A Europa ainda hoje tem "no mundo um grande peso seja econômico, seja cultural e intelectual. E, em correspondência deste peso, tem uma grande responsabilidade", mas deve "encontrar ainda a sua plena identidade para poder falar e agir segundo a sua responsabilidade", disse Bento XVI em entrevista no filme "Bells of Europe - Campane d'Europa (Sinos da Europa)" realizada pelo CTV e apresentado ontem na Sala Sinodal.
"Bells of Europe - Campane d'Europa" fala das relações entre o cristianismo, a cultura europeia e o futuro do Continente. O filme apresenta extratos de uma série de entrevistas originais com personalidades religiosas e da política e da cultura. Apresenta também o som dos sinos dos diversos cantos do Continente e da fusão de um sino na antiga fundição de Agnone.
No filme, Bento XVI responde a duas perguntas sobre a Europa. O Pontífice vê três motivos de esperança para o continente europeu nas próprias raízes cristãs que são: o desejo de Deus, a verdade do Evangelho e inquietação dos jovens.
A inquietação de Deus "existe hoje também", disse o Papa. A verdade do Evangelho e as buscas dos jovens confirmam que "as ideologias têm um tempo contado".
"Parecem fortes, irresistíveis, mas depois de um certo período se consomem, não têm mais a força neles, porque lhes falta uma verdade profunda. São partículas de verdade que, no fim, foram consumidas. Por sua vez o Evangelho é verdadeiro, e por isso não se consome nunca", observa o Papa afirmando que está convicto que "haja também uma nova primavera do cristianismo".
"Há novas descobertas da beleza do cristianismo - continuou - um cristianismo não a preço moderado, não reduzido, mas na sua radicalidade e profundidade. Portanto, me parece que a antropologia como tal nos indique que haverá sempre novos despertares do cristianismo e os fatos o confirmam com uma palavra: fundamento profundo. É o cristianismo. É a verdade, e a verdade tem sempre um futuro".
Portanto, o desafio fundamental para a Europa de hoje é reencontrar "ainda a sua plena identidade para poder falar e agir segundo a sua responsabilidade". Ela é chamada através de uma identidade histórica e moral "a buscar uma interculturalidade na qual todos podem entrar e encontrar uma unidade fundamental dos valores que podem abrir as estradas ao futuro, a um novo humanismo, que deve ser o nosso objetivo. E para nós este humanismo cresce justamente da grande ideia do homem à imagem e semelhança de Deus".
O filme, em versão italiana e inglês foi distribuído a todos os participantes do Sínodo.
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