
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Liturgia, lugar privilegiado de encontro com Cristo – Bento XVI

Na linha de continuidade com a catequese que tem vindo a fazer sobre a oração, como forma de relação com Deus, Bento XVI deteve-se nesta quarta feira, com os milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro para a audiência geral, sobre a liturgia como “âmbito privilegiado no qual Deus fala a cada um de nós e espera a nossa resposta”.
Citando várias vezes o Catecismo da Igreja católica e o documento conciliar sobre a liturgia, Bento XVI disse que a “Palavra de Deus constantemente anunciada na liturgia, permanece sempre viva e eficaz pela potencia do Espírito Santo e manifesta o amor do Pai que nunca cessa de agir em relação a todos os seres humanos”. E explicou que a palavra “liturgia” significa “serviço da parte do Povo e a favor do próprio povo”, ou seja, “o Povo de Deus participa na obra de Deus. Através da Liturgia, Cristo nosso Redentor e Sumo Sacerdote continua na sua Igreja a obra da nossa Redenção”. A Liturgia é, portanto, “o próprio Deus que age e nós somos atraídos para essa obra de Deus”.
Não foi por acaso – continuou o Papa – que o Concilio Vaticano II se tenha debruçado, em primeiro lugar, sobre a questão da Liturgia, deixando assim claro “A primazia de Deus, a sua prioridade absoluta”. “Deus antes de tudo”.
“Onde o olhar sobre Deus não é determinante, todo o resto perde o sentido de orientação. O critério fundamental da liturgia é a sua orientação para Deus para se poder, deste modo, participar na sua própria obra.”
Mas, qual é então esta obra de Deus? – perguntou o Papa, dizendo que a resposta da Constituição conciliar sobre a sagrada liturgia é dupla, mas inseparáveis: por um lado, diz que a obra de Deus são as suas ações históricas que nos levam à salvação e que culminam na morte e ressurreição de Cristo. Por outro, define a celebração da liturgia como obra de Cristo. Para nós tudo isto se torna atual no Sacramento da Eucaristia – frisou Bento XVI.
“A liturgia é, por conseguinte, o lugar privilegiado do encontro dos cristãos com Deus e com aquele que ele enviou: Jesus Cristo”.
Um encontro que se exprime em forma de diálogo, através de ações e palavras.
“Por isso, a primeira exigência para uma boa celebração litúrgica é que seja oração e colóquio com Deus, antes de mais escuta e, consequentemente, resposta”.
Embora habitualmente tendamos a fazer o contrário, “As palavras devem preceder a mente” referiu Bento XVI citando São Bento e acrescentando que “A sagrada liturgia oferece-nos as palavras. Nós devemos entrar no seu significado, acolhe-lo, pôr-se em sintonia com ele.
“Elemento fundamental, primário, do diálogo com Deus na liturgia é a concordância entre o que dizemos com os lábios e o que trazemos no coração”.
Bento XVI concluiu a sua catequese, em língua italiana, com estas palavras:
“Caros amigos, celebramos e vivemos bem a liturgia só se permanecermos numa atitude de oração, unindo-nos ao Mistério de Cristo e ao seu colóquio de Filho com o Pai. Deus” ensina-nos a rezar (…). Ele próprio deu-nos as palavras adequadas para nos dirigirmos a Ele. Palavras que encontramos no Salterio, nas grandes orações da Sagrada Liturgia e na própria celebração Eucarística”.
Como habitualmente, Bento XVI saudou os peregrinos em várias línguas europeias. Eis a síntese da sua catequese em português:
Queridos irmãos e irmãs,
Ao tratar o tema da oração, nestes últimos meses, procuramos aprender a rezar de modo cada vez mais autêntico, fixando o olhar em algumas grandes figuras, especialmente no exemplo de Jesus, cientes de que somente Ele é capaz de nos unir a Deus com a profundidade e intimidade de filhos que Lhe podem chamar: Abba, Pai. Pois bem! Um âmbito privilegiado, onde Deus fala a cada um de nós e espera a nossa resposta é a liturgia. Nesta, o povo fiel toma parte na obra de Deus, isto é nas ações por Ele realizadas na história humana que nos trazem a salvação e que culminam na Morte e Ressurreição de Jesus. A liturgia é o «espaço» onde o Mistério da Morte e Ressurreição se torna atual, se faz presente no meu hoje, através da ação de Cristo na Igreja. Por isso, cada celebração litúrgica, especialmente a Eucaristia, é um encontro dos filhos de Deus com o seu Pai, por Cristo e no Espírito Santo.
Queridos peregrinos de língua portuguesa, a todos vós dirijo uma calorosa saudação! Particularmente, saúdo os membros da Ordem de Cavalaria do Santo Sepulcro de Jerusalém e todos os grupos vindos do Brasil. Tende por centro da vossa vida de oração a liturgia, que vos une ao Mistério de Cristo e ao Seu diálogo com o Pai, procurando que concordem as palavras de vossos lábios com os sentimentos do coração. E que desça sobre vós as bênçãos de Deus.
Por Rádio Vaticano
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Abraçar a humildade e deixar o orgulho, exorta Bento XVI no ângelus dominical

No domingo, 23 de setembro, diante dos milhares
de fiéis que o acompanharam na audiência geral na residência Apostólica de
Castel Gandolfo, o Papa afirmou que é necessário mudar o nosso modo de pensar e
de viver para seguir o Senhor, e assim abraçar a humildade e deixar o orgulho
que nos impedem ser como Cristo que não teme abaixar-se e fazer-se o último.
“Em nossa jornada através do Evangelho de Marcos,
no domingo passado chegamos à sua segunda parte, isto é, a última viagem para
Jerusalém rumo à cima da missão de Jesus. Depois de que Pedro, em nome dos
discípulos, professou a fé nEle, reconhecendo-o como o Messias, Jesus começou a
falar abertamente sobre o que iria suceder com Ele no final”.
