possa conceber). Analisando a trajetória de países como a Suécia, este pode ser o primeiro passo da construção de todo um sistema dissolvente da identidade sexual das próximas gerações.
As consequências desta teoria são funestas para uma autêntica visão antropológica do ser humano. Além disso, tal teoria, que então seria a base do ensino em nossas escolas sobre a identidade sexual, propõe um novo modelo de família, não mais fundada na união entre homem e mulher, mas legitima outras formas de famílias, consequentemente reconhecendo o chamado "casamento homossexual". Na vigência deste princípio, a sociedade não mais se organiza a partir das diferenças patentes existentes entre homem e mulher, mas sim nas diversas possibilidades de sexualidade…
Ora, tal visão é incompatível com a fé cristã, porque "subestima a realidade biológica do ser humano. Reducionista, supervaloriza a construção sociocultural da identidade sexual, opondo-a à natureza". (Keys to bioethics, da Fundação Jerôme Lejeune, pg. 68).
Tratando-se de um Projeto de Lei, todas as escolas (mesmo as confessionais) precisariam se adequar, caso fosse sancionado, sob pena de serem acusadas de promoverem a desigualdade e a discriminação. Por isso, precisamos reagir como cidadãos que vivem a fé cristã, e solicitar de nossos representantes que atendam ao pedido do povo brasileiro, profundamente avesso a estas práticas, não aprovando este Projeto de lei da forma como está sendo apresentado.
Seria importante que cada diocesano e cada pessoa de boa vontade, cidadão com direito de se manifestar, entrasse em contato com os senadores de nosso estado, e o fizesse imediatamente. Resta-nos pouco tempo. As famílias brasileiras contam com a nossa prontidão.
Abaixo, coloco os nomes, telefones e endereços eletrônicos dos senadores gaúchos em exercício, para que aqueles que puderem, possam manifestar sua opinião contrária à aprovação deste Projeto de Lei Complementar.
Ana Amélia de Lemos
telefone: (61) 3303 6083 
FAX: (61) 3303.6091 
correio eletrônico: ana.amelia@senadora.leg.br

Paulo Renato Paim
telefone: (61) 3303-5227/5232 
FAX: (61) 3303-5235 
correio eletrônico: paulopaim@senador.leg.br

Pedro Jorge Simon
telefone: (61) 3303-3232 
FAX: (61) 3303-1304 
correio eletrônico: simon@senador.leg.br

Desejando a todos, já antecipadamente, um Feliz e Santo Natal do Senhor, abençoo-os,
+ Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo de Frederico Westphalen

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

“O Senhor consola-nos com ternura”, Papa Francisco na missa desta terça-feira

Na missa desta terça-feira na Capela da Casa de Santa Marta o Papa Francisco, partindo da leitura do Livro do Profeta Isaías, afirmou que o Senhor aproxima-se do seu povo para o consolar, para lhe dar paz. O Senhor consola-nos e tudo recria para não nos deixar perder a esperança:
“Quando um cristão esquece a esperança, ou pior perde a esperança, a sua vida não tem sentido. E como se a vida fosse perante um muro: nada. Mas o Senhor consola-nos e refaz-nos, com a esperança, e andamos para frente. E fá-lo com uma proximidade especial a cada um, porque o Senhor consola o seu povo e consola cada um de nós. Bela a maneira como a leitura de hoje termina: ‘Como um pastor ele faz pastar o seu rebanho, e com o seu braço o agrupa, leva os cordeirinhos ao colo e conduz docemente as ovelhas-mãe’: esta é a ternura. O Senhor consola-nos com ternura.”
Deus não tem medo da ternura – continuou o Santo Padre – “Ele faz-se ternura, faz-se menino, faz-se pequeno”. Aproxima-se para dar esperança. Aproxima-se para dar ternura:
“Aproximar-se e dar esperança, aproximar-se com ternura. Pensemos na ternura que teve com os Apóstolos, com a Madalena, com aqueles de Emaús. Aproxima-se com ternura: ‘Dá-me de comer’. Com Tomé: ‘Mete aqui o teu dedo’. É sempre assim o Senhor. Assim, é a consolação do Senhor. Que o Senhor dê a todos nós a graça de não ter medo da consolação do Senhor, de sermos abertos: pedi-la, procurá-la, porque é uma consolação que nos dará esperança e nos fará sentir a ternura de Deus Pai.”

