sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Leis como o PLC 122 não deveriam nem ser cogitadas pelos parlamentares

Segue abaixo uma entrevista feito pela ACI Digital com o Bispo emérito de Guarulhos-Sp Dom Bergonzini, que acaba de ter sua renúncia aceita pelo Papa Bento XVI em novembro deste ano já se posicionou contra o projeto em anteriores ocasiões. 

Em uma palestra oferecida no mosteiro de São Bento, em julho deste ano, o prelado dizia: “O projeto [PLC 122/2006] visa até prender quem falar contra o homossexualismo. Mas não tenho medo de ser preso. Não vou deixar de expor o Evangelho por causa de cadeia. […] Devemos enfrentar com coragem e colocar o caso nas mãos de Deus [...] Essa perseguição não vai derrotar a Igreja. Nunca. ‘As portas do inferno não prevalecerão contra Ela’”.

Depois da modificação feita pela relatora do projeto, a senadora do PT de São Paulo Marta Suplicy, cujo texto afirma em seu Art. 3º que não criminalizaria “a manifestação pacífica de pensamento decorrente da fé e da moral fundada na liberdade de consciência, de crença e de religião de que trata o inciso VI do art. 5º da Constituição Federal", ACI Digital entrou em contato com Dom Luiz Bergonzini que concedeu a entrevista publicada na íntegra abaixo:

ACI: Excelência, A senadora Marta Suplicy trouxe de volta à Comissão de Direitos Humanos do Senado o Projeto de Lei PLC 122/2006 com um novo e reformulado texto substitutivo que afirma: “julgamos importante introduzir um dispositivo no Substitutivo para excluir do alcance da Lei, os casos de manifestação pacífica de pensamento fundada na liberdade de consciência, de crença e de religião.” O que o senhor teria a dizer sobre esta nova versão do projeto?
 
Dom Bergonzini: Durante cada ano são mortos 105.000 cristãos, somente por professarem a fé em Jesus Cristo. Você já imaginou se fossem mortos 105.000 homossexuais por ano? Qual seria a reação dos governos e da sociedade? Não há diferença entre a pessoa humana, homem ou mulher, da pessoa humana homem homossexual ou mulher homossexual. O Código Penal estabelece todas as penas para crimes de agressão, homicídio e outras lesões ao corpo humano. Não há necessidade de nenhuma lei nova para proteger as pessoas, nesse aspecto. Se o projeto fala em "liberdade de consciência, crença e de religião", também há necessidade de fazer lei igual para os cristãos, que são agredidos e insultados, como aconteceu na Avenida Paulista, com a violação pública dos Santos católicos pelos homossexuais. 

ACI: Excelência, o projeto de lei se funda em dados fornecidos pelo Grupo Gay da Bahia que afirma que no Brasil há um problema marcado de homofobia levando a centenas de assassinatos de homossexuais anualmente. Em sua opinião, os homossexuais são alvo de perseguição no Brasil? 

Dom Bergonzini: Não poderia morrer nenhuma mulher, nenhum homem. Com exceção dos casos dos psicopatas, como o caso do "maníaco do parque", que matava mulheres em sequência e há casos semelhantes de matadores de homossexuais, a maioria dos casos de morte de homossexuais se dá em razão do relacionamento entre eles.  Por ciúme, inveja, ambição, desentendimentos, drogas e outras questões de relacionamento interpessoal, eles acabam sendo assassinados.  Se as causas dos homicídios de homossexuais forem pesquisadas em cada inquérito ou processo judicial existente, a conclusão será essa.   

ACI: Excelência, O que devemos fazer como católicos a respeito deste projeto de Lei?
 
Na condição de cidadãos, devemos esclarecer as pessoas que os legisladores não devem aprovar leis que prejudicam o bem comum. Uma lei que pretende obrigar todos a aceitarem uma ideologia nociva não deveria nem ser cogitada pelos parlamentares. É um modismo que os parlamentares da França se recusaram a impor ao povo francês. Na condição de católicos fiéis, devemos seguir o Evangelho: 

"Por isso é que lhes digo: vivam segundo o Espírito, e assim não farão mais o que os instintos egoístas desejam. Porque os instintos egoístas têm desejos que estão contra o Espírito, e o Espírito contra os instintos egoístas; os dois estão em conflito, de modo que vocês não fazem o que querem. Mas , se forem conduzidos pelo Espírito, vocês não estarão mais submetidos à Lei. Além disso, as obras dos instintos egoístas são bem conhecidas: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódio, discórdia, ciúme, ira, rivalidade, divisão, sectarismo, inveja, bebedeira, orgias e outras coisas semelhantes. Repito o que já disse: os que fazem tais coisas não herdarão o Reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, bondade, benevolência, fé, mansidão e domínio de si. Contra essas coisas não existe lei. Os que pertencem a Cristo crucificaram os instintos egoístas junto com suas paixões e desejos. Se vivemos pelo Espírito, caminhemos também sob o impulso do Espírito. Não sejamos ambiciosos de glória, provocando-nos mutuamente e tendo inveja uns dos outros." (Galatas, 5 - 16,26).

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