O evangelista, explicou o Papa mostra três
predições sucessivas da morte e a ressurreição, nos capítulos 8, 9 e 10: nestas
Jesus proclama de forma cada vez mais clara o destino que o aguarda e sua
intrínseca necessidade para a salvação do mundo.
“ A passagem deste domingo -explicou o Papa-
contém o segundo desses anúncios. Jesus diz: "O Filho do Homem - uma
expressão que Ele usa para designar-se a si mesmo- será entregue nas mãos
dos homens, e eles vão matá-lo, mas depois de morto, ressuscitará após três
dias".
“Com efeito, lendo esta parte da narrativa de
Marcos, aparece evidente que entre Jesus e os discípulos há uma profunda
distância interior”, sublinhou o Santo Padre.
Outro aspecto destacado pelo Santo Padre na sua
catequese de hoje foi o fato de que na leitura do evangelho deste domingo,
“após o segundo anúncio da paixão os discípulos começam a discutir entre eles
sobre quem é o maior (cf. Mc 9:34), e depois do terceiro anúncio, Tiago e João
pedem a Jesus para sentar-se à sua mão direita e à sua esquerda, quando ele
esteja na glória (cf. Mc 10:35-40). Porém existem vários outros sinais desta
distância, por exemplo: os discípulos não conseguem curar um menino epiléptico,
e em seguida, Jesus o cura com o poder da oração (cf. Mc 9,14-29), ou quando a Jesus se apresentam as crianças, os discípulos
buscam censurá-los, mas Jesus, indignado, os deixa ficar, e diz que somente
aqueles que são como as crianças podem entrar no Reino de Deus (cf. Mc
10,13-16)”.
“O que isso nos diz? Isto nos lembra que a lógica
de Deus é sempre "outra" em relação à nossa, como revelado por Deus
através do profeta Isaías: "Os meus pensamentos não são os vossos
pensamentos, vossos caminhos não são os meus caminhos" (Is 55: 8). Por
isso, seguir o Senhor requer sempre do homem uma profunda conversão, uma
mudança no modo de pensar e de viver, requer abrir o coração à escuta para
deixar-se iluminar e se transformar interiormente”, ensinou o Papa.
“Um ponto-chave no qual Deus e o homem se
diferenciam é o orgulho – continuou o Pontífice; em Deus não há orgulho, porque
Ele é total plenitude e é todo inclinado a amar e doar vida; em nós homens, ao
contrário, o orgulho está intimamente enraizado e requer constante vigilância e
purificação”, explicou.
“Nós, que somos pequenos, aspiramos parecer
grandes e sermos os primeiros, enquanto Deus não teme inclinar-se e fazer-se o
último”.
Para concluir Bento XVI pediu à Virgem Maria que mostre a todos o caminho da fé em Jesus através do amor e
da humildade.
Segundo a nota publicada neste domingo pela Rádio
Vaticano, na saudação que fez aos peregrinos de língua francesa o Santo Padre
agradeceu uma vez mais àqueles que acompanharam com a oração no último fim de
semana a sua viagem apostólica ao Líbano, e extensivamente a todo o Oriente
Médio. “Continuem rezando pelos cristãos do Oriente Médio, pela paz e pelo
diálogo sereno entre as religiões” – disse o Papa – recordando que neste sábado
foi beatificado na localidade francesa de Troyes o sacerdote Louis Brisson,
fundador no século XIX dos Oblatos e Oblatas de São Francisco de Sales.
Fonte: ACI Digital
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Projeto Aleteia, o primeiro social network católico, lançado hoje em Roma

Foi lançado nesta quinta-feira, 20, em Roma a
rede católica mundial ‘Aleteia – Em busca da verdade’, uma página interativa
com perguntas e respostas, material audiovisual e documentos sobre a fé
católica e a Igreja. A iniciativa vai
estar disponível na internet em seis línguas, incluindo o português, e conta
com a colaboração de jornalistas e peritos que diariamente apresentarão aos
internautas notícias, recursos e respostas às inquietudes dos católicos e de
todos aqueles que buscam a verdade.
O nome Aleteia deriva da palavra grega ‘aletheia’
(verdade) e marca a “entrada da nova evangelização no mundo virtual”, afirmou
Dom Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a promoção da Nova
Evangelização que junto ao Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais
auspiciam a iniciativa. A plataforma (site, aplicação, newsletter, web TV) é
apresentada como “a primeira comunidade online de perguntas e respostas a
propósito da fé, da vida, da sociedade e do
ensinamento da Igreja”.
Aleteia está sob a responsabilidade de uma grande
equipe de especialistas encabeçada por Jesús Colina, jornalista e consultor do
Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais.
“Há mais de 55 milhões de pesquisas sobre a
palavra "Deus" no Google, por mês. A Aleteia pretende ser uma
resposta de referência. Mais de 1.000 meios de comunicação e instituições
católicas já aderiram à rede Aleteia. Muitos ainda estão chegando. Pela
primeira vez, os católicos produtores de informação se unem em uma rede para
responder às perguntas sobre a fé”, afirmou Jesús Colina pela ocasião do
lançamento mundial de Aleteia na manhã de hoje em Roma.
“A Aleteia é uma rede mundial católica para
compartilhar e discutir questões de fé, vida e sociedade, dirigida àqueles que
buscam a verdade”, completou.
À Aleteia já aderiram, até agora, como membros,
mais de mil sites web, rádio e tevês, instituições católicas e movimentos do
mundo todo. “É uma ocasião formidável para a Igreja para ampliar o diálogo com
os católicos, cristãos, crentes de todas as religiões e também não crentes,
porque Aleteia quer oferecer recursos a todos os que buscam a verdade” explicou
também o diretor da iniciativa na ocasião do seu lançamento internacional.
