Muito já foi falado sobre a greve na
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Para quem ainda não se
inteirou da situação, sugiro que dê uma passada no blog O Catequista,
que cobriu a polêmica. Em agosto deste ano, houve votação para eleger o
novo reitor da universidade. E dos três mais bem votados, o
grão-chanceler da PUC – que é Dom Odilo Scherer, cardeal e arcebispo de
São Paulo – deveria nomear um, conforme consta no estatuto da
instituição. Foi o que Dom Odilo fez. Nomeou a terceira colocada nas
eleições, a professora Anna Maria Marques Cintra.
Tudo foi realizado de acordo com o que
está no estatuto da PUC, mas professores e estudantes da instituição
entraram em greve já há alguns dias, alegando “falta de democracia” na
decisão de Dom Odilo Scherer.
Os grevistas fazem manifestações “por uma PUC laica” (!). Eles querem uma Pontifícia Universidade Católica laica: vejam só, a coerência do pessoal! Ontem, a
turma de baderneiros impediu que a professora Anna Cintra,
legitimamente nomeada reitora da faculdade, entrasse na reitoria da PUC.
“Temos que impedir que a universidade seja comandada pelo despotismo”,
declarou um professor de Direito. “Esperamos apenas que nenhuma
cavalaria queria nos impor uma reitora que não foi democraticamente
eleita”, afirmou outra docente.

Baderneiros querem democracia fazendo greve e empilhando carteiras.
As manifestações dos professores e alunos são de uma histeria risível; agem como se estivessem lidando com uma universidade pública, como se a PUC não fosse uma “pontifícia” universidade “católica”! Como se fosse absurdo um bispo católico ter primazia em uma instituição que pertence justamente à Igreja Católica!
- Ah, alegaram alguns, durante o debate
eleitoral, a reitora deu sua palavra de que não tomaria posse da
reitoria caso não fosse a mais votada… – Está errado prometer uma coisa
e, depois, fazer outra, mas o problema maior nessa história está nestes “termos de compromisso” que tentam burlar o estatuto da Universidade.
Porque já é sabido de todos que é enviada ao grão-chanceler da PUC uma
lista tríplice, e é ele quem seleciona o futuro reitor da faculdade…
Assim, esta ideia de lançar aos candidatos à reitoria “termos de
compromisso” que desautorizam o poder de decisão de Dom Odilo Scherer
nada mais é que uma estratégia para travestir a democracia na PUC de
anarquia laicista e antirreligiosa.
Ainda bem que Dom Odilo Scherer permanece firme em sua resolução. “Resta por fim consignar que a
democracia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo está
preservada, na medida em que o Estatuto da Universidade é a própria
expressão de sua Autonomia e vem sendo fielmente cumprido, desde o
início desse processo”, escreveu o cardeal-arcebispo de São Paulo, em declaração firmada no dia 29 do último mês.
Aos que querem uma Universidade sem
interferências da Igreja: procurem uma faculdade pública, ou
conformem-se com o fato de a PUC ser uma “Pontifícia” Universidade
“Católica”.
* * *
Leia também: O que é uma Universidade Católica? João Paulo II responde, no blog O Catequista.
Leia mais: Pontifícia Universidade Católica: pontifícia e católica, artigo de Edson Luiz Sampel para a Folha.
Pq não foram pra outra Universidade, né? Daqui uns dias vão fazer greve pq não querem mais os nomes "pontifícia" e "católica" no nome da Faculdade, pq o Brasil é laico! ¬¬
ResponderExcluirCom certeza Monica. Temos que buscar defender aquilo que somos. Deus nos abençoe!
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