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Como Deus pousou seu olhar sobre Maria, também sobre nós pousa seu olhar de amor e salvação


angelus
Neste II Domingo do Advento, que coincide com a festa da Imaculada Conceição de Maria, ao meio-dia, como habitualmente aos domingos, o Papa rezou com os fiéis presentes na Praça de São Pedro e todos os que o seguiam, de longe, através dos meios de comunicação.

O Papa comentou o Evangelho da anunciação, em que a Igreja contempla Maria como “a cheia de graça”, tal como Deus a encarou desde o primeiro instante no seu desígnio de amor.
“Maria apoia-nos no nosso caminho em direção ao Natal, porque ela nos ensina como viver este tempo de Advento em atitude de espera do Senhor”.
O Papa fez notar que Maria, à qual o anjo Gabriel saúda da parte de Deus, era uma jovenzinha de Nazaré, pequena localidade da Galileia, na periferia do império romano e também na periferia de Israel. E contudo, foi precisamente sobre ela que se pousou o olhar do Senhor, que a tinha escolhida para ser a Mãe do seu Filho.
Foi em vista desta maternidade (prosseguiu o Papa) que Maria foi preservada do pecado original, “aquela fratura na comunhão com Deus, com os outros e com a criação, que fere em profundidade cada um dos seres humanos”. Uma fratura sanada antecipadamente no Mãe d’Aquele que veio a libertar-nos da escravidão do pecado”.
“A Imaculada está inscrita no projeto de Deus: é fruto do amor de Deus que salva o mundo”.
Aliás, sublinhou com especial insistência o Papa Francisco, “não nos é alheio o mistério desta menina de Nazaré, que está no coração de Deus”.
“Na verdade, Deus pousa o seu olhar sobre cada homem e cada mulher!”
“Contemplando a nossa Mãe Imaculada, reconheçamos também o nosso destino mais autêntico, a nossa vocação mais profunda: sermos amados, sermos transformados pelo amor”.
Depois da reza das Ave Marias, o Papa pediu a todos que se unissem espiritualmente à Igreja que vive na América do Norte, que hoje recorda a fundação da sua primeira paróquia, há 350 anos: Notre-Dame de Québec…
O Santo Padre recordou também que, esta tarde, seguindo uma antiga tradição, se deslocará à Praça de Espanha para rezar aos pés do monumento à Imaculada.
“Peço-vos que vos unais espiritualmente a mim nesta peregrinação, que é um acto de devoção filial a Maria, para lhe confiar a cidade de Roma, a Igreja e toda a humanidade”.
Da Praça de Espanha o Santo Padre deslocar-se-á também à basílica de Santa Maria Maior, para venerar, privadamente, o ícone de Nossa Senhora, “Salus popoli romani”.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Papa Francisco: "Ouvir e não colocar em prática a Palavra de Deus não serve a nada e nos faz mal"


"Ouvir e colocar em prática a Palavra de Deus é como construir uma casa sobre a rocha", foi o que disse o Papa Francisco na missa celebrada esta manhã, na Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano.

O Santo Padre recordou que os fariseus conheciam os mandamentos, mas não os praticavam em suas vidas e Jesus repreende isso. "São palavras boas, mas se não são colocadas em prática não servem a nada e fazem mal, enganam, nos fazem acreditar que temos uma casa bonita, mas sem fundamento." Uma casa que não é construída sobre a rocha: 

"Esta figura da rocha se refere ao Senhor. Isaías, na primeira leitura, diz: Confiem no Senhor sempre, pois o Senhor é uma rocha eterna. A rocha é Jesus Cristo! A rocha é o Senhor! Uma palavra é forte, dá vida, pode ir em frente, pode resistir a todos os ataques, se tem suas raízes em Jesus Cristo. Uma palavra cristã que não tem suas raízes vitais, na vida de uma pessoa, em Jesus Cristo, é uma palavra cristã sem Cristo! E as palavras cristãs sem Cristo enganam, fazem mal! Um escritor inglês, uma vez, falando sobre heresias disse que uma heresia é uma verdade, uma palavra, uma verdade que se tornou louca. Quando as palavras cristãs são sem Cristo iniciam a caminhar na estrada da loucura".