A iniciativa, segundo o site News.va, o site de
notícias oficial do Vaticano, foi apresentada nesta manhã no Centro Rússia
Ecumênica de Roma e também conta com o apoio da Fundação para a Evangelização
através da Mídia (FEM).
O portal do projeto Aleteia em português pode ser
acessado através do link:http://www.aleteia.org/pt/
Para ver e curtir o fanpage de Aleteia no facebook,
confira:http://www.facebook.com/AleteiafanpagePT
Para ver o vídeo (em inglês) de promoção da
iniciativa no youtube, acesse:http://www.youtube.com/watch?v=ciS2_fcjTVE&feature=player_embedded
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
“Votar é uma das tarefas mais importante do mundo”, afirma Pedro Gontijo

Dia 7 de outubro, aproximadamente de 140 milhões de brasileiros vão às urnas para eleger prefeitos e vereadores. Entender o que faz um prefeito e um vereador pode parecer simples, mas ajuda na hora do voto a escolher o candidato ideal para a sua região.
O prefeito é, acima de tudo, um representante da comunidade, devendo assim ouvir os anseios e as suas reivindicações. Além disso, ele tem a responsabilidade de buscar apoio financeiro dos governos Estadual e Federal, com o objetivo de promover melhorias no município que administra. Já os vereadores são a ponte entre a população e o prefeito, além de fiscalizar o trabalho do Executivo. São eles os responsáveis pela elaboração das leis municipais.
Segundo o secretário executivo da Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP), organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Pedro Gontijo, são três os aspectos relevantes que um eleitor deve levar em consideração antes de votar em um candidato. O primeiro é a vida pregressa do candidato, os pensamentos e propostas de campanhas e por último o cociente eleitoral.
“Votar é uma das tarefas mais importante do mundo, afinal de contas, o que se escolhe numa eleição é a gestão para os próximos quatro anos na sua cidade. Voto é algo sério, tem consequência, por isso a necessidade de averiguar a vida pregressa dos candidatos, para ver se a vida deles, tanto no aspecto privado quanto público, pode ser considerada digna de confiança do eleitorado. Deve-se verificar também como este candidato vive em comunidade, como ele pensa as relações de gênero, de juventude, de família, e depois verificar os aspectos de vida pública, o seu envolvimento com o poder público”, explicou Pedro.
Ainda de acordo com o secretário executivo da CBJP, o eleitor deve identificar o que este candidato apoia ideologicamente. “Assim o eleitor analisa as propostas defendidas por seu candidato e seu partido e são propostas condizentes com que o eleitor deseja. Mas o voto consciente vai mais longe ainda. O eleitor deve observar os nomes que fazem parte da coligação que este candidato está filiado, pois, o seu voto pode ajudar a eleger o seu candidato, mas também, pode eleger pessoas que ele não gostaria que estivessem à frente politicamente de sua região, que entram no chamado sistema proporcional – uma matemática feita entre o chamado quociente eleitoral e o quociente partidário -, já que o voto que um vereador recebe conta para o partido e para a coligação”.
Campanha Voto Consciente
Sobre a campanha lançada pela Conferência dos Bispos do Brasil, com apoio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), intitulada Voto Consciente, Pedro Gontijo ressaltou que a campanha é “extremamente pertinente, atual e importante, pois a cultura democrática no Brasil ainda é muito nova. Estamos no processo inicial de aprendizado do voto. Muita gente não sabe como funciona o coeficiente eleitoral, o que faz um prefeito, um vereador, então a campanha Voto Consciente veio como uma proposta educativa, como mais uma ferramenta no auxílio da conscientização do eleitorado brasileiro”.
Como é eleito um prefeito?
Diferentemente dos vereadores, os candidatos à prefeitura são eleitos de acordo com um sistema eleitoral majoritário, onde é preciso obter mais de 50% dos votos válidos (excluídos brancos e nulos). Caso nenhum candidato atinja essa maioria, os dois mais votados disputam um 2º turno, mas somente nos municípios com mais de 200 mil eleitores e nos casos em que o 1º turno tenha sido disputado por pelo menos 3 candidatos.
Como é o processo para um vereador ser eleito e como é feita a divisão entre os partidos?
Um vereador é eleito de acordo com um sistema proporcional – uma matemática feita entre o chamado quociente eleitoral e o quociente partidário. Quociente eleitoral é o número obtido através da divisão entre a soma dos votos válidos (excluídos brancos e nulos) e o número de vagas disponíveis na câmara de cada cidade. Funciona assim: em uma cidade há oito vagas para vereador e quatro partidos concorrem a elas (A, B, C e D). A legenda A obteve 2.000 votos, a B, 350, a C, 2.900, e a D, 2.550 votos. Um total de 7.800 votos válidos. Dividindo esse total pelo número de vagas (7.800/8), obtêm-se um quociente eleitoral de 975. Assim, de acordo com a lei vigente, apenas as legendas A, C e D conseguiram votos suficientes para atingir o quociente eleitoral e terão direito a preencher as vagas disponíveis. Quociente partidário é número obtido dividindo-se o quociente eleitoral pelo número de votos válidos dados para uma mesma legenda ou coligação de legendas. No exemplo dado, o partido A teria seus 2.000 votos divididos por 975 (quociente eleitoral), o que lhe renderia duas vagas na Câmara Municipal – já que a lei determina que seja descartada a fração. Ocupariam tais vagas os dois candidatos mais votados na eleição.
Fonte: Núcleo de Estudo Sociopolítico (NESP) da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG); Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Fundação Futura.
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Declaração de movimentos pró-vida e pró-família contra o governo do PT

Nós, participantes do VII Encontro Nacional de Movimentos em Defesa da Vida e da Família realizado em Brasília de 7 a 9 de setembro de 2012,
CONSTATAMOS:
O crescente favorecimento da causa abortista pelo Governo Federal, em desconformidade com o compromisso assumido pela então candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff, com os eleitores, em 2010.
