
Em suas palavras prévias à oração do ângelus, diante dos milhares de
peregrinos reunidos em Castel Gandolfo, o Papa Bento XVI exortou os cristãos a “gozar por cada
gesto e iniciativa de bem, sem invejas nem ciúmes”.
Ao referir-se ao Evangelho de hoje, o Santo Padre
assinala que Jesus não só não permitiu que João impeça um homem, que não era
seguidor do Senhor, de expulsar demônios, mas também “aproveita aquela situação
para ensinar a seus discípulos que Deus pode realizar coisas boas e até
prodigiosas também além de seu próprio círculo”.
Jesus ensinou a seus discípulos, destacou o Papa,
“é possível colaborar com a causa do Reino de Deus de diversos modos, até
oferecendo um simples copo de água a um missionário”.
O apóstolo João, jovem e zeloso – explicou Bento XVI – queria impedir-lhe, mas Jesus não o
permitiu, e ensinou a seus discípulos que Deus também pode atuar coisas boas ou
prodigiosas fora de seu ambiente, e que se pode colaborar com a causa do Reino
de várias maneiras, inclusive oferecendo um copo de água a um missionário”.
O Papa prosseguiu: “Assim como na Igreja Católica existem coisas que não são católicas, fora
da Igreja Católica também pode haver algo católico”.
“Por isso – comentou – os membros da Igreja não
devem sentir ciúmes, mas alegrar-se se alguém de fora da comunidade faz o bem
em nome de Cristo, desde que o faça com intenção honesta e com respeito. Sendo
assim – concluiu – devemos ser sempre capazes de nos apreciar e nos estimar reciprocamente”.
“Também no interior da Igreja mesma pode
acontecer, às vezes, que custe valorizar e apreciar, em um espírito de profunda
comunhão, as coisas boas realizadas pelas distintas realidades eclesiásticas”,
lamentou.
Entretanto, exortou o Papa, “todos temos que ser
sempre capazes de apreciar e estimar-nos mutuamente, elogiando o Senhor pela
infinita ‘fantasia’ com a qual obra na Igreja e no mundo”.
Bento XVI também se referiu à “denúncia do
apóstolo Tiago contra os ricos desonestos, que põem suas seguranças nas
riquezas acumuladas pela força da violência”.
“As palavras do apóstolo Tiago, enquanto advertem
contra a vã cobiça dos bens materiais, constituem uma forte chamada a usá-los
na perspectiva da solidariedade e do bem comum, agindo sempre com equidade e
moralidade em todos os níveis”.
Citando São Cesáreo de Arles, o Papa disse que “a
riqueza não pode fazer o mal a um homem bom, porque ele a doa com misericórdia,
assim como não pode ajudar um homem mau, enquanto a conserve com avidez ou esbanjando
e dissipando-a”, concluiu.
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