"É uma loucura que nos torna soberbos", disse o pontífice que acrescentou:

"Uma palavra cristã sem Cristo leva à vaidade, à segurança de si mesmo, ao orgulho e ao poder pelo poder. O Senhor derruba essas pessoas. Esta é uma constante na história da salvação. É o que diz Ana, a mãe de Samuel, diz Maria no Magnificat: o Senhor derrubou a vaidade, o orgulho daquelas pessoas que acreditam ser rocha. Essas pessoas que só vão atrás de uma palavra, mas sem Jesus Cristo: uma palavra cristã, mas sem Jesus Cristo, sem o relacionamento com Jesus Cristo, sem a oração com Jesus Cristo, sem o serviço a Jesus Cristo e sem o amor a Jesus Cristo. O Senhor nos diz hoje para construir a nossa vida sobre esta rocha e a rocha é Ele".

"Nos fará bem fazer um exame de consciência", disse o Papa, "para entender como são as nossas palavras, se são palavras que se consideram potentes, capazes de nos dar a salvação, ou se são palavras com Jesus Cristo": 

"Refiro-me às palavras cristãs, porque quando não há Jesus Cristo até mesmo essas palavras nos dividem, causam divisão na Igreja. Peçamos ao Senhor a graça de nos ajudar nesta humildade que devemos ter sempre, de dizer palavras cristãs em Jesus Cristo e não sem Ele. Com a humildade de ser discípulos salvos e ir em frente não com palavras que, considerando-se poderosas, terminam na loucura da vaidade, na loucura do orgulho. Que o Senhor nos dê a graça da humildade de dizer palavras com Jesus Cristo, fundadas Nele."

Fonte: Radio Vaticano

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Francisco aos fiéis: "Ressuscitaremos como Jesus"




O Papa focou a sua catequese da audiência geral desta quarta-feira, 04, no tema da Ressurreição. Diante de dezenas de milhares de pessoas que participaram do encontro na Praça São Pedro, o Papa lembrou que o Evangelho afirma que o fato de o Senhor ter ressuscitado é a prova que existe a Ressurreição dos mortos. Francisco tocou três aspectos desta relação:

Em primeiro lugar, citou o Antigo Testamento, que indica que a esperança na Ressurreição compreende um ato de fé na justiça de Deus. Já o Novo Testamento recorda que Jesus ressuscitou no último dia e se fez homem como nós em tudo, menos no pecado.

Somos discípulos Daquele que veio, vem a cada dia e virá no final. Se conseguirmos ter esta realidade mais presente, seremos menos fadigados no cotidiano, menos prisioneiros do efêmero e mais dispostos a caminhar com coração misericordioso pelo caminho da salvação. À espera de seu Reino, levemos esta esperança também aos outros, a fim de que sintam a proximidade e o amor de Deus!”, instou.

O segundo aspecto explicado pelo Pontífice foi o significado da Ressurreição. “Nosso corpo se unirá à alma graças à Ressurreição de Jesus. Esta transfiguração – disse – é preparada quando nos encontramos com Cristo nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia. Nutrindo-nos de seu Corpo e de seu Sangue, ressuscitaremos como Ele, com Ele e por meio Dele”.

Assim como Jesus ressuscitou com o seu corpo e não retornou à vida terrena, nós ressurgiremos com os nossos corpos, que serão transformados em corpos gloriosos, corpos espirituais”, refletiu o Papa, acrescendo de improviso "que isto não é uma mentira".

Enfim, Francisco acenou ao terceiro elemento: já participamos, em nossa vida da Ressurreição de Cristo, mediante o batismo. “Já temos em nosso corpo uma semente da Ressurreição; por isso, devemos respeitá-lo, assim como deve ser respeitada e amada a vida das pessoas que sofrem, para que sintam a proximidade do Reino de Deus, da condição eterna de vida para a qual caminhamos”. 

Depois da catequese, lida em italiano, Francisco passou a saudar os grupos de turistas e peregrinos em várias línguas. Em português, ele cumprimentou “com sentimentos de gratidão e estima principalmente os grupos brasileiros de Criciúma e Ribeirão Preto, invocando sobre seus passos a alegria do encontro com Deus: Jesus Cristo é a Tenda divina no meio de nós; ide até Ele, vivei na sua graça e tereis a vida eterna”, disse, antes de conceder a todos os presentes a Bênção de Deus.


Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va do site da Rádio Vaticano 

Por que os dias úteis da semana têm “feira” e qual sua relação com a Igreja Católica?