A lamentável nomeação da Sra. Eleonora Menicucci, defensora e praticante confessa do aborto, para o cargo de Secretária de Políticas Públicas para as Mulheres.
A celebração de contrato entre a União Federal e a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), prorrogado pelo atual Governo (1), assim como a manutenção do grupo GEA (Grupo de Estudos sobre o Aborto), criado com a finalidade de promover a despenalização do aborto no país.
O plano do Ministério da Saúde, noticiado pela imprensa, de instruir as mulheres como fazer o aborto por meio de uma cartilha e de uma central de telefone em âmbito nacional pelo SUS de elaborar uma Norma Técnica, e de liberar o comércio de abortivos nas farmácias, usando como pretexto a “redução de danos”.
O açodamento com que foi preparado o anteprojeto de Código Penal, com audiências públicas não representativas da sociedade, e a sua conversão imediata em projeto de lei (PLS 236/2012) pelo Senador José Sarney, sem que fosse dado tempo suficiente ao povo para enviar sugestões e críticas.
A presença de inúmeros erros técnicos e de conteúdo no PLS 236/2012, dificilmente corrigíveis por meio de emendas durante o processo legislativo.
A descriminalização do aborto, da eutanásia, do suicídio assistido, da clonagem, da manipulação e comércio de embriões, da prostituição infantil a partir de doze anos, do uso pessoal de drogas e do terrorismo praticado por movimentos sociais, entre outras infâmias previstas pelo PLS 236/2012.
A promoção e a exaltação do homossexualismo, o cerceamento da liberdade de expressão e a instauração da perseguição religiosa presentes no mesmo projeto por meio da incriminação da chamada “homofobia”.
A crescente invasão de competência do Congresso Nacional pelo Supremo Tribunal Federal que, à revelia da Constituição, reconheceu a validade da “união estável” de pessoas do mesmo sexo e o aborto de crianças anencéfalas.
SOLICITAMOS
Ao Congresso Nacional, que, por meio de decreto legislativo, suste as referidas decisões da Suprema Corte.
Aos senadores e deputados federais, que rejeitem todas as cláusulas antivida e antifamília presentes no PLS 236/2012
Aos eleitores, que apóiem os candidatos comprometidos com a defesa da vida e da família e que neguem seu voto a políticos e partidos comprometidos com o aborto e o homossexualismo, entre os quais se destaca o Partido dos Trabalhadores.
Aos educadores, que rejeitem as cartilhas e livros que, a pretexto de proteger a saúde do adolescente e oferecer “educação” sexual, corrompem a infância e a juventude.
Aos médicos e outros profissionais de saúde, para que resistam às políticas pró-aborto do governo, mantendo-se fieis ao juramento de Hipócrates.
Aos líderes religiosos, que instruam o povo a eles confiado acerca de tudo o que foi referido acima.
Brasília, 9 de setembro de 2012.
ABRACEH – Associação de Apoio ao Ser Humano e à Família
Associação Nacional Mulheres pela Vida
Associação Nacional Pró-vida e Pró-família
Associação Theotokos - Guarulhos-SP
Comunidade Católica Totus Mariae - São Carlos-SP
Frente Integralista Brasileira (FIB)
Instituto Eu Defendo – RJ
Instituto Juventude pela Vida – SP
Instituto Vera Fides – RJ
Movimento Ação e Vida – RJ
Movimento em Defesa da Vida do Rio de Janeiro
Movimento Sacerdotal Mariano - São José dos Campos-SP
Movimento Teologia do Corpo
Pró-Vida de Anápolis – GO
Rede Pró-vida Nacional
Sociedade de Divulgação Espírita Auta de Souza-DF
Nota:
1 - Conforme texto disponível em http://www.documentosepesquisas.com/maio2012.pdf
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Como cristão, posso votar em partidos abortistas como o PT, PV e outros?

Posso votar no PT?[1]
(uma questão moral)
1. Existe algum partido da Igreja Católica?
A Igreja, justamente por ser católica, isto é,
universal, não pode estar confinada a um partido político. Ela “não se
confunde de modo algum com a comunidade política”[2] e admite que os
cidadãos tenham “opiniões legítimas, mas discordantes entre si, sobre a
organização da realidade temporal”[3].
2. Então os fiéis católicos podem-se filiar a
qualquer partido?
Não. Há partidos que abusam da
pluralidade de opinião para defender atentados contra a lei moral, como o
aborto e o casamento de pessoas do mesmo sexo. “Faz parte da missão da
Igreja emitir juízo moral também sobre as realidades que dizem respeito à ordem
política, quando o exijam os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das
almas”[4].
3. O Partido dos Trabalhadores (PT) defende algum
atentado contra a lei moral?
Sim. No 3º Congresso do PT, ocorrido entre agosto e setembro de 2007,
foi aprovada a resolução “Por um Brasil de mulheres e homens livres e iguais”,
que inclui a “defesa da autodeterminação das mulheres, da descriminalização
do aborto e regulamentação do atendimento a todos os casos no serviço
público”[5].
4. Todo político filiado ao PT é obrigado a acatar
essa resolução?
Sim. Para ser candidato pelo PT é obrigatória
a assinatura do Compromisso Partidário do Candidato ou Candidata
Petista, que “indicará que o candidato ou candidata está previamente
de acordo com as normas e resoluções do Partido, em relação tanto à campanha
como ao exercício do mandato” (Estatuto do PT, art. 140, §1º[6]).
5. Que ocorre se o político contrariar uma
resolução do Partido como essa, que apoia o aborto?
Em tal caso, ele “será passível de punição, que poderá ir da simples
advertência até o desligamento do Partido com renúncia obrigatória ao mandato”
(Estatuto do PT, art. 140, §2º). Em 17 de setembro de 2009, dois
deputados foram punidos pelo Diretório Nacional. O motivo alegado é que eles “infringiram
a ética-partidária ao ‘militarem’ contra resolução do 3º Congresso Nacional do
PT a respeito da descriminalização do aborto”[7].
