segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Grevistas desafiam a lógica e querem Pontifícia Universidade Católica “laica”

Muito já foi falado sobre a greve na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Para quem ainda não se inteirou da situação, sugiro que dê uma passada no blog O Catequista, que cobriu a polêmica. Em agosto deste ano, houve votação para eleger o novo reitor da universidade. E dos três mais bem votados, o grão-chanceler da PUC – que é Dom Odilo Scherer, cardeal e arcebispo de São Paulo – deveria nomear um, conforme consta no estatuto da instituição. Foi o que Dom Odilo fez. Nomeou a terceira colocada nas eleições, a professora Anna Maria Marques Cintra.

Tudo foi realizado de acordo com o que está no estatuto da PUC, mas professores e estudantes da instituição entraram em greve já há alguns dias, alegando “falta de democracia” na decisão de Dom Odilo Scherer. 

Os grevistas fazem manifestações “por uma PUC laica” (!). Eles querem uma Pontifícia Universidade Católica laica: vejam só, a coerência do pessoal! Ontem, a turma de baderneiros impediu que a professora Anna Cintra, legitimamente nomeada reitora da faculdade, entrasse na reitoria da PUC. “Temos que impedir que a universidade seja comandada pelo despotismo”, declarou um professor de Direito. “Esperamos apenas que nenhuma cavalaria queria nos impor uma reitora que não foi democraticamente eleita”, afirmou outra docente.

Baderneiros querem democracia fazendo greve e empilhando carteiras.

As manifestações dos professores e alunos são de uma histeria risível; agem como se estivessem lidando com uma universidade pública, como se a PUC não fosse uma “pontifícia” universidade “católica”! Como se fosse absurdo um bispo católico ter primazia em uma instituição que pertence justamente à Igreja Católica!

- Ah, alegaram alguns, durante o debate eleitoral, a reitora deu sua palavra de que não tomaria posse da reitoria caso não fosse a mais votada… – Está errado prometer uma coisa e, depois, fazer outra, mas o problema maior nessa história está nestes “termos de compromisso” que tentam burlar o estatuto da Universidade. Porque já é sabido de todos que é enviada ao grão-chanceler da PUC uma lista tríplice, e é ele quem seleciona o futuro reitor da faculdade… Assim, esta ideia de lançar aos candidatos à reitoria “termos de compromisso” que desautorizam o poder de decisão de Dom Odilo Scherer nada mais é que uma estratégia para travestir a democracia na PUC de anarquia laicista e antirreligiosa.

Ainda bem que Dom Odilo Scherer permanece firme em sua resolução. “Resta por fim consignar que a democracia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo está preservada, na medida em que o Estatuto da Universidade é a própria expressão de sua Autonomia e vem sendo fielmente cumprido, desde o início desse processo”, escreveu o cardeal-arcebispo de São Paulo, em declaração firmada no dia 29 do último mês.
Aos que querem uma Universidade sem interferências da Igreja: procurem uma faculdade pública, ou conformem-se com o fato de a PUC ser uma “Pontifícia” Universidade “Católica”.

* * *

Leia mais: Pontifícia Universidade Católica: pontifícia e católica, artigo de Edson Luiz Sampel para a Folha.

2 comentários:

  1. Pq não foram pra outra Universidade, né? Daqui uns dias vão fazer greve pq não querem mais os nomes "pontifícia" e "católica" no nome da Faculdade, pq o Brasil é laico! ¬¬

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    1. Com certeza Monica. Temos que buscar defender aquilo que somos. Deus nos abençoe!

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Obrigado por seu comentário! Deus abençoe!