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“Dias úteis” é como são chamados aqueles dias da semana que são destinados ao trabalho, em oposição a “fim de semana”, que são os dias destinados ao descanso e ao lazer. Atualmente, a semana é dividida em 5 dias úteis e um fim de semana de 2 dias (sábado e domingo). Na língua portuguesa, o nome “sábado” tem origem judaica (do hebraico “shabāt”) e significa “dia do descanso”; ele geralmente é considerado o último dia da semana e tem seu fundamento na narrativa bíblica do Gênesis, em que Deus criou o mundo em 6 dias e descansou no último.
O nome “domingo” tem origem romana (do latim “dies Dominicus”) e significa “dia do Senhor”; ele geralmente é considerado o primeiro dia da semana, aquele em que as pessoas se reúnem para cultuar a Deus (daí a tradição de ir à igreja aos domingos). Os demais dias (os “úteis”) foram nomeados pela sua ordem (segunda, terça, quarta…) acrescidos da palavra “feira”. Mas por quê?
O nome “feira” acrescido aos dias úteis da semana na língua portuguesa vem do latim “feria“, que também significa “dia de descanso”, “folga”, ou ainda mais literalmente “férias”. O termo passou a ser empregado no ano 563, após um concílio da Igreja Católica na cidade portuguesa de Braga. Na ocasião, o bispo Martinho de Braga decidiu que os nomes dos dias da semana usados até então, em homenagem a deuses pagãos, deveriam mudar. Mas espera aí: se feria significa dia de descanso, folga e férias, por que se usa “feira” para nomear os dias úteis? Isso acontece porque, no início, a ordem do bispo valia apenas para os dias da Semana Santa (aquela que antecede o domingo de Páscoa), em que todo bom cristão deveria descansar. Somente depois é que ela acabou sendo adotada para o ano inteiro.
A parte mais interessante dessa história é que tudo isso (os nomes dos dias e suas origens explicadas acima) é uma exclusividade dos países de língua portuguesa. No inglês, espanhol, francês, italiano, alemão e muitas outras línguas modernas, ao contrário do que queria o bispo Martinho de Braga, os deuses pagãos continuam sendo homenageados e batendo ponto dia após dia. Isso porque, na sua origem mais remota, os nomes dos dias da semana tinham influência na astrologia, e cada um representava um deus pagão, que por sua vez eram representados materialmente por um astro do nosso Sistema Solar: Sol (domingo), Lua (segunda), Marte (terça), Mercúrio (quarta), Júpiter (quinta), Vênus (sexta) e Saturno (sábado). Veja o exemplo do inglês: sunday (dia do Sol), monday (dia da Lua), tuesday (dia de Marte),wednesday (dia de Mercúrio), thursday (dia de Júpiter), friday (dia de Vênus) e saturday (dia de Saturno).
Outro dado curioso: por ordenação de trabalho e lazer e pela normalização ISO 8601, a segunda-feira é considerada o primeiro dia da semana, sendo o domingo o último dia e o sábado o penúltimo. No entanto, desde o ano 321 os calendários ocidentais começam a semana pelo domingo. A regra foi imposta naquele ano pelo imperador romano Constantino, que, além disso, estabeleceu definitivamente que as semanas teriam 7 dias. A ordem não foi aleatória: embora na época os romanos adotassem semanas de 8 dias, a narrativa do Gênesis já dizia que Deus havia criado a Terra em 6 dias e descansado no sétimo e, ao que tudo indica, os babilônios também já dividiam o ano em conjuntos de 7 dias.
Fonte: Blog Carmadelio

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A Coroa e as quatro velas do Advento

                                              

                                               Desde a sua origem a Coroa de Advento possui um sentido especificamente religioso e cristão: anunciar a chegada do Natal sobretudo às crianças, preparar-se para a celebração do Santo Natal, suscitar a oração em comum, mostrar que Jesus Cristo é a verdadeira luz, o Deus da Vida que nasce para a vida do mundo. O lugar mais natural para o seu uso é família. Liturgicamente, o tempo do Advento (do latim adventus = chegada) corresponde às quatro semanas que antecedem o Natal. As quatro velas representam essas quatro semanas e serão acesas, uma a uma, desde o primeiro domingo do Advento até o quarto domingo, sucessivamente. Via de regra as cores das velas devem corresponder à cor do tempo litúrgico - roxa -, diferenciando-se a terceira vela - rosa - como alegre preparação para a vinda do Senhor ou roxa, verde, rosa, branca ou vermelha,  mas existem conjuntos de velas com cores diferentes,  por isso não precisa ficar preocupado se, em alguma igreja, as cores das velas não corresponderem as que indicamos neste artigo.
                                               