6. O PT agiu mal ao punir esses dois deputados?
Agiu mal, mas agiu coerentemente. Sendo
um partido abortista, o PT é coerente ao não tolerar defensores da vida em seu
meio. A mesma coerência devem ter os cristãos não votando no PT.
7. Mas eu conheço abortistas que pertencem a outros
partidos, como o PSDB, o PMDB, o DEM…
Os políticos que pertencem a esses partidos podem ser abortistas por
opção própria, mas não por obrigação partidária. Ao contrário, todo político filiado ao PT está comprometido com o
aborto.
8. Talvez haja algum político que se tenha filiado
ao PT sem prestar atenção ao compromisso pró-aborto que estava assinando…
Nesse caso, é dever do político pró-vida desfiliar-se do PT, após ter
verificado o engano cometido.
9. Que falta comete um cristão que vota em um
candidato de um partido abortista, como o PT?
Se o cristão vota no PT consciente de tudo quanto foi dito acima, comete pecado grave, porque coopera conscientemente com um pecado
grave.
O Catecismo da Igreja Católica ensina sobre a
cooperação com o pecado de outra pessoa: “O pecado é um ato pessoal.
Além disso, temos responsabilidade nos pecados cometidos por outros, quando neles
cooperamos: participando neles direta e voluntariamente; mandando,
aconselhando, louvando ou aprovando esses pecados; não os revelando ou não os
impedindo, quando a isso somos obrigados; protegendo os que fazem o mal”[8].
Ora, quem vota no PT, de fato aprova, ou seja, contribui com seu voto para que
possa ser praticado o que constitui um pecado grave.
Em síntese:
Um cristão não pode apoiar com seu voto um candidato comprometido com o
aborto:
– ou pela pertença a um partido que obriga o candidato a esse
compromisso (é o caso do PT)
– ou por opção pessoal.
Extraído da edição n. 133 do boletim “Aborto. Faça alguma coisa pela
vida”, do Pró-Vida de Anápolis, publicada em 12 de junho de 2010. Foram
atualizadas as citações, de acordo com o novo Estatuto do PT, assim como os
endereços da Internet.
Resoluções do 3º Congresso do PT, p. 80.
in: http://www.pt.org.br/arquivos/Resolucoesdo3oCongressoPT.pdf
Estatuto do Partido dos Trabalhadores, Redação final aprovada pelo
Diretório Nacional em 09/02/2012,
in:http://www.pt.org.br/arquivos/ESTATUTO_PT_2012_-_VERSAO_FINAL.pdf
O Líbano mostrou ao mundo que cristãos e muçulmanos podem viver em paz!

Em sua mensagem de despedida do aeroporto
internacional "Rafiq Hariri", o Papa Bento XVI agradeceu a acolhida
oferecida por fiéis e autoridades civis e religiosas libanesas, e assegurou que
nestes dias onde a violência reinou no Meio Oriente, o mundo viu aos cristãos e
muçulmanos libaneses "reunidos para celebrar a paz".
"O mundo árabe e o mundo inteiro terão
visto, nestes momentos de confusão, os cristãos e os muçulmanos reunidos para
celebrar a paz", afirmou o Papa minutos antes de partir do Líbano, aonde
chegou para entregar a Exortação Apostólica Pós-sinodal Ecclesia in Medio
Oriente.
O Santo Padre agradeceu "a Deus por estas
ocasiões que Ele permitiu, pelos importantes encontros que pude ter, e pela oração de todos por todos os libaneses e o Meio Oriente, qualquer
que seja a origem ou a confissão religiosa de cada um".
Bento
XVI recordou que quando Salomão pediu que se erigisse
uma casa como morada do Nome de Deus, um santuário para a eternidade, foi-lhe
enviada “madeira proveniente dos cedros do Líbano”.
“O Líbano estava presente no Santuário de
Deus", ressaltou Bento XVI.
"Que o Líbano de hoje, seus habitantes,
possa seguir estando presente no santuário de Deus. Que o Líbano continue sendo
um espaço onde os homens e as mulheres possam viver em harmonia e em paz uns
com os outros para dar ao mundo, não só o testemunho da existência de Deus,
primeiro tema do passado Sínodo, mas também também o da comunhão entre os
homens, qualquer que seja sua sensibilidade política, comunitária ou religiosa,
segundo tema do Sínodo", exortou o Papa.
O Santo Padre pediu a Deus para que este país
siga vivendo em paz "e resista com valentia tudo o que possa destrui-lá ou
miná-la. Desejo que o Líbano siga permitindo a pluralidade das tradições religiosas,
sem deixar-se levar pela voz daqueles que querem impedi-lo".
"Desejo que se fortaleça a comunhão entre
todos seus habitantes, qualquer que seja sua comunidade ou sua religião,
rechaçando resolutamente tudo o que possa levar à desunião e optando com
determinação pela fraternidade", expressou.
O Santo Padre assegurou que "a Virgem Maria, venerada com terna
devoção pelos fiéis das confissões religiosas aqui presente, é um modelo seguro
para avançar com esperança pelo caminho de uma fraternidade vivida e
autêntica".
"O Líbano entendeu bem isto ao proclamar há
algum tempo o 25 de março como dia festivo, permitindo assim que todos seus
habitantes vivam com mais serenidade sua unidade. Que a Virgem Maria, cujos
antigos santuários são tão numerosos em seu país, siga acompanhando-lhes e
inspirando-lhes ", expressou.
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
Bento XVI assina a exortação apostólica para o Oriente Médio

Como primeiro compromisso no Líbano em sua
viagem apostólica, o Papa Bento XVI visitou a Basílica de São Paulo, em
Harissa, às 18h (horário local, 12h no Brasil) para a assinatura da Exortação
apostólica pós-sinodal Ecclesia in Médio Oriente. Tendo em vista a aplicação
frutuosa do documento, Bento XVI convidou todos a não terem medo, permanecerem
na verdade e cultivarem a pureza da fé.
