terça-feira, 15 de maio de 2012

Seguir a Cristo


Não é uma grande coisa finalmente renunciar a tudo [muitos filósofos não têm nenhum cuidado com as riquezas, sublinha Tomás em outras passagens]. A perfeição consiste antes em seguir Cristo, e isso se faz pela caridade: “Se dou todos os meus bens aos pobres… senão tenho a caridade, tudo isso não me serve de nada” (1 Cor 13, 3). A perfeição não consiste em si em coisas exteriores: pobreza, virgindade, etc.; elas não são senão meios para a caridade. Por isso o Evangelista acrescenta: “E eles o seguiram”.
A perfeição consiste no seguimento de Cristo, enquanto o abandono das riquezas é apenas o caminho. Não basta pois, diz São Jerônimo, renunciar a seus bens; é preciso ainda acrescentar o que fez São Pedro: E nós te seguimos. [Encontramos aqui o exemplo de Abraão, que possuía grandes bens, mas a quem o Senhor pede simplesmente:] “Caminha diante de mim e sede perfeito”, mostrando assim que sua perfeição consistia precisamente em caminhar na presença do Senhor e em amá-lo perfeitamente até a renúncia de si mesmo e de todos os seus bens; o que ele mostrou de maneira eminente pelo sacrifício de seu filho.
Quatro coisas que se correspondem devem ser consideradas: duas dependem de nós, em nosso agir em relação a Cristo, e duas dependem de Cristo, que as realiza em nós.
A primeira, que depende de nós, é a obediência a Cristo. … A segunda, que depende de Cristo, é a escolha que ele faz de nós e o amor que tem por nós. … A terceira, que novamente depende de nós, é a imitação de Cristo. … A quarta depende ainda de Cristo, e é a recompensa que lhe corresponde: “Eu lhes dou a vida eterna”. Como se ele dissesse, eles me seguem na terra no caminho da humildade e da inocência; farei com que eles me sigam ainda no céu e que eles entrem na alegria da vida eterna.

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