Em um artigo intitulado "O dom do
trabalho", dom Canísio Klaus, bispo da diocese de Santa Cruz do Sul, no
Estado do Rio Grande do Sul, fala sobre a data que comemoramos na
próxima quarta-feira, dia 1º de maio, Dia do Trabalhador.
Segundo o prelado, para muitas pessoas
vai ser apenas um feriado com a possibilidade de participar de festas
promovidas pelas empresas, para outras é o dia de reverenciar São José, o
padroeiro dos trabalhadores e celebrar as conquistas obtidas pelos
trabalhadores. Ele também lembra aqueles que irão protestar contra as
más condições de trabalho, contra os baixos salários pagos ou contra os
direitos que estão sendo subtraídos com as políticas governamentais para
conter as crises econômicas.
O bispo ainda explica que, em muitas
oportunidades, os bispos do Brasil já manifestaram sua solidariedade e
denunciaram situações injustas que afligem os trabalhadores propondo
ações que favoreçam a prática da justiça social. Para ele, o mesmo
ocorreu em nível de Igreja Católica Universal, quando papas publicaram
importantes documentos sobre a realidade do mundo do trabalho, alertando
para a exploração dos trabalhadores.
Refletindo sobre o dom do trabalho, dom
Canísio afirma que durante muito tempo os cristãos entendiam o trabalho
como castigo imposto por Deus por causa do pecado de Adão e Eva. Mas, de
acordo com ele, nas últimas décadas, esta concepção foi revista e se
começou a olhar para o trabalho como aquilo que dignifica a pessoa.
O texto inspirador é o Livro do Êxodo
(20,9-10): "Trabalharás durante seis dias e farás toda a tua obra. O
sétimo dia, porém, é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhum
trabalho, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu escravo, nem tua
escrava, nem teu animal, nem o estrangeiro que está em tuas portas".
Por fim, o bispo ressalta que os dias de
trabalho a que o ser humano é chamado, culminam com o sábado, que é dia
de descanso, e só tem direito ao descanso aquela pessoa que trabalhou.
Por causa disso, completa ele, mais do que sofrimento, o trabalho deve
ser encarado como uma benção de Deus. "É feliz a pessoa que consegue
comer o pão obtido com o trabalho de suas mãos" (Sl 128,2).
"Sabendo que todos somos responsáveis,
através do nosso trabalho, pela construção da sociedade nova, justa e
fraterna, sonhada por Deus para seus filhos e filhas, pedimos que Deus,
por intermédio do operário São José, que com o seu trabalho na oficina
de Belém contribuiu para dar mais dignidade ao trabalho, abençoe os
trabalhadores e as trabalhadoras", conclui.
Fonte: Gaudim Press
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por seu comentário! Deus abençoe!