Neste sentido, relembramos que as vestes litúrgicas devem ser de cor roxa,  como sinal de nossa conversão em preparação para o Natal, com exceção do terceiro domingo, onde o rosa substitui o roxo, revelando o Domingo da Alegria (ou Domingo Gaudette).  O Advento deve ser tempo de celebração onde a sobriedade e a moderação são características peculiares da liturgia, evitando-se antecipar a plena alegria da festa do Natal de Jesus. Por isso, neste período não se entoa o "Glória" e nossos passos, nesse recolhimento, seguem em direção ao sublime momento do nascimento de Jesus.
AS QUATRO VELAS
Rito - Na celebração eucarística, um pequeno rito pode ser colocado no início da celebração, liturgia da palavra ou qualquer outro momento conforme o designar o celebrante. O acender das velas, normalmente é aberto com a bênção das velas, canto e oração própria.  Seria também muito próprio fazer, em nossas casas,  uma breve oração e acendimento das velas nos Domingos que antecedem o natal.
1º Domingo do Advento - Acende-se a  PRIMEIRA VELA -ROXA
  A luz nascente nos conclama a refletir e aprofundar a proximidade do Natal,  onde Cristo, Salvador e Luz do mundo brilhará para a  humanidade. Lembra ainda o perdão concedido a Adão e Eva. A cor roxa nos recorda  nossa atitude de vigilância diante da abertura e espera do Senhor que virá.
Oração:
A luz de Cristo, que esperamos neste Advento, enxugue todas as lágrimas, acabe com todas as trevas, consolem quem está triste e encha nossos corações da  alegria de preparar sua vinda neste novo ano de graça!

2º Domingo do Advento - Acende-se a  SEGUNDA VELA - VERDE
 A segunda vela acesa nos convida ao desejo de conversão, arrependimento dos nossos pecados e também o compromisso de prepararmos, assim como São João Batista, o caminho do Senhor que virá.  Esta vela lembra ainda a fé dos patriarcas e de São João Batista, que anuncia a salvação para todos os povos.
Oração:
A luz de Cristo, que esperamos neste Advento, enxugue todas as lágrimas, acabe com todas as trevas, consolem quem está triste e encha nossos corações da  alegria de preparar sua vinda neste novo ano de graça!
3º Domingo do Advento - Acende-se a  TERCEIRA VELA - ROSA
 A terceira vela acesa nos convida à alegria e ao júbilo pela aproximação da chegada de Jesus.  A cor litúrgica de hoje, o rosa,  indica justamente o Domingo da Alegria, ou o Domingo Gaudette,  onde transborda nosso coração de alegria pela proximidade da chegada do Senhor. Esta vela lembra ainda a alegria celebrada pelo rei Davi e sua promessa que, agora, está se cumprindo em Maria.
Oração:
Alegrai-vos sempre no Senhor! De novo vos digo: Alegrai-vos! O Senhor está perto"
4º Domingo do Advento - Acende-se a  QUARTA VELA BRANCA 
OU VERMELHA                                                                             
  A quarta vela marca os passos de preparação para acolher o Salvador,  nossa expectativa da chegada definitiva da Luz ao mundo. Simboliza ainda nossa fé em Jesus Cristo, que ilumina todo homem que vêm a este mundo e  também os ensinamentos dos profetas, que anunciaram a chegada do Salvador.  
Oração:
Céus, deixai cair o orvalho, nuvens, chovei o justo;  abra-se a terra, e brote o Salvador!


CÂNTICO PARA ACENDER A VELA DA COROA DO ADVENTO
Pequenos Cantores do Santuário de Santa Edwiges

Intro:  ( A7+  F#-  G#º    A/C#  F#-/E  ... E7/G#  A  A#º B-7  A )

A                     Bm      E7           A                           E7                            A     E7
Uma vela acendemos neste momento, é a primeira vela da coroa do Advento.
         A           Bm      E7           A                           E7            D    E       A       B-...E7...A
Uma vela acendemos neste momento, é a primeira vela da coroa do Advento.

