
Posso votar no PT?[1]
(uma questão moral)
1. Existe algum partido da Igreja Católica?
A Igreja, justamente por ser católica, isto é,
universal, não pode estar confinada a um partido político. Ela “não se
confunde de modo algum com a comunidade política”[2] e admite que os
cidadãos tenham “opiniões legítimas, mas discordantes entre si, sobre a
organização da realidade temporal”[3].
2. Então os fiéis católicos podem-se filiar a
qualquer partido?
Não. Há partidos que abusam da
pluralidade de opinião para defender atentados contra a lei moral, como o
aborto e o casamento de pessoas do mesmo sexo. “Faz parte da missão da
Igreja emitir juízo moral também sobre as realidades que dizem respeito à ordem
política, quando o exijam os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das
almas”[4].
3. O Partido dos Trabalhadores (PT) defende algum
atentado contra a lei moral?
Sim. No 3º Congresso do PT, ocorrido entre agosto e setembro de 2007,
foi aprovada a resolução “Por um Brasil de mulheres e homens livres e iguais”,
que inclui a “defesa da autodeterminação das mulheres, da descriminalização
do aborto e regulamentação do atendimento a todos os casos no serviço
público”[5].
4. Todo político filiado ao PT é obrigado a acatar
essa resolução?
Sim. Para ser candidato pelo PT é obrigatória
a assinatura do Compromisso Partidário do Candidato ou Candidata
Petista, que “indicará que o candidato ou candidata está previamente
de acordo com as normas e resoluções do Partido, em relação tanto à campanha
como ao exercício do mandato” (Estatuto do PT, art. 140, §1º[6]).
5. Que ocorre se o político contrariar uma
resolução do Partido como essa, que apoia o aborto?
Em tal caso, ele “será passível de punição, que poderá ir da simples
advertência até o desligamento do Partido com renúncia obrigatória ao mandato”
(Estatuto do PT, art. 140, §2º). Em 17 de setembro de 2009, dois
deputados foram punidos pelo Diretório Nacional. O motivo alegado é que eles “infringiram
a ética-partidária ao ‘militarem’ contra resolução do 3º Congresso Nacional do
PT a respeito da descriminalização do aborto”[7].
6. O PT agiu mal ao punir esses dois deputados?
Agiu mal, mas agiu coerentemente. Sendo
um partido abortista, o PT é coerente ao não tolerar defensores da vida em seu
meio. A mesma coerência devem ter os cristãos não votando no PT.
7. Mas eu conheço abortistas que pertencem a outros
partidos, como o PSDB, o PMDB, o DEM…
Os políticos que pertencem a esses partidos podem ser abortistas por
opção própria, mas não por obrigação partidária. Ao contrário, todo político filiado ao PT está comprometido com o
aborto.
8. Talvez haja algum político que se tenha filiado
ao PT sem prestar atenção ao compromisso pró-aborto que estava assinando…
Nesse caso, é dever do político pró-vida desfiliar-se do PT, após ter
verificado o engano cometido.
9. Que falta comete um cristão que vota em um
candidato de um partido abortista, como o PT?
Se o cristão vota no PT consciente de tudo quanto foi dito acima, comete pecado grave, porque coopera conscientemente com um pecado
grave.
O Catecismo da Igreja Católica ensina sobre a
cooperação com o pecado de outra pessoa: “O pecado é um ato pessoal.
Além disso, temos responsabilidade nos pecados cometidos por outros, quando neles
cooperamos: participando neles direta e voluntariamente; mandando,
aconselhando, louvando ou aprovando esses pecados; não os revelando ou não os
impedindo, quando a isso somos obrigados; protegendo os que fazem o mal”[8].
Ora, quem vota no PT, de fato aprova, ou seja, contribui com seu voto para que
possa ser praticado o que constitui um pecado grave.
Em síntese:
Um cristão não pode apoiar com seu voto um candidato comprometido com o
aborto:
– ou pela pertença a um partido que obriga o candidato a esse
compromisso (é o caso do PT)
– ou por opção pessoal.
Extraído da edição n. 133 do boletim “Aborto. Faça alguma coisa pela
vida”, do Pró-Vida de Anápolis, publicada em 12 de junho de 2010. Foram
atualizadas as citações, de acordo com o novo Estatuto do PT, assim como os
endereços da Internet.
Resoluções do 3º Congresso do PT, p. 80.
in: http://www.pt.org.br/arquivos/Resolucoesdo3oCongressoPT.pdf
Estatuto do Partido dos Trabalhadores, Redação final aprovada pelo
Diretório Nacional em 09/02/2012,
in:http://www.pt.org.br/arquivos/ESTATUTO_PT_2012_-_VERSAO_FINAL.pdf
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