“Esta é a linguagem da Cruz gloriosa. Esta é a
loucura da Cruz: a de saber converter os nossos sofrimentos em grito de amor a
Deus e de misericórdia para com o próximo; e a de saber também transformar,
seres atacados e feridos na sua fé e identidade, em vasos de barro prontos a
serem cumulados pela abundância dos dons divinos mais preciosos que o ouro (cf.
2 Cor 4, 7-18)”.
O Pontífice considerou como providencial que a
assinatura do documento tenha sido no dia da Festa da Exaltação da Santa Cruz,
celebrado em 14 de setembro. “Exaltar a Cruz leva ao compromisso de ser arauto
da comunhão fraterna e eclesial, fonte do verdadeiro testemunho cristão; é
fazer um ato de esperança”.
Sobre a Exortação Ecclesia in Médio Oriente,
Bento XVI disse que ela permite refletir sobre a situação presente para poder
olhar para o futuro com o próprio olhar de Cristo. O Papa também destacou que o
documento visa a um verdadeiro diálogo inter-religioso, fundado na fé no Deus
Uno e Criador.
“Quer também (a exortação) contribuir para um
ecumenismo repleto de ardor humano, espiritual e caritativo, na verdade e amor
evangélico, que vai buscar a sua força ao mandato do Ressuscitado: 'Ide, pois,
fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado. E sabei
que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos' (Mt 28, 19-20)".
Bento XVI terminou dizendo às Igrejas presentes
no Oriente Médio para não temerem, porque o Senhor está com elas até o fim e a
Igreja universal as acompanha com solidariedade humana e espiritual.
“É com estes sentimentos de esperança e
encorajamento a ser protagonistas ativos da fé através da comunhão e do
testemunho que, no domingo, entregarei a Exortação pós-sinodal Ecclesia in
Médio Oriente aos meus venerados Irmãos Patriarcas, Arcebispos e Bispos, a
todos os presbíteros, aos diáconos, aos religiosos e religiosas, aos
seminaristas e aos fiéis leigos”, concluiu.
A visita à Basílica de São Paulo foi o primeiro
e único compromisso do Papa no Líbano nesta sexta-feira. O Pontífice retoma
suas atividades no país neste sábado, 15, com uma Santa Missa privada, às 8h
(horário local, 2h no Brasil).
O próximo discurso de Bento XVI será durante o encontro com os membros do governo, das instituições da República, com o corpo diplomático, chefes religiosos e representantes do mundo da cultura. O encontro será no Salão 25 de maio do Palácio Presidencial de Baabda, às 11h15 (horário local, 5h15 em Brasília).
O próximo discurso de Bento XVI será durante o encontro com os membros do governo, das instituições da República, com o corpo diplomático, chefes religiosos e representantes do mundo da cultura. O encontro será no Salão 25 de maio do Palácio Presidencial de Baabda, às 11h15 (horário local, 5h15 em Brasília).
Papa destaca Primavera Árabe, conflitos e necessidade de paz

No vôo para o Líbano em sua 24ª viagem apostólica internacional, o Papa
Bento XVI encontrou-se com os jornalistas para a entrevista coletiva. Uma
conversa sobe assuntos que variaram desde o diálogo com o Islã, a Primavera
Árabe, as preocupações com a situação dos cristãos na Síria e no Oriente Médio
e o apoio que a eles pode vir de igrejas e dos católicos do ocidente.
“Ninguém nunca me aconselhou a desistir desta viagem e eu nunca cogitei
esta hipótese, porque sei que quando a situação torna-se mais complicada é
ainda mais necessário oferecer um sinal de fraternidade, de coragem e de
solidariedade”.
Assim, Bento XVI resumiu, respondendo às perguntas dos jornalistas em
francês e italiano, os sentimentos com os quais encara esta viagem apostólica
ao Líbano, cujo objetivo, acrescentou, em um país que já transmite uma mensagem
de encontro inter-religioso, é, portanto, “convidar ao diálogo, à paz contra a
violência, agir juntos para encontrar a solução dos problemas”.
Respondendo a uma pergunta sobre a questão do diálogo com o Islã, hoje
em um momento de crescimento do extremismo, o Papa não deixou de destacar que
“o fundamentalismo é sempre uma falsificação da religião”, que, na verdade,
convida a difundir a paz de Deus. Portanto, o “empenho da Igreja e das
religiões”, observou, “é aquele de fazer uma purificação destas tentações,
iluminar as consciências e fazer isso de modo que todo mundo tenha uma
imagem clara de Deus”. Assim, o convite ao respeito mútuo é "a imagem de
Deus”.
Igualmente incisivo foi o chamado do Papa para a tolerância, sem a qual,
disse ele, não há verdadeira liberdade. A respeito da Primavera Árabe e do
risco de sobrevivência dos cristãos, minoria naquela área, Bento XVI quis
ressaltar que um desejo de maior democracia, liberdade, cooperação, é em si
positivo, é um “progresso”, mas pode crescer somente na partilha, na
convivência social pautada por regras.
Devemos fazer tudo possível, foram as
suas palavras, para que “o conceito de liberdade, de desejo de liberdade ande
na direção certa e não se esqueça da tolerância, reconciliação, elementos
básicos da própria liberdade”.
Sobre a situação na Síria, o Papa destacou a necessidade de se promover
todas as ações possíveis, incluindo material de apoio, para favorecer o fim da
guerra e da violência. É grande o perigo de que os cristãos partam da Terra
Santa, observou o Papa, ainda que fujam também os muçulmanos. “Ajuda essencial
seria, portanto, o fim da violência”.
