quarta-feira, 23 de maio de 2012

Os estimuladores do divorcio


G.K.Chesterton 
Os estimuladores do divorcio 
Capítulo disponível no livro La Mujer y lá Familia, publicado pela editora Styria

O divorcio é algo que os meios de comunicação não só abordam, como também tratam como se fosse uma festa, algo que mereceria as mesmas flores e pompas de uma boda. Uma celebração que teria, da mesma forma, sua torta de divorcio, sua lista de presentes, muitos taças em brindes alegres e um grupo de convidados aglomerados para ver o marido e a mulher desaparecerem em direções opostas. Não vou defender, neste momento, minha visão religiosa do casamento. Só quero mostrar a freqüente falta de lógica com que tratam este assunto. Nem de longe é um debate racional, senão uma espécie de coro sentimental com argumentos do tipo: "Nós respeitamos o casamento. Inclusive ele nos parece fantástico e sagrado. Porém o casamento é amor, e quando o amor passa de um lugar para outro, quando morre e renasce em outro lugar, o casamento tem que fazer o mesmo". Com toda minha simpatia pelos sentimentais, este pensamento é uma falácia. É como se um ladrão dissesse que tem respeito pelas coisas dos outros, porém que está pensando em roubar um quadro de Van Gogh do barão Thyssen, porque ele já não o aprecia tanto. É obvio que esta pessoa não entende o que significa uma lei, nem tampouco uma instituição. Porque o casamento é uma instituição jurídica como qualquer outra, estabelecida para cumprir certas funções. Uma chácara não pode se despedir do caseiro, quando o interesse dele por ela começa a decair. Um cão não pode deixar seu dono e fugir alegremente com outra pessoa. E a relação entre esposos, bem como a relação entre pais e filhos, não pode ser desfeita por um mero afloramento sentimental. Há exceções, porém o que agora me interessa é deixar claro que existe uma instituição que exige lealdade. Os sentimento têm o direito de terem os sentimentos que quiserem, porém não podem afirmar que uma instituição é a mesma coisa que uma emoção. Um dos inconvenientes do mundo pagão era que abaixo de certo nível social, ninguém estava seguro quanto a questão da paternidade. Quando as escravas cristãs começaram a defender sua dignidade até a morte, um novo mundo brotou. A cristandade, foi a civilização que esses mártires construíram. E agora, a antiga escravidão volta a oferecer o mais forte de seus subornos. Aqueles que desejam a degradação da dignidade humana, têm escolhido muito bem seus instrumentos.

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