terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Novas Comunidades em resposta a urgência da Nova Evangelização

Um grande desafio para a Igreja em nossos dias é a urgente resposta de uma Nova Evangelização proposta pelo nosso Santo Padre, o Papa Bento XVI, por meio do novo Conselho para Nova Evangelização.
Toda a Igreja deverá, de agora em diante, rever suas estruturas evangelizadoras, pois existem algumas formas de evangelizar que deram certo em uma determinada época, mas o homem contemporâneo quer novas respostas aos questionamentos que surge hoje em meio à sociedade imediatista que estamos inseridos.
A cidade moderna, todo o processo de urbanização que se vive até nos territórios rurais, parece distanciar-se cada vez mais do Evangelho. Homens e mulheres maduros aproximam-se de uma conversa entre jovens, param, ouvem e não entendem. Que línguas falam? Foneticamente a mesma. Semanticamente bem diferentes. As palavras soam iguais, os sentidos variam. Então, como evangelizar uma cidade fervilhante de experiências culturais diversificadas, diferentes e até conflitantes.
O missionário procede à radiografia dos problemas que o cercam e das lógicas que aí funcionam. Abundam. Vai uma só nessa breve reflexão. Na cidade, os interesses substituem os lugares físicos. Estes já não valem por eles mesmos, mas pelo que significam e atraem as pessoas. Para a evangelização torna-se fundamental tal regra.
Habituamo-nos a transmitir a fé em lugares bem determinados, no local sagrado da Igreja e adjacências. Para lá convergiam às pessoas à espera da palavra magistral do padre ou do catequista. Esta não necessitava inculturar-se. Ela nascera em tal ambiente e se proclamava nele com imensa conaturalidade. Mais ainda. Vigia verdadeira identidade entre o berço de significado das pregações e o local em que elas se proferiam. 
A cidade transformou tal cenário. Esfumou o lugar. Fê-lo algo secundário. Deslocou a atenção para o interesse. Aí se esconde o segredo. Descobrir os interesses implica penetrar a cultura e captar-lhe as linhas dominantes. A evangelização só acontece quando o missionário se insere nos recônditos culturais do destinatário, e aí dentro interpreta a mensagem. Supõe inteligência de análise, sensibilidade de apreensão e flexibilidade de interpretação. O mínimo que se pede de quem se aproxima. A inculturação vai mais longe, porque não a pratica quem chega, mas quem está. As pessoas dentro de determinada cultura ou subcultura, ao ouvirem o anúncio que lhe vem de fora, embora transmitido de perto e para dentro, trabalham-no dentro de si e dão-lhe nova expressão. Eis a inculturação. O problema se põe mais naqueles que chegaram a esse espaço pensando que têm direito de impor o próprio ponto de vista e controlar ortodoxamente o processo de acolhida. A inculturação soa criativa e por isso ameaça os repetidores do antigo. Na cidade tende acontecer tal procedimento e tanto mais sucesso terá quanto mais abertura e respeito houver por parte das instâncias oficiais e dos evangelizadores.
Se a nossa Evangelização não considerar essas mudanças que ocorrem diariamente na sociedade em que estamos inseridos, se nós estivermos alienados a realidade, se por ventura não soubermos o que o coração do homem que circunda os nossos eventos de evangelização, os nossos grupos de oração, quer como resposta a suas interrogações e questionamentos interiores, nossa Evangelização se tornará estéril e Deus não alcançará os homens e mulheres que estão sendo escravizados diariamente em nome de uma secularização relativista que absolutiza o que é relativo e relativiza o que é Absoluto.

Fraternalmente,

José Eduardo A. Caetano
Membro de Aliança da Comunidade Católica Vida Nova

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