O papel da Igreja é, repetiu várias vezes o Papa, a difusão da mensagem
da paz, o compromisso de deixar claro que a violência não resolve os problemas,
e importante nesse sentido é também a tarefa dos jornalistas.
Então o apelo: “ao invés de importarmos armas, que é um pecado grave,
devemos importar idéias, paz e criatividade, aceitar os outros na diversidade,
tornar visível o respeito mútuo das religiões, o respeito do homem como
criatura de Deus, o amor pelo próximo como elemento fundamental para todas as
religiões”.
Em relação a uma pergunta sobre medidas concretas do Ocidente para
apoiar os irmãos do Oriente Médio, o Papa afirmou que todos devem contribuir.
“Necessidade de influenciar a opinião pública, convidar políticos a empenhar-se
realmente, com todas as forças e com todas as possibilidades pela paz”. “Gestos
visíveis de solidariedade, dias de oração pública podem ter efeitos reais”. Em certo
sentido, o Papa concluiu que “nosso trabalho é de alerta, educação,
purificação”.
Fonte: Canção Nova
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
"A oração nos educa a ver os sinais de Deus", diz Papa

CATEQUESE
Sala Paulo VI - Vaticano
Quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Sala Paulo VI - Vaticano
Quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Caros
irmãos e irmãs,
Quarta-feira passada falei da oração na primeira parte do Apocalipse, hoje passamos para a segunda parte do livro, e enquanto na primeira parte, a oração é orientada para o interior da vida eclesial, a atenção da segunda parte é voltada ao mundo inteiro; a Igreja, de fato, caminha na história, é sua parte segundo o projeto de Deus. A assembleia que, escutando a mensagem de João apresentada pelo narrador, redescobriu a própria missão de colaborar com o desenvolvimento do Reino de Deus como “sacerdotes de Deus e de Cristo” (Ap 20,6; cfr 1,5; 5,10), e se abre ao mundo dos homens. E aqui emergem dois modos de viver em uma relação dialética entre eles: o primeiro podemos definir como o “sistema de Cristo”, ao qual a assembléia tem o prazer de pertencer, e o segundo é o “sistema terrestre anti-Reino e anti-aliança posto em prática pela influência do Maligno”, o qual, enganando o homem, quer implantar um mundo oposto àquele desejado por Cristo e por Deus (cfr Pontifícia Comissão Bíblica, Bíblia e Moral, raízes do agir cristão, 70). A Assembleia deve então saber ler de forma profunda a história que está vivendo, aprendendo a discernir com a fé os acontecimentos para colaborar, com sua ação, para o desenvolvimento do Reino de Deus. E este exercício de leitura e de discernimento, como também de ação, está ligado à oração.
Primeiro, após o apelo insistente de Cristo que, na primeira parte do Apocalipse, sete vezes disse: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz à Igreja” (cfr Ap 2,7.11.17.29; 3,6.13.22), a assembléia é convidada a subir ao céu para assistir à realidade com os olhos de Deus; e aqui encontramos três símbolos, pontos de referência para a leitura da história: o trono de Deus, o Cordeiro e o livro (cfr Ap 4,1 – 5,14).
O primeiro
símbolo é o trono, sobre o qual está sentado um personagem que João não
descreve, porque supera qualquer representação humana; pode somente sugerir a
beleza e alegria que se prova encontrando-se diante dele. Este personagem misterioso
é Deus, Deus onipotente que não permaneceu
fechado no seu Céu, mas se fez próximo ao homem, entrando em aliança com ele;
Deus que faz sentir na história, de modo misterioso, mas real, a sua voz
simbolizada pelo relâmpago e pelo trovão. Há vários elementos que aparecem ao
redor do trono de Deus, como os 24 anciãos e quatro seres viventes, que
constantemente louvam o único Senhor da história.
Primeiro símbolo, o trono. Segundo símbolo é o livro, que contém o plano de Deus sobre os acontecimentos e sobre os homens; é fechado hermeticamente por sete selos e ninguém é capaz de lê-lo. Diante dessa incapacidade do homem de analisar o projeto de Deus, João sente uma profunda tristeza que o leva às lágrimas.
Mas há um
remédio para a perda do homem diante do mistério da história: qualquer um é
capaz de abrir o livro e de iluminá-lo.
E aqui
aparece o terceiro símbolo: Cristo, o Cordeiro imolado no Sacrifício da Cruz,
mas que está em pé, sinal da Ressurreição. É o próprio Cordeiro, o Cristo morto
e ressuscitado, que progressivamente abre o selo e revela o plano de Deus, o
sentido profundo da história.
O que
dizem estes símbolos? Eles nos recordam qual é o caminho para saber ler os
fatos da história e da nossa própria vida. Olhando
para o Céu, no relacionamento constante com Cristo, abrindo a Ele o nosso
coração a nossa mente na oração pessoal e comunitária, nós aprendemos a ver as
coisas de um modo novo e a colher o sentido verdadeiro. A oração é como
uma janela aberta que nos permite ter o olhar voltado para Deus, não somente
para nos recordar a meta para a qual nos dirigimos, mas também para deixar que
a vontade de Deus ilumine o nosso caminho terrestre e nos ajude a vivê-lo com
intensidade e compromisso.
De que
modo o Senhor guia a comunidade cristã a uma leitura mais profunda da história?