A      E                                  A                         E                                 A
Uma voz que clamava no deserto falou, preparai os caminhos do Senhor

A                 Bm   E7               A                     E7                    A
Vem, vem Jesus, vem, vem Jesus, que nos ilumine com a tua luz.
A                 Bm   E7               A                     E7              D E  A
Vem, vem Jesus, vem, vem Jesus, que nos ilumine com a  tua luz.

Angelus com o Papa Francisco – 01/12/2013

Angelus com o Papa Francisco - 01/12/2013
ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 1º de dezembro de 2013



Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Iniciamos hoje, Primeiro Domingo do Advento, um novo ano litúrgico, isso é, um novo caminho do Povo de Deus com Jesus Cristo, o nosso Pastor, que nos guia na história para o cumprimento do Reino de Deus. Por isto, este dia tem um encanto especial, nos faz experimentar um sentimento profundo do sentido da história. Redescobrimos a beleza de estar todos em caminho: a Igreja, com a sua vocação e missão, e toda a humanidade, os povos, as culturas, todos em caminho pelos caminhos do tempo.
Mas em caminho para onde? Há uma meta comum? E qual é esta meta? O Senhor nos responde através do profeta Isaías, e diz assim: “No fim dos tempos acontecerá/ que o monte da casa do Senhor/ estará colocado à frente das montanhas/ e dominará as colinas./ Para aí correrão todas as gentes,/ e os povos virão em multidão:/ “Vinde, dirão eles, subamos à montanha do Senhor,/ à casa do Deus de Jacó:/ ele nos ensinará seus caminhos,/ e nós trilharemos as suas veredas”” (2, 2-3). Isto é aquilo que nos diz Isaías sobre a meta para onde vamos. É uma peregrinação universal para uma meta comum, que no Antigo Testamento é Jerusalém, onde surge o templo do Senhor, porque dali, de Jerusalém, veio a revelação da face de Deus e da sua lei. A revelação encontrou em Jesus Cristo o seu cumprimento, e o “templo do Senhor” tornou-se Ele mesmo, o Verbo feito carne: é Ele o guia e junto à meta da nossa peregrinação, da peregrinação de todo o Povo de Deus; e à sua luz também outros povos possam caminhar rumo ao Reino da justiça, rumo ao Reino da paz. Diz ainda o profeta: “De suas espadas forjarão relhas de arados,/ e de suas lanças, foices./ Uma nação não levantará a espada contra a outra,/ e não se arrastarão mais para a guerra” (2, 4). Permito-me repetir isto que nos diz o Profeta, escutem bem: “De suas espadas forjarão relhas de arados,/ e de suas lanças, foices./ Uma nação não levantará a espada contra a outra,/ e não se arrastarão mais para a guerra”. Mas quando acontecerá isto? Que belo dia será, no qual as armas serão desmontadas, para se transformar em instrumentos de trabalho! Que belo dia será aquele! Que belo dia será aquele! E isto é possível! Apostemos na esperança, na esperança da paz, e será possível!
Este caminho não está nunca concluído. Como na vida de cada um de nós, há sempre necessidade de começar de novo, de levantar-se, de reencontrar o sentido da meta da própria existência, assim, para a grande família humana é necessário renovar sempre o horizonte comum rumo ao qual somos encaminhados. O horizonte da esperança! Este é o horizonte para fazer um bom caminho. O tempo do Advento, que hoje começamos de novo, nos restitui o horizonte da esperança, uma esperança que não desilude porque é fundada na Palavra de Deus. Uma esperança que não desilude, simplesmente porque o Senhor não desilude nunca! Ele é fiel! Ele não desilude! Pensemos e sintamos esta beleza.
O modelo desta atitude espiritual, deste modo de ser e de caminhar na vida é a Virgem Maria. Uma simples moça do campo, que leva no coração toda a esperança de Deus! Em seu ventre, a esperança de Deus tomou carne, fez-se homem, fez-se história: Jesus Cristo. O seu Magnificat é o cântico do Povo de Deus em caminho, e de todos os homens e mulheres que esperam em Deus, no poder da sua misericórdia. Deixemo-nos guiar por ela, que é mãe, é mãe e sabe como guiar-nos. Deixemo-nos guiar por ela neste tempo de espera e de vigilância ativa.
A todos desejo um bom início de Advento. Bom almoço e até mais!
Fonte: Boletim Santa Sé