O “casamento” gay começou há muito tempo. É o título do último artigo do amigo Wagner Moura, em seu blog O Possível e O Extraordinário.Confesso que ainda não tinha parado para pensar no assunto, mas é
verdade.
Esta total desestruturação que se vê hoje na concepção de
família só foi possível porque, há muitos anos, o casamento deixou de
ser concebido como um núcleo gerador de vida para se tornar uma
comunidade “afetiva entre pessoas regida por um contrato social”. Isto só foi possível graças à mentalidade contraceptiva e ao divórcio, que sujaram a sacralidade do Matrimônio, transformando
a família em um mero caso amoroso – passível de ser destruído diante da
primeira tempestade -, do qual os filhos seriam apenas um acessório.

Hoje em dia, as famílias numerosas são desprezadas,dando lugar a pequenos grupos, egoístas e instáveis.
Vamos explicar melhor: quando o governo
investe em propagandas para que os jovens usem camisinha; quando os
meios de comunicação colocam como modelo uma família com um ou dois
filhos, no máximo; quando as crianças são ensinadas, desde cedo, nas
instituições de ensino públicas, a aceitarem a contracepção; quando os
pais ficam alheios à educação de seus filhos – e são obrigados a colocarem-nos na escola a partir dos 4 anos de idade!,
para receberem uma “orientação sexual” ofensiva ao pudor e à castidade
-, o resultado que temos é a deturpação do verdadeiro sentido da
sexualidade.
Não que o sexo seja uma coisa ruim. Muito
pelo contrário. A Igreja fala da sexualidade humana como um verdadeiro
dom, como “fonte de alegria e prazer” (cf. Catecismo da Igreja Católica, § 2362).
O que é condenável é a dissociação do prazer que brota do sexo de sua
dimensão procriativa; o que não se pode aceitar é que o ato sexual seja
fechado à dádiva da vida. Quando o Papa Paulo VI se pronunciou, ainda no
final da década de 60, sobre os males que a regulação artificial da
natalidade trariam à sociedade, praticamente ninguém lhe deu muito
crédito. Muitos dentro da própria Igreja ridicularizaram o Pontífice – e
até hoje não são poucos os que veem o ser contrário aos
anticoncepcionais como um “retrocesso medieval”. O que a Humanae Vitae dizia, porém, era profético. Tudo o que Paulo VI previu como consequência da mentalidade contraceptiva se cumpriu, de maneira trágica.
As mulheres se viram reduzidas a objetos de prazer dos homens, os
padrões morais sofreram uma queda generalizada, a infidelidade conjugal
cresceu de modo a colocar os números de divórcio em níveis exorbitantes
e, por fim, os governos têm interferido cada vez mais no tema da
reprodução, que deveria ficar restrito ao âmbito familiar.
Não bastasse tudo isso, vemos crescer em
todos os lugares a aprovação aos chamados “novos modelos de família”.
Embora Paulo VI não tivesse falado disto em sua época – em 1968, ninguém
falava de “casamento” gay – o que hoje vemos também é consequência das
ideias antinatalistas. A partir do momento em que os pais deixaram de se
preocupar com a geração e educação dos filhos – que é parte essencial
do Matrimônio -, as famílias começaram a se tornar pequenos grupos de
pessoas preocupados em buscar sucesso profissional e prazer sexual. Foi
aí que vieram os casais que se amasiavam, os pais que abreviavam o
número de seus filhos para não atrapalhar suas carreiras e, agora, os
homossexuais que querem suas relações afetivas reconhecidas pelo Estado –
e pela opinião pública. Afinal, se a família é hoje nada mais que duas pessoas que se amam, por que não dar aval às uniões gays?
O problema que a gente vê em toda essa
discussão é de conceito. Há toda uma engenharia social bem projetada
para continuar distorcendo a verdadeira noção de casamento, a verdadeira
essência da família. E, no entanto, a família é o que é, e não o que a modernidade tem feito dela.
Para quem, no mar de tanta corrupção e infidelidade, tenha esquecido em
que consiste de fato a instituição familiar, recomendamos a leitura da sempre atual Familiaris Consortio,
do bem-aventurado João Paulo II. Com ele, bradamos forte e fazemos um
apelo desesperado pela restauração do autêntico Matrimônio: “Família, torna-te aquilo que és!”
Fonte: Ecclesia Una
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