A proposta de um novo conceito de paróquia, definida agora como
comunidade de comunidades, será o tema central da 51.ª Assembleia-Geral
da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que se inicia hoje dia 10 até 19 em Aparecida, com a participação de mais de 300 bispos
das 273 circunscrições eclesiásticas (dioceses e similares) do País.
"A proposta é reestruturar a comunidade, que se concentra atualmente
na igreja matriz, porque a vida comunitária não é só territorial, mas
ultrapassa limites físicos para se estender a outros interesses e
serviços", adianta o arcebispo de Manaus, d. Sérgio Eduardo Castriani,
presidente da comissão responsável pelo tema na assembleia.
A matriz ou sede da paróquia deverá ser um centro de formação e
celebração, em torno do qual se aglomeram capelas, comunidades de base e
movimentos apostólicos envolvidos em projetos de evangelização. O
pároco atuará como coordenador dos conselhos pastoral, econômico e
administrativo, seguindo a orientações do bispo diocesano.
Tudo em cadeia, pois a diocese atua de acordo com a CNBB, que obedece
às orientações do Vaticano. D. Sérgio observa que na Amazônia já existe
uma estrutura diferente.
"Desde os anos 1980 a arquidiocese de Manaus não tem criado mais
paróquias, mas áreas missionárias", informa. As igrejas e capelas são
substituídas por lugares de reunião. Em um deles o padre pode ser
encontrado, com estrutura mínima de residência e secretaria.
No interior, como na prelazia de Tefé, da qual d. Sérgio foi bispo
até o ano passado, em vez de paróquias há comunidades ribeirinhas e
indígenas. As Comunidades Eclesiais de Base (Cebs), que foram muito
importantes para a educação de base nos anos 1970, continuam atuantes,
ao lado de outros grupos missionários e apostólicos.
O tema central será discutido, mas não votado pelos bispos em
Aparecida. Depois de ser submetido ao plenário, o texto que tiver o
consenso do episcopado será enviado às paróquias e setores e regionais
da CNBB para análise e sugestões. A assembleia discutirá também temas
prioritários, como a questão dos quilombolas e o problema agrário. A
Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que será realizada no Rio de
Janeiro, em julho, estará na agenda para os acertos finais.
Fonte: Estadão
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