quarta-feira, 29 de maio de 2013

Vaticano rechaça que a ONU apresente a pílula do dia seguinte como “produto salva-vidas”


O Chefe da Delegação da Santa Sé para a 66º Assembleia Mundial da Saúde, Dom Zygmunt Zimowski, assinalou que a Igreja ”compartilha plenamente o objetivo de reduzir a perda de vidas humanas e de prevenir as doenças”, mas considera “inaceitável” que queiram apresentar a pílula do dia seguinte como se fosse um “produto salva-vidas”, quando um dos seus efeitos é o aborto do concebido.

Em sua apresentação realizada na sede da ONU em Genebra (Suíça), o Prelado disse que a prevenção se deve realizar com medidas “respeitosas da vida e da dignidade das mães e das  crianças, em todas as fases da vida, desde a concepção até a morte natural”.

Entretanto, advertiu que o Relatório do Secretariado e a Resolução proposta pelo Comitê Executivo, propõe entre os “produtos salva-vidas para as mulheres e as crianças”, a pílula do dia seguinte.

“Enquanto algumas destas recomendações são realmente salva-vidas, aquela da ‘contracepção de emergência’ dificilmente poderia ser considerada tal, já que é bem conhecido que quando a concepção ocorreu, algumas substâncias empregadas na ‘contracepção de emergência’ produzem um efeito abortivo”.

“Para minha delegação, é totalmente inaceitável referir-se a um produto médico que constitui um ataque direto à vida da criança in utero, como se fosse um ‘produto salva-vidas’ e, pior ainda, estimular ‘uma maior utilização destas substâncias em todas as partes do mundo”, afirmou Dom Zimowski.

Saúde e desenvolvimento integral

Por outra parte, Dom Zimowski destacou que se queira “dar prioridade à saúde para a próxima formulação dos objetivos de desenvolvimento global”. Disse que “a Santa Sé está firmemente convencida de que a proposta de uma cobertura universal como objetivo de uma política para a saúde e o desenvolvimento é o modo mais seguro de enfrentar uma ampla série de problemas ligados à saúde”.

Nesse sentido, recordou que saúde e o desenvolvimento estão unidos. Entretanto, esclareceu que o desenvolvimento deve ser integral e não um simples crescimento econômico. “A saúde e o desenvolvimento devem ser integrais a fim de responder plenamente às necessidades de cada ser humano”, afirmou.

“A característica essencial de um desenvolvimento ‘autêntico’ é que deve ser ‘integral’, assim que deve promover o bem de cada pessoa em sua totalidade, quer dizer, em cada uma de suas dimensões; portanto, o cuidado e a assistência em campo sanitário, assim como o desenvolvimento, devem estar orientados ao estado espiritual da pessoa, além dos fatores físicos, emotivos, econômicos e sociais que influem em seu bem-estar”, explicou.

Finalmente, assinalou que “a delegação da Santa Sé acolhe favoravelmente a proposta de um Plano de Ação Global para o controle das doenças não transmissíveis 2013-2020″, que reconhece “o papel fundamental da sociedade civil, incluídas as organizações confessionais, na mobilização e na implicação das famílias e da comunidade”.

“Nossa delegação é consciente que as organizações e as instituições de matriz católica, em todo mundo, já se comprometeram para empreender estas ações a nível global, regional e local”, incluindo o cuidado dos idosos, afirmou.

“Nossa humilde contribuição a esta ação virá também da Conferência Internacional que se realizará no Vaticano do 21 ao 23 de novembro de 2013, cujo tema será: ‘A Igreja ao serviço da pessoa idosa doente: o cuidado das pessoas afetadas por patologias neurodegenerativas’”.

Fonte: ACI Digital

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