Primeiro convidando-a a considerar com realismo o presente que estamos vivendo. O Cordeiro abre agora os primeiros quatro selos do livro e a
Igreja vê o mundo em que está inserida, um mundo em que existem vários elementos
negativos. Existem os males que o homem causa, como a violência, que nasce do
desejo de possuir, de prevalecer uns sobre os outros, de modo a atingir para
matar (segundo selo); ou a injustiça, porque os homens não respeitam as leis
que lhes são dadas (terceiro selo). A estes se unem os males que o homem deve
sofrer, como a morte, a fome, a enfermidade (quarto selo). Diante dessa
realidade, muitas vezes dramática, a comunidade eclesial é convidada a não
perder nunca a esperança, a crer firmemente que a aparente onipotência do
Maligno colide com a verdadeira onipotência de Deus. E o primeiro selo
que o Cordeiro dissolve contém precisamente esta mensagem. Narra João: “Eu vi:
eis um cavalo branco. Com aquele que nele cavalgava tinha um arco; foi-lhe dada
uma coroa e ele saiu vitorioso para vencer ainda” (Ap 6,2). Na história do
homem entrou a força de Deus, que não somente é capaz de equilibrar o mal, mas
vencê-lo; a cor branca lembra a Ressurreição: Deus se fez tão próximo para, na
escuridão da morte, iluminá-la com o esplendor de sua vida divina; tomou sobre
si o mal do mundo para purificá-lo com o fogo do seu amor.
Como crescer nesta leitura cristã da realidade? O Apocalipse nos diz que a oração alimenta em cada um de nós e nas nossas comunidades esta visão de luz e de profunda esperança: convida-nos a não nos deixarmos vencer pelo mal, mas a vencer o mal com o bem, a olhar para Cristo Crucificado e Ressuscitado que nos associa à sua vitória. A Igreja vive na história, não se fecha em si mesma, mas enfrenta com coragem o seu caminho em meio à dificuldade e sofrimento, afirmando com força que o mal em definitivo não vence o bem, a escuridão não ofusca o esplendor de Deus. Este é um ponto importante para nós; como cristãos não podemos nunca ser pessimistas; sabemos bem que no caminho da nossa vida encontramos muita violência, mentira, ódio, perseguição, mas isto não nos desencoraja. Sobretudo, a oração nos educa a ver os sinais de Deus, a sua presença e ação nos faz sermos nós mesmos luzes do bem, que espalham a esperança e indicam que a vitória é de Deus.
Esta perspectiva leva a elevar a Deus e ao Cordeiro graças e louvores: os 24 anciãos e os quatro seres viventes cantam juntos o “canto novo” que celebra a obra de Cristo Cordeiro, o qual faz “novas todas as coisas” (Ap 21, 5). Mas esta renovação é acima de tudo um dom a ser pedido. E aqui encontramos outro elemento que deve caracterizar a oração: invocar ao Senhor com insistência que o seu Reino venha, que o homem tenha o coração dócil à soberania de Deus, que seja a sua vontade a orientar a nossa vida e a do mundo. Na visão do Apocalipse esta oração de petição é representada por um particular importante: “os 24 anciãos” e “os quatro seres viventes” têm em mãos, junto à harpa que acompanha o seu canto, “taças de ouro cheias de incenso” (5,8a) que, como é explicado, “são as orações dos santos” (5,8b), daqueles, isso é, que já alcançaram Deus, mas também de todos nós que nos encontramos no caminho. E vejamos que diante do trono de Deus, um anjo tem em mãos um incensário de ouro em que coloca continuamente os grãos de incenso, que são nossas orações, cuja fragrância doce é oferecida junto às orações que apresentam-se diante de Deus. (cfr Ap 8,1-4). É um simbolismo que nos diz como todas as nossas orações – com todas as limitações, a fadiga, a pobreza, a aridez, as imperfeições que podem ter – vêm quase purificar e alcançar o coração de Deus. Precisamos certificar, isto é, que não existem orações supérfluas, inúteis; nada está perdido. E elas são respondidas, mesmo que às vezes de forma misteriosa, porque Deus é amor e misericórdia infinita. O anjo – escreve João – “tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e jogou-o na terra: sendo seguido de trovões, sons, relâmpagos e um terremoto” (Ap 8,5). Esta imagem significa que Deus não é insensível à nossas súplicas, intervém e faz sentir o seu poder e a sua voz sobre a terra, faz tremer e perturba o sistema do Maligno. Muitas vezes, diante do mal se tem a sensação de não poder fazer nada, mas é a nossa própria oração a primeira resposta e mais eficaz que podemos dar e que faz mais forte o nosso cotidiano empenho em espalhar o bem. O poder de Deus fecunda a nossa fraqueza (cfr Rm 8,26-27).
Permitam-me concluir com algumas palavras sobre diálogo final (cfr Ap 22,6-21). Jesus repete várias vezes: “Eis que venho sem demora” (Ap 22,7.12). Esta afirmação não indica somente a perspectiva futura ao final dos tempos, mas também aquela presente: Jesus vem, coloca sua morada sobre quem acredita Nele e O acolhe. A assembléia, então, guiada pelo Espírito Santo, repete a Jesus o convite a tornar-se cada vez mais perto: “Vem” (Ap 22,17a). E como a noiva (22,17) que aspira ardentemente a plenitude do casamento. Pela terceira vez recorre à invocação: “Amém. Vem, Senhor Jesus” (22,20b); e o leitor conclui com uma expressão que manifesta o sentido dessa presença: “A graça do Senhor Jesus esteja com todos” (22,21).
O Apocalipse, mesmo na complexidade de símbolos, nos envolve numa oração muito rica, pela qual também nós escutamos, elogiamos, agradecemos, contemplamos o Senhor, lhe pedimos perdão. A sua estrutura de grande oração litúrgica comunitária é também um forte chamado a redescobrir o encargo extraordinário e poder transformador que tem a Eucaristia; em particular quero convidar com força a serem fiéis à Santa Missa dominical no Dia do Senhor, o Domingo, verdadeiro centro da semana!
A riqueza
da oração em Apocalipse nos faz pensar em um diamante, que tem uma fascinante
variedade de facetas, mas cuja preciosidade reside na pureza de um único núcleo
central. As sugestivas formas de oração que encontramos no Apocalipse fazem
brilhar então a preciosidade única e indizível de Jesus Cristo. Obrigado.
Fonte: